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Ação da São Martinho sobe com otimismo do BTG, que vê forte potencial de valorização

Com muita liquidez no caixa, São Martinho terá safra tranquila
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As ações da São Martinho registraram alta de cerca de 2% nesta segunda-feira (19), entre as maiores valorizações do Ibovespa. O movimento positivo teria sido impulsionado por um relatório recente do BTG Pactual, que reforçou a recomendação de compra para os papéis da companhia, mesmo diante de um cenário desafiador para os preços do açúcar e dos combustíveis fósseis.

No documento, o banco reduziu o preço-alvo da ação de R$ 44 para R$ 39, mas ainda apontou um potencial de valorização de 92% em relação ao fechamento mais recente. Segundo os analistas, o papel tem sido penalizado de forma excessiva pela queda nos preços internacionais do açúcar e pela possibilidade de redução no preço da gasolina promovida pela Petrobras — o que poderia comprometer a competitividade do etanol.

Desde que o ex-presidente Donald Trump anunciou novas tarifas comerciais, o petróleo Brent acumula queda de 13% e o açúcar, de 10%. Nesse mesmo período, as ações da São Martinho caíram 4%. Ainda sim, o BTG considera que o momento representa uma oportunidade de entrada para investidores. Mesmo num cenário conservador — com queda de 5% no preço da gasolina e retração nos valores do etanol —, os analistas estimam que a ação da São Martinho ainda oferece um free cash flow yield de 12%.

Outro ponto de sustentação da tese é a demanda resiliente por etanol. O relatório destaca que, nas principais regiões consumidoras, o biocombustível custa menos de 70% do valor da gasolina — limiar que o torna economicamente mais vantajoso. Esse fator deve ajudar a manter os preços do etanol firmes, mesmo após a implementação da nova regra de PIS/Cofins.

O BTG também enxerga a São Martinho como uma das apostas estruturais no setor sucroenergético. O banco projeta que a combinação entre crescimento da demanda global e limitação da oferta — com usinas brasileiras operando próximas do limite de capacidade — deve sustentar preços elevados no médio e longo prazo.

Além disso, a companhia apresenta forte geração de caixa e projeção de retorno sobre capital em alta. Segundo o BTG, o ROIC da São Martinho pode alcançar 20% até 2027. A empresa também avalia novas alternativas para alocação de capital, como a expansão da produção de etanol de milho, com retorno estimado de 15%. Caso essa estratégia não avance, o banco aponta que a empresa poderá optar por reforçar a distribuição de dividendos ou recomprar ações.

Mesmo com uma revisão para baixo nas estimativas do ciclo 2025/26, o banco ainda projeta crescimento de 16% no Ebitda ajustado, chegando a R$ 3,8 bilhões, e geração de caixa livre de R$ 950 milhões — o que representa um retorno estimado de 13,5%.

Para o BTG, a ação está subavaliada em relação às commodities e ao restante do setor. “Com a normalização do mix de produtos e a sólida geração de caixa, seguimos vendo a São Martinho como uma empresa de alta qualidade e com relevante potencial de valorização”, conclui o relatório, assinado pelos analistas Thiago Duarte, Guilherme Guttilla e Gustavo Fabris.

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