Contando com crescimento de 4,3% na produção mundial e de 0,8% no consumo, consultoria estima o terceiro superávit global de açúcar em quatro safras
A temporada 2025/26 global de açúcar herda um mercado bem ofertado, mas que pode ver o retorno um pouco mais forte das importações em alguns importantes países produtores. A avaliação foi feita pela StoneX durante a 13ª Conferência Anual de Açúcar e Etanol, que acontece nesta terça-feira, 13, em Nova York.
Em sua primeira estimativa para o saldo global da temporada, a consultoria calcula um superávit de 3,7 milhões de toneladas (valor bruto) – o terceiro superávit global de açúcar em quatro safras.
Em termos de balanço, a StoneX acredita que grandes produtores e exportadores devem ter crescimento na próxima safra global – como Brasil, Índia, Tailândia e Paquistão –, indicando que, mesmo no médio prazo, não há sinais de escassez de produto.
“O superávit desenha uma figura positiva para o mercado, mas que pode ser negativa em termos de rentabilidade – tudo isso, dependendo, cada vez mais, dos resultados produtivos no seu grande fiel da balança: o Brasil”, avalia o analista de inteligência de mercado do grupo, Marcelo Di Bonifacio Filho.
Ele aponta que os preços do açúcar em Nova York vêm em consistente predominância baixista desde outubro de 2024. Apesar de ter encontrado alguns momentos de preocupação do lado da oferta, promovendo altas pontuais, o mercado é considerado bem abastecido.
Ainda conforme a StoneX, após um déficit “robusto” na temporada 2024/25 (outubro a setembro), o cenário internacional para o açúcar tem tido maior apoio nos fluxos comerciais, bastante superavitários desde o ano passado.
De acordo com a consultoria, o déficit de quase 3 milhões de toneladas no ciclo corrente não está impactando os preços, pois os superávits nos ciclos anteriores (2022/23 e, principalmente, 2023/24) promoveram uma “recomposição acentuada” dos estoques nos principais países importadores e consumidores.
“Nesse sentido, o déficit atual tem se materializado em consumo de estoques na ponta da demanda, e não em crescimento das importações – que, por outro lado, se tornarão mais urgentes do terceiro trimestre de 2025 em diante”, afirma a consultoria, em nota. “Ao contrário, entre meados do quarto trimestre de 2024 e o período atual, os compradores têm esperado os preços cederem, sem urgência de aquisição de novos volumes”, completa.