Os preços do açúcar estiveram nesta quinta-feira, 13, moderadamente mais altos, com o açúcar de Londres registrando o maior nível em 2 meses. A preocupação com a safra de açúcar do Brasil está elevando os preços.
O contrato de março de 2025 do açúcar bruto subiu teve uma alta de 1,92%, fecharam ontem 13, em 18,84 centavos de dólar por libra-peso. Enquanto isso, o contrato de março de açúcar branco em Londres subiu 0,31%, atingindo US$529,40.
Alvean, o maior comerciante de açúcar do mundo, disse que a precipitação abaixo da média no Brasil significa que a cana-de-açúcar está subdesenvolvida em algumas áreas e que se as chuvas continuarem fracas, a colheita de açúcar que começa em Abril poderá ser adiada e a produção de açúcar sofrerá. Além disso, a cobertura a descoberto do fundo impulsionou os futuros do açúcar em Londres, sendo hoje o último dia de negociação do contrato de açúcar em Londres para março.
Nas últimas três semanas, a valorização do real brasileiro estimulou a cobertura a descoberto dos fundos no açúcar, com os preços do açúcar subindo para o máximo em 8 semanas na última quinta-feira. O real está um pouco abaixo da máxima de três meses da última sexta-feira, desencorajando as vendas para exportação dos produtores de açúcar do Brasil.
O açúcar também tem algum suporte de transição devido a queda de 12,2% na produção de açúcar da Índia em 2024/25, para 16,5 milhões de t. Do lado negativo para o açúcar, os especialistas em commodities do Green Pool projetaram na última quarta-feira que o mercado global de açúcar mudará para um superávit de 2,7 milhões de toneladas na safra 2025/26, em comparação com um déficit de 3,7 milhões de toneladas em 2024/25.
Em seu artigo semanal, Arnaldo Luiz Corrêa, analista de mercado e diretor da Archer Consulting, afirmou que é pouco provável que o mercado se mantenha abaixo dos 18 centavos por um período prolongado. “O mercado interno indiano, por exemplo, já opera acima desse patamar, e o custo de produção no Centro-Sul ainda garante uma rentabilidade bastante atrativa. Atualmente, nos níveis mais baixos, o custo de produção do açúcar FOB Santos está abaixo de 15 centavos de dólar por libra-peso. No entanto, apenas o Brasil consegue ofertar açúcar nesses valores, uma vez que nenhum outro país consegue produzir abaixo de 18 centavos”, disse.
Ainda de acordo com ele, a dependência global do açúcar brasileiro tem dois lados. Por um lado, qualquer aumento na produção nacional, como o que veremos neste ano, com 1,3 milhão de toneladas adicionais, exerce uma forte influência negativa sobre o mercado. Por outro, qualquer fator adverso – seja climático ou de outra natureza – pode reduzir a disponibilidade do produto e aumentar a volatilidade dos preços. “Esse equilíbrio delicado reforça a importância do Brasil na dinâmica global do açúcar e explica as flutuações do mercado diante de qualquer mudança relevante no cenário produtivo”, observou.