O governo brasileiro articula uma proposta para apresentar aos líderes globais durante a COP30, em Belém (PA), com o objetivo de obter apoio ao compromisso de quadruplicar, até 2035, a produção e o uso mundial de combustíveis sustentáveis.
A iniciativa mira etanol, biodiesel, biometano, combustíveis sustentáveis de aviação (SAF), metanol e amônia para navegação, entre outros, como formas de acelerar a descarbonização do setor de transportes.
O movimento ocorre após o anúncio, há duas semanas, de uma coalizão formada por 34 países, co-liderada por Brasil e Japão, que já manifestaram a intenção de ampliar em quatro vezes a oferta global desses combustíveis.
Segundo a presidência da COP30, a declaração oficial será lançada na Pre-COP, em Brasília, no dia 14 de outubro, e ficará aberta à adesão de outros governos.
Os biocombustíveis têm figurado de forma recorrente na diplomacia climática brasileira. O tema ganhou espaço durante a presidência do país no G20, em 2024, e deve ser um dos eixos centrais da cúpula climática da ONU.
Durante os eventos da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, na semana passada, o presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, reforçou a importância do tema.
“Moléculas sustentáveis são tão importantes quanto elétrons sustentáveis para atingir as metas de zero emissões líquidas. Eletrificação e combustíveis, elétrons e moléculas, são amplamente complementares e essenciais para a transição energética. Não podemos atingir nossos objetivos a menos que tenhamos ambos”, declarou.