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Açúcar: 10 coisas que podem afetar o mercado de açúcar

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O mercado futuro de açúcar em NY na última sexta-feira,26, com o vencimento outubro de 2024, encerrou a semana cotado a 18,48 centavos de dólar por libra-peso, uma queda de 19 pontos no acumulado da semana (pouco mais de 4 dólares por tonelada).

Mesmo parecendo o preço mais baixo do mercado, os preços quebraram a mínima do ano de 17,95 centavos de dólar por libra-peso e atingiram novas mínimas: 17.86 centavos de dólar por libra-peso. Segundo Arnaldo Luiz Corrêa, analista de mercado e diretor da Archer Consulting, os fundos surpreenderam o mercado e de acordo com os dados publicados nessa sexta-feira, o COT (Commitment Of Trades), relatório dos comitentes, os fundos especuladores estão vendidos mais de 45 mil lotes. “Claramente essa virada de mão contribuiu para a queda das cotações em NY, ajudadas – é claro – pela fraqueza do real frente ao dólar que encerrou a semana a R$ 5,6668, uma queda de 1.21% em relação à semana passada”, disse Corrêa.

Diante do que vem observado no mercado, o analista apontou 10 coisas que podem afetar o mercado de açúcar nesse momento. Confira:

  1. Recuperação Econômica Global: A Ascensão dos Preços – Com a recuperação econômica global, a demanda por açúcar tende a aumentar. Países emergentes, especialmente na Ásia, estão vendo uma recuperação acelerada, o que pode levar a um aumento no consumo de açúcar. À medida que as economias se fortalecem, a demanda por alimentos e bebidas açucaradas tende a subir, impulsionando os preços. Afinal, quem não gosta de uma sobremesa doce depois de um longo dia de trabalho? Temos comentado aqui que o aumento do consumo mundial virá da Ásia (Índia, Paquistão, Indonésia) e n ritmo de 1.2% ao ano, nossa estimativa é que a Índia poderá deixar de ser um exportador de açúcar muito em breve.
  2. Problemas Climáticos no Brasil: O Impacto do Tempo Seco – O clima é sempre um grande fator no mercado de açúcar. E o clima está de cabeça pra baixo. O Brasil, maior produtor mundial de açúcar, está enfrentando condições climáticas adversas. A seca prolongada está afetando a produtividade das lavouras de cana-de-açúcar, resultando em menores safras. Essa redução na oferta pode levar a um aumento nos preços, já que a disponibilidade de açúcar diminui. E não há nada como um pouco de drama climático para apimentar os mercados.
  3. Diminuição na Produção da Índia: Exportações em Risco – A Índia, outro grande produtor de açúcar, também enfrenta desafios na produção. Problemas como o atraso das monções e a política governamental de apoio aos preços internos podem reduzir as exportações. Menos açúcar no mercado global significa preços mais altos. Se for verdade, como dizem alguns analistas, que a Índia tem um estoque de passagem de 9 milhões de toneladas de açúcar, alguma coisa muito errada tem ocorrido na apuração desse estoque de passagem. Como ele é composto pelo estoque inicial mais a produção menos o consumo interno menos as exportações e menos o que foi destinado à produção de etanol, para chegarmos a um estoque de 9 milhões de toneladas as chances são de que o erro está na produção ou no consumo.
  4. Interesse de Compra da China: Um Piso de Segurança: A China, grande consumidora de açúcar, tem demonstrado um interesse crescente em aumentar suas reservas. O interesse de compra chinês proporciona um piso de segurança para os preços. Se a demanda chinesa continuar forte, isso pode sustentar os preços em níveis elevados, independentemente de outros fatores. É quase como se a China estivesse dizendo: “Não se preocupe, estamos aqui para garantir que os preços não caiam muito.” Mas, não acredito que este seja o caso.
  5. Inovações na Produção de Biocombustíveis: Diversificação do Uso da Cana – A crescente demanda e recuperação dos preços do etanol está influenciando o mercado de açúcar. Com mais cana sendo desviada para a produção de etanol, a oferta de açúcar pode diminuir. Essa diversificação no uso da cana cria uma pressão adicional sobre os preços do açúcar.
  6. Superprodução na Tailândia: Oferta em Excesso:  A Tailândia, um dos maiores exportadores de açúcar, está prevendo uma colheita recorde este ano. A superprodução pode levar a um excesso de oferta no mercado global, pressionando os preços para baixo. Imagine um tsunami de açúcar inundando o mercado – os preços não têm para onde ir a não ser para baixo.
  7. Aumento das Exportações Indianas: Concorrência no Mercado – Embora a produção indiana possa enfrentar desafios, as políticas governamentais incentivando as exportações podem aumentar a oferta no mercado global. Se as exportações indianas ocorrerem, isso pode adicionar pressão baixista sobre os preços. Nesse momento, não acreditamos que possam ocorrer exportações de açúcar por parte da Índia.
  8. Retração na Demanda por Alimentos Processados: Adoçantes Alternativos – A crescente conscientização sobre a saúde e a mudança de preferências dos consumidores para adoçantes alternativos estão impactando a demanda por açúcar. Se essa tendência continuar, a demanda por açúcar pode diminuir, levando a uma queda nos preços. Parece que o açúcar está enfrentando uma competição acirrada de seus primos mais saudáveis. Esse um ponto discutível, pois o HFCS (xarope de milho) não é mais saudável, mas certamente é um forte competidor do açúcar na indústria de refrigerantes.
  9. Força do Dólar: Preços Relativos Mais Altos: A valorização do dólar americano torna as commodities denominadas em dólar, como o açúcar, mais caras para compradores estrangeiros. Isso pode reduzir a demanda internacional e pressionar os preços para baixo. Um dólar forte pode ser bom para os turistas americanos, mas não tanto para os produtores de açúcar.
  10. Avanços Tecnológicos na Agricultura: Aumento da Eficiência – A adoção de novas tecnologias agrícolas, como variedades de cana-de-açúcar mais produtivas e práticas agrícolas mais eficientes, pode aumentar a produção global de açúcar. Se a oferta continuar a crescer devido a esses avanços, os preços podem cair.

“Segundo um de nossos analistas técnicos, Marcelo Moreira, o vencimento de Out-24 testou e respeitou o piso da banda de Bollinger dos 50 dias a 17,70 centavos de dólar por libra-peso. Negociou na mínima da semana a 17,86 centavos de dólar por libra-peso, reverteu negociando na máxima da semana a 18,74 encerrou a 18,42 centavos de dólar por libra-peso. O suporte continua a 17,70 centavos de dólar por libra-peso e as resistências estão a 18,67/19,08/19,83 centavos de dólar por libra-peso. Já o vencimento Julho-25 rompeu o piso da banda de Bollinger dos 50 dias (negociando na mínima da semana a 17,25 centavos de dólar por libra-peso) e encerrou a semana a 17,56 centavos de dólar por libra-peso. O próximo suporte continua sendo o piso da banda de Bollinger dos 50 dias a 17,52 centavos de dólar por libra-peso. As próximas resistências estão a 17,94 e 18,38 centavos de dólar por libra-peso”, afirmou em sua análise semanal.

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