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Açúcar reage com alta em NY e Londres após valorização do real, apesar de cenário global pressionado

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Os preços internacionais do açúcar encerraram a sexta-feira em forte alta, impulsionados principalmente pela valorização do real frente ao dólar, movimento que estimulou a cobertura de posições vendidas nos mercados futuros. Em Nova York, o açúcar bruto atingiu a máxima em duas semanas, enquanto o contrato em Londres alcançou o maior nível em uma semana.

O contrato do produto bruto com vencimento em março de 2026 fechou em alta de 1,7%, ou 0,25 centavos de dólar, a 15,10 centavos de dólar por libra-peso. No início da sessão, o produto chegou a atingir uma máxima de duas semanas, de 15,27 centavos de dólar. O açúcar branco, por sua vez, subiu 1,2%, fechando em US$ 429,40 por tonelada métrica.

A apreciação do real brasileiro reduziu a atratividade das exportações por parte dos produtores do país, maior exportador global da commodity, contribuindo para o movimento de alta das cotações. O câmbio mais forte tende a limitar o ritmo das vendas externas e sustenta ajustes técnicos nos mercados futuros.

Apesar da reação recente, o pano de fundo segue marcado por fundamentos baixistas. Ao longo da semana, os preços haviam recuado para mínimas de três semanas, pressionados pelo avanço da produção na Índia e no Brasil. Segundo a Associação das Usinas de Açúcar da Índia (ISMA), a produção indiana entre outubro e novembro somou 4,11 milhões de toneladas, crescimento de 43% na comparação anual. O número de usinas em operação no país chegou a 428 até 30 de novembro, frente a 376 no mesmo período do ano passado.

No Brasil, as projeções também indicam oferta elevada. A Conab revisou para cima a estimativa de produção de açúcar na safra 2025/26, de 44,5 milhões para 45 milhões de toneladas. Dados da Unica mostram que a produção do Centro-Sul na primeira quinzena de novembro avançou 8,7% na comparação anual, totalizando 983 mil toneladas. No acumulado da safra até meados de novembro, a produção atingiu 39,179 milhões de toneladas, alta de 2,1% em relação ao mesmo período do ciclo anterior.

No mercado global, a Organização Internacional do Açúcar (ISO) projeta um superávit de 1,625 milhão de toneladas na safra 2025/26, revertendo o déficit de 2,916 milhões de toneladas registrado em 2024/25. A entidade atribui o excedente principalmente ao aumento da produção na Índia, Tailândia e Paquistão e estima crescimento de 3,2% na produção mundial, para 181,8 milhões de toneladas.

Reforçando essa leitura, a trading Czarnikow elevou sua projeção de superávit global de açúcar em 2025/26 para 8,7 milhões de toneladas, acima da estimativa anterior de 7,5 milhões. O movimento recente de alta, portanto, reflete fatores cambiais e técnicos, enquanto o balanço global segue apontando para um ambiente de oferta confortável no médio prazo.

Com informações da Barchart

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