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Apta realiza pesquisa para fortificar a agricultura contra a seca

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Na agricultura, a seca é o estresse abiótico mais importante, uma vez que afeta o crescimento e a produtividade das plantas. As grandes perdas na produtividade causada pelo déficit hídrico na cultura da cana-de-açúcar motivaram o Centro de Cana, do Instituto Agronômico (IAC), da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo a desenvolver linha de pesquisa voltada para o entendimento dos mecanismos envolvidos na tolerância à seca, com foco no desenvolvimento de cultivares tolerantes.
Desde 2007, a pesquisadora Silvana Creste e sua equipe desenvolvem pesquisa focada na prospecção de genes envolvidos com seca. “O objetivo é a identificação de genes que garantam performance superior quando as plantas são expostas a condições de seca”, conta Silvana.

Genes potencialmente relacionados com tolerância à seca foram avaliados em plantas de arroz transgênica, em projeto financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). O arroz foi utilizado como planta modelo, uma vez que possui genoma pequeno, protocolos de transformação bem estabelecidos e ciclo de vida curto, agilizando as análises.  

“Nesse projeto, dois genes, Dirigente-Jacalina e o fator de transcrição ScMYBAS1, foram avaliados e produziram plantas com aumento no conteúdo de biomassa e maior tolerância ao estresse por seca em plantas de arroz transgênicas”, diz a pesquisadora. Segundo a Larissa de Andrade, que auxiliou Silvana, “a superexpressão do gene Dirigente-Jacalina de cana em arroz garante maior produção de biomassa, independentemente do regime hídrico”.

Até o momento, os resultados foram observados na cultura do arroz. Todavia, de acordo com resultados já obtidos pela equipe, a performance se repete em cana-de-açúcar transgênica. “Foi muito gratificante e desafiador participar desta pesquisa e, felizmente, conseguimos identificar genes com alto potencial para o desenvolvimento de cultivares geneticamente modificadas”, complementa Larissa.
Segundo Silvana, por se tratar de gene da própria cana, isso tem aspectos muito interessantes até mesmo sobre questões regulatórias. “Por meio da manipulação de genes da própria planta, percebemos que é possível obter plantas mais produtivas e com maior tolerância à seca, que podem ser alteradas na planta por meio de tecnologia moderna de edição de genomas, e por esse motivo, não sendo tratadas como plantas transgênicas. Além disso, a tecnologia não se restringe à cana, mas pode ser transferida para outras culturas de interesse econômico, como milho, sorgo, arroz, trigo e até mesmo o eucalipto. Agora, estamos correndo atrás de financiamento visando o desenvolvimento de cana com foco comercial. Há ainda um longo caminho pela frente” diz Silvana.

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