Home Últimas Notícias Emenda em projeto pode aumentar preço de combustíveis, diz associação
Últimas Notícias

Emenda em projeto pode aumentar preço de combustíveis, diz associação

Compartilhar

Uma emenda inesperada incluída no Projeto de Lei Complementar (PLP) 136/23, que teve regime de urgência aprovado na Câmara dos Deputados na terça-feira, 5, abre uma brecha para o retorno de tributação dos combustíveis pelo modo ad valorem, em que a taxação se dá por uma alíquota percentual e na prática aumenta sempre que há elevação dos preços.

A proposta dá aos estados a possibilidade de decidirem se querem ou não fazer a cobrança do ICMS sobre combustíveis pelo sistema ad rem, de valor fixo por litro, em vigor atualmente.

Em nota nesta quarta-feira, a associação Brasilcom, que reúne mais de 40 distribuidoras regionais, afirmou que “isso poderá resultar em aumento de preço dos combustíveis ao consumidor”, o que seria um “retrocesso” em relação à mudança efetivada neste ano, pois geraria pressões inflacionárias adicionais.

O texto sobre o tema foi incluído no projeto que prevê compensação de R$ 27 bilhões da União para os estados e o Distrito Federal em razão da queda de arrecadação do ICMS por causa de mudanças na incidência do tributo sobre combustíveis, gás natural, energia elétrica, comunicações e transporte coletivo.

O requerimento de urgência do projeto aprovado na terça-feira foi apresentado pelo líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE).

“O PLP (projeto) volta a vincular o ICMS ao preço da commodity e com isso poderemos ter aumentos quinzenais do imposto, como acontecia antes da edição da LC 192/22, que zerou a cobrança do PIS e da Cofins sobre combustíveis em 2022 e estabeleceu a incidência do ICMS apenas uma vez, com base em alíquota fixa por volume comercializado (ad rem)”, disse a Brasilcom.

Com a aprovação do regime de urgência, o projeto poderá ser votado nas próximas sessões do Plenário, o que, teme-se, pode ocorrer sem a devida discussão do item que ameaça aumentar preços de combustíveis.

Desde junho, a cobrança do ICMS sobre a gasolina é de R$ 1,22 por litro em todo o território nacional, enquanto no passado variava conforme a definição dos estados.

No caso do diesel e do gás de cozinha, a alteração no modelo de cobrança – válida desde 1º de maio – estipula R$ 0,94 por litro e R$ 1,28 por quilo, respectivamente.

Segundo a Brasilcom, outro ponto negativo da eventual mudança é a segurança jurídica “que será violada com a aprovação do PLP 136/23, uma vez que as empresas do setor já se adaptaram à nova sistemática”.

Para a associação, “o sistema monofásico para cobrança do ICMS é uma evolução tamanha que está prevista até mesmo no texto da reforma tributária”.

Reuters/Roberto Samora e Maria Carolina Marcello

Compartilhar
Artigo Relacionado
Últimas Notícias

Tarifaço de Trump pode ter impacto maior no etanol do que no petróleo, diz Adriano Pires

Mais do que o setor de petróleo, o impacto da tarifa de...

Últimas Notícias

Tarifaço de Trump deve impactar setor pernambucano de cana-de-açúcar, diz Sindaçúcar-PE

Tarifa de 50% pode desestabilizar planejamento das exportações do estado, que teve...

Últimas NotíciasDestaque

Sucroenergéticas integram relação das dez maiores recuperações judiciais do agronegócio

Usina Açucareira Ester, Grupo Safras e Usina Maringá (grupo Diné) atuam com...