Edição 188
DROPES
UNICA DEBATE TETO PARA BIOCOMBUSTÍVEIS PROPOSTO EM NOVA DIRETIVA EUROPEIA
Entre as alterações apresentadas pela Comissão Europeia está a redução da participação de combustíveis renováveis de primeira geração no setor de transporte de 7% em 2020 para 3,8% em 2030. Integrando uma ampla rede de discussão a respeito da Redii, a Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) participou de uma rodada de reuniões com mais de 40 representantes dos ministérios de agricultura, economia, energia, meio ambiente e relações exteriores de cinco países da UE, além de executivos das indústrias de petróleo, biocombustíveis e outros segmentos.
Elizabeth Farina, presidente da Unica, contestou os critérios utilizados pela Redii, que classifica todos os renováveis fabricados a partir de matérias-primas alimentícias, como é o caso do caldo de cana, como combustíveis convencionais. A executiva explica que, no País, a expansão da cana se dá em pastagens degradadas e sua produção é norteada por um Zoneamento Agroecológico, e ainda representa a melhor alternativa para o combate ao aquecimento global, problema que exortou os europeus a assinarem um pacto global (Acordo de Paris) para reduzir em 40% as emissões de gases de efeito estufa em todo o continente até 2030.
BRASIL ELEVA EXPORTAÇÕES DO AGRONEGÓCIO PARA O ORIENTE MÉDIO
O Brasil elevou as exportações do agronegócio para o Oriente Médio em 49% no primeiro mês de 2017, quando as vendas para a região somaram US$ 688 milhões. Segundo dados do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), a participação do bloco nas vendas externas do setor avançou de 9,3% para 11,7%. Três países árabes figuraram entre os 15 maiores mercados do Brasil em janeiro: Arábia Saudita, Argélia e Emirados Árabes Unidos.
A Argélia foi um dos países para onde as exportações mais cresceram. Os embarques para lá renderam US$ 134,6 milhões, um aumento de 108,5% em relação a janeiro do ano passado. Segundo o Mapa, o desempenho foi impulsionado pelos negócios com açúcar e milho. As vendas para a Arábia Saudita somaram US$ 184 milhões, um crescimento de 27% sobre o primeiro mês de 2016. Para os Emirados, as exportações totalizaram US$ 121,2 milhões, um avanço de 23,6%. No total, as exportações do agronegócio brasileiro renderam US$ 5,87 bilhões em janeiro, um aumento de 17,9% em relação ao mesmo mês do ano passado. Os principais itens exportados foram as carnes, açúcar e álcool, complexo soja (grãos, farelo e óleo), produtos florestais e café.
VERSATILIDADE DO BAGAÇO ESTIMULA PARCERIAS PARA PRODUÇÃO DE ETANOL 2G NA ÁSIA
A utilização do bagaço de cana para a produção de biocombustível de segunda geração está ganhando escala em diversas partes do mundo, particularmente na Ásia. Para ilustrar este cenário, o diretor Executivo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) Eduardo Leão de Sousa, cita importante projeto anunciado no início deste ano por uma joint venture formada pelas empresas japonesas Toray Industries, especializada em química sintética orgânica, e Mitsui Sugar, fornecedora de alimentos.
O plano da parceria é erguer na Tailândia, ao custo de aproximadamente US$ 51 milhões, uma das maiores usinas do mundo para conversão do resíduo fibroso da cana em açúcar celulósico de alta qualidade, que servirá de matéria-prima para diversos produtos bioquímicos, entre eles o etanol. De acordo com informações da empresa Cellulosic Biomass Technology (CBT), joint venture resultante da parceria Toray-Mitsui, a nova fábrica será construída na província de Udon Thani, segunda maior cidade do Nordeste da Tailândia. Inicialmente, a planta, que será inaugurada em 2018, terá capacidade para processar, diariamente, até 15 t de bagaço e produzir 4,2 t de açúcar celulósico.
OIA corta estimativa de produção de açúcar na Índia para 21 mi de t
A Organização Internacional do Açúcar (OIA) cortou sua projeção para a produção de açúcar na Índia na safra 2016/17, de 23,5 milhões de t estimadas em novembro para 21 milhões de t. A revisão para baixo, divulgada em relatório mensal da entidade, leva em consideração as adversidades climáticas enfrentadas pelo país asiático, o segundo maior produtor e principal consumidor global do alimento.
Caso se confirme, o volume seria 16,6% inferior ao de 25,2 milhões de t registrado na temporada 2015/16. Até 28 de fevereiro, a produção de açúcar na Índia alcançava 16,2 milhões de t, ante 19,9 milhões de t em igual momento do ciclo anterior. A safra no país asiático vai de 1º de outubro a 30 de setembro. Para a OIA, a Índia poderá ter de mexer nas taxas de importação de açúcar, a fim de estimular as compras externas e garantir o abastecimento interno. Atualmente, a tarifa é de 40%, e há quem defenda zerar essa alíquota.
COM REESTRUTURAÇÃO, DEDINI ACREDITA EM RECUPERAÇÃO
Após acumular uma dívida de R$ 1,8 bilhão e entrar em recuperação judicial, uma das principais fabricantes nacionais de equipamentos para usinas de açúcar e etanol traça a sua reconstrução. A venda de ativos é uma das principais alternativas da Dedini, que espera vender a unidade de serviços Dedini Refratários, em Piracicaba, e a fábrica de Maceió, que produz peças para reposição. A soma dos dois bens é de R$ 85 milhões. A empresa possui outras sete unidades fabris, em Piracicaba e Sertãozinho, SP. O destino prioritário desse montante é a quitação dos R$ 36,5 milhões de dívidas trabalhistas. “A ideia é liquidar essas pendências em 12 meses”, diz Dedini Ometto.
No médio prazo, a Dedini vai focar em frentes como a diversificação para áreas como energia, mineração e alimentos e bebidas. A expectativa, porém, é de melhoras em seu mercado tradicional. Para Aparecido Luiz, presidente do Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis, o aumento da demanda pelo açúcar e a previsão de preços mais competitivos para a commodity e o etanol trazem um alento. “Esse cenário reaquece a demanda por manutenção e reformas nas usinas”, diz. “E é um passo para a volta das encomendas de máquinas”. O RenovaBio, programa federal que estuda medidas para ampliar a produção de etanol até 2030, é outro fator positivo.