No Sudeste, principal região produtora de cana do país, houve retração no volume colhido em 6,3%, totalizando 439,6 milhões de toneladas. A área colhida foi de 5,48 milhões de hectares, aumento de 7,5% em comparação com a temporada de 2023/24. Esse aumento, no entanto, não foi suficiente para recuperar as perdas registradas pela queda da produtividade de 12,8%, estimada em 80.181 quilos por hectare.
Já na região Centro-Oeste, outra importante região produtora do país, a colheita se manteve próxima a estabilidade, alcançando 145,3 milhões de toneladas – ligeira alta de 0,2%. Assim como no Sudeste, a área cresceu 4%, chegando a 1,85 milhão de hectares, enquanto a produtividade foi 3,7% menor, projetada em 78.540 quilos por hectare.
Na região Nordeste, a colheita do ciclo 2024/25 está em fase de finalização, estimada em 54,4 milhões de toneladas, queda de 3,7% em relação à safra passada. O resultado foi influenciado pela restrição hídrica na região, reduzindo as produtividades médias das lavouras, uma vez que a área colhida aumentou 1,6%, chegando a 897,5 mil hectares.
Já na região Sul, a Conab verificou queda tanto na área como na produtividade, com a produção estimada em 33,6 milhões de toneladas, volume 13,2% inferior ao ciclo passado. No Norte do país, o panorama é o oposto. Com uma colheita estimada em 4 milhões de toneladas, área e produtividade registraram elevação no ciclo 2024/25 de 1,4% e 1,1% respectivamente.
Subprodutos
Com o menor volume de cana colhido, houve uma queda de 3,4% na produção de açúcar no país, estimada em 44,1 milhões de toneladas. Apesar da redução em relação à última safra, a temporada que se encerra apresenta a segunda maior produção do adoçante na série histórica da Conab. Esse bom resultado é reflexo do mercado favorável ao produto, que fez com que boa parte da matéria-prima fosse destinada para a fabricação de açúcar.
O país registrou um crescimento de 4,4% na produção total do etanol, chegando a 37,2 bilhões de litros, mesmo com a queda também para o combustível de 1,1% produzido a partir do esmagamento da cana-de-açúcar, impactado pelas condições climáticas desfavoráveis das lavouras de cana, com um total de 29,35 bilhões de litros. O bom resultado se deve ao incremento do etanol fabricado a partir do milho. Nesta safra, cerca de 7,84 bilhões de litros têm como origem o cereal, um aumento de 32,4% frente ao ciclo 2024/23.
Mercado
As exportações brasileiras de açúcar seguem em patamares elevados, consolidando o Brasil como principal fornecedor mundial do produto. No fechamento da safra 2024/25, os volumes de açúcar ficaram estáveis em relação à safra anterior, no patamar de 35,1 milhões de toneladas. Porém, a receita foi de US$ 16,7 bilhões, queda de 8,2% em relação à receita da última safra, fruto do cenário de preços menores.
Por outro lado, a exportação brasileira de etanol, na safra 2024/25, fechou com volume embarcado de 1,75 bilhão de litros de etanol, queda de 31% frente ao volume da safra 2023/24. Porém, nos últimos anos, o etanol de milho vem ganhando cada vez mais relevância na matriz de combustíveis do país. O avanço da produção em novas unidades e o aumento da eficiência das plantas já existentes contribuem para uma oferta adicional, complementando o abastecimento durante a entressafra de cana e ajudando a manter certa estabilidade nos preços internos do etanol.
Confira os dados completos sobre o 4° Levantamento da Safra 2024/25 de Cana-de-Açúcar e as condições de mercado deste produto no Boletim divulgado no site da Companhia.