Apesar da volatilidade no mercado de commodities, em meio à guerra comercial entre EUA e China, o açúcar permaneceu estável, por não ser comercializado de forma significativa entre os países.
Na última semana, a guerra comercial entre os EUA e a China gerou volatilidade no mercado de commodities, mas o açúcar permaneceu relativamente estável, já que não se trata de uma commodity comercializada de significativamente entre os dois países. Dessa forma, a maior parte dos ajustes de preço foi atribuída à entrega robusta do contrato de março.
“Sobre as entregas, a participação maior da América Central nas exportações aliviou as preocupações sobre a oferta de curto prazo, com o contrato de maio/25 fechando em 18,3c/lb, abaixo do nível de março. A oferta continua apertada, e a demanda tem pressionado os preços para baixo, apesar do potencial de recuperação do contrato de maio caso a demanda aqueça”, observa Lívea Coda, coordenadora de Inteligência de Mercado da Hedgepoint Global Markets.
China e Índia
A China alcançou 9,7 milhões de toneladas de açúcar até fevereiro, com aumento significativo na produção, esperando-se a continuidade da tendência de importações menores, observada até dezembro de 2024. O contrato de maio está em um ponto delicado, com a arbitragem de importação chinesa servindo como suporte para os preços.
Estima-se que a Índia tenha exportado cerca de 250 mil t, tendo negociado cerca de 300 mil t posteriormente, em um total de 550 mil t ou metade de sua cota. A esse nível, a paridade de exportação do açúcar bruto indiano está fechada, o que dificulta novas vendas – a menos que os preços atinjam 19,9c/lb.
De acordo com a especialista da Hedgepoint, a região Centro-Sul do Brasil enfrentou chuvas abaixo da média em janeiro e fevereiro deste ano, mas as condições de desenvolvimento da cana ainda são melhores em comparação com a temporada anterior.
“O bom volume de precipitação entre outubro e dezembro do ano passado ajudaram a recuperar a umidade do solo, embora o recente período de seca traga cautela sobre as perspectivas para a safra”, finaliza a analista.