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Açúcar: expectativa de safra reduzida no Brasil mantém preços altos

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Os preços do açúcar na sexta-feira superaram as perdas iniciais e fecharam moderadamente em alta. O contrato de março de açúcar em NY fechou na sexta-feira, 02, em alta de US$ 0,33, em 1,40%, chegando a US$ 23,62. O contrato de açúcar branco março da ICE também fechou em alta de US$ 8,50, em 1,30%,  a US$ 640,90.

A preocupação de que as condições de seca no Brasil possam restringir a produção de açúcar 2024/25, que começa em abril, está impulsionando os preços. A StoneX reduziu sua estimativa de produção de cana-de-açúcar Centro-Sul do Brasil 2024/25 para 622,1 milhões de toneladas, de uma estimativa anterior de 628,8 milhões de toneladas, citando chuvas abaixo da média de novembro a janeiro que restringiram o desenvolvimento das lavouras de cana-de-açúcar.

A produção reduzida de açúcar na Índia continua sendo um fator de alta. A Associação Indiana de Usinas de Açúcar (ISMA) informou na quarta-feira que a produção de açúcar da Índia em 2023/24 durante o período de outubro a 31 de janeiro caiu 3,2% a/a, para 18,7 milhões de t. Para o ano de comercialização completo, a ISMA prevê a produção de açúcar da Índia em 2023/24 em 33,05 milhões de t, uma queda de 9,7% em relação aos 36,6 milhões de t em 2022/23.

O Departamento de Meteorologia da Índia disse que as chuvas de monções deste ano (junho-setembro) foram 6% abaixo da média, as chuvas de monções mais fracas em 5 anos. Em Outubro, a Índia prolongou as restrições às exportações de açúcar a partir de 31 de Outubro até novo aviso, numa tentativa de manter o abastecimento interno adequado. A Índia permitiu que as usinas exportassem apenas 6,1 milhões de toneladas de açúcar durante a temporada 2022/23, até 30 de setembro, depois de permitir que exportassem um recorde de 11,1 milhões de toneladas na temporada anterior. A Índia é o segundo maior produtor de açúcar do mundo.

Fundamentos de mercado e volatilidade

O mercado futuro de açúcar em Nova York apresentou um cenário de grande volatilidade em 2023, que pode se repetir em 2024, segundo Arnaldo Corrêa Archer, analista de Mercado e diretor da Archer Consulting. No início de 2023, os preços estavam em torno de 19-20 centavos de dólar por libra-peso e atingiram um pico de 28.14 centavos de dólar por libra-peso, causando frustração para aqueles que esperavam que os preços chegassem a 30 centavos de dólar por libra-peso ou mais.

“Essa alta nos preços foi impulsionada principalmente pelo apetite voraz dos fundos especulativos, mesmo em um cenário fundamentalista que indicava uma safra de cana-de-açúcar abundante. No entanto, o mercado viu uma reviravolta abrupta, com uma queda de quase 19% no preço médio dos futuros em dezembro de 2023 (primeiro contrato, com vencimento em março de 2024), encerrando em US$ 22.22 centavos de dólar por libra-peso, em comparação com os 27.31 centavos de dólar por libra-peso de novembro. Isso representou uma queda de mais de 500 pontos. A rapidez com que essas mudanças ocorreram não tem precedentes no mercado de açúcar em Nova York neste século. A volatilidade e as influências dos fundos especulativos continuarão a ser fatores importantes a serem monitorados em 2024”, aponta Corrêa.

Segundo o especialista, a força motriz responsável pela queda nos preços atende pelo nome de fundamentos do mercado. “Observava-se ao longo da safra que estávamos diante de uma espetacular produção de cana que acabou se concretizando e entregando quase 19% a mais de cana em relação à safra anterior e inacreditáveis mais de 25% de produção de açúcar comparativamente à safra 22/23”, afirmou em seu comentário semanal.

Ele explica que o volume de compras de calls (opções de compra) fora do dinheiro, financiadas pela venda de puts (opções de venda) trouxe um componente drástico potencializando a queda do mercado via correção do delta das puts vendidas, no momento que os especuladores começavam a liquidar suas posições.

“Até o momento, estamos apenas fazendo conjecturas. No entanto, por que poderíamos testemunhar uma montanha-russa semelhante este ano? Bem, se compararmos o fechamento de sexta-feira em Nova York, onde o contrato futuro com vencimento em março de 2024 encerrou a 23.93 centavos de dólar por libra-peso, com o último pregão de 2023, podemos observar que, neste início de ano, o mercado já registrou um aumento de 339 pontos no contrato de março/24 (equivalente a 75 dólares por tonelada). A média de aumento foi de 228 pontos (50 dólares por tonelada) nos vencimentos relacionados à safra 24/25 do Centro-Sul e 148 pontos (33 dólares por tonelada) na safra 25/26. Essas flutuações iniciais indicam que o mercado pode continuar a ser volátil em 2024”, destacou.

Natália Cherubin com informações da Barchart para RPAnews

 

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