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Mesmo com queda na produtividade, Coruripe processa mais cana e atinge 15,23 milhões de t

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 Mesmo com desafios climáticos e queda de TCH em 11,90%, companhia processou mais cana na temporada

A Coruripe, uma das maiores e principais empresas do setor sucroenergético no país com quatro em Minas Gerais e uma em Alagoas, conseguiu aumentar sua produção de açúcar e manter a eficiência industrial, mesmo enfrentando desafios na produtividade agrícola. A valorização dos preços e a estratégia de mercado focada no açúcar contribuíram para a estabilidade financeira da empresa.

Os dados divulgados no último relatório da companhia, na semana passada, mostram que a moagem da safra 2024/25 registrou um leve aumento de 1% em relação à safra anterior, passando de 15,115 milhões para 15,238 milhões de toneladas de cana-de-açúcar processadas. Esse crescimento reflete a continuidade das operações eficientes da usina, mesmo diante de desafios climáticos e agronômicos.

Apesar do aumento na moagem, os índices de produtividade agrícola apresentaram desafios. O teor de açúcar recuperável (ATR) teve um crescimento de 135,26 para 137,84 kg/t, mas a produtividade da lavoura (TCH – toneladas de cana por hectare) caiu de 85,83 para 75,62 t/ha. Como consequência, a quantidade total de KG de ATR por hectare caiu de 11.609 para 10.424, impactando a eficiência na produção.

O açúcar equivalente alcançou 41,290 milhões de sacas, um aumento de 4% em relação à safra anterior. Já a produção de açúcar total apresentou um crescimento ainda mais expressivo, subindo 8%, de 23,010 milhões para 24,870 milhões de sacas. Por outro lado, a produção total de etanol registrou uma leve queda de 0,3%, passando de 472 mil m³ para 471 mil m³, um reflexo das estratégias de mercado da usina, priorizando a fabricação de açúcar.

A usina manteve o compromisso com a eficiência industrial, com um índice de 87,60% para a safra 2024/25. Além disso, a energia gerada teve um leve crescimento de 2%, passando de 687 mil para 699 mil MWh, reforçando o compromisso da Coruripe com a sustentabilidade e o aproveitamento dos subprodutos da cana.

Receita Bruta cresceu 16,2% na safra 2024/25

A valorização dos produtos da cana-de-açúcar também se refletiu nos preços médios brutos. O açúcar VHP subiu 6%, atingindo R$ 2.440 por tonelada, enquanto o açúcar cristal teve uma leve alta de 2%, chegando a R$ 151 por saca. Já os preços do etanol apresentaram aumentos mais expressivos: o etanol anidro subiu 5% (R$ 2.879/m³) e o etanol hidratado teve um incremento de 9% (R$ 2.937/m³).

A Usina Coruripe apresentou um crescimento expressivo na receita bruta da safra 2024/25, impulsionado principalmente pelo aumento nas vendas de açúcar e etanol. A receita bruta da Coruripe atingiu R$ 4,103 bilhões, um aumento de 16,2% em relação aos R$ 3,532 bilhões registrados na safra 2023/24.

Desempenho por Produto

  • Açúcar VHP: R$ 2,210 bilhões (+26,1%)
  • Açúcar Cristal: R$ 459,7 milhões (+9,7%)
  • Total do Açúcar: R$ 2,669 bilhões (+23%)
  • Total do Etanol: R$ 1,193 bilhões (+11,9%)
    • Etanol anidro: R$ 498,0 milhões (+3,4%)
    • Etanol hidratado: R$ 695,7 milhões (+18,8%)
  • Melaço: R$ 110,2 milhões (-16,4%)
  • Outros produtos: R$ 43,7 milhões (-41,9%)
  • Energia elétrica: R$ 85,9 milhões (-1,7%)

A receita com açúcar apresentou um crescimento expressivo de 23%, reforçando a estratégia da usina de aumentar sua produção do produto. O etanol hidratado também registrou um crescimento relevante, com alta de 18,8%. A companhia, de acordo com o relatório de resultados, garantiu a maior parte da fixação de preços para a safra 2024/25. No total a fixação acumulada foi de 1.104.199 toneladas (99%) a um preço médio de 21,53 cents/lb (R$ 2.554/t).

Para a safra 2025/26 mais da metade da produção está fixada. Foram 684.182 toneladas, 59% da sua produção, com um preço médio de 9,32 cents/lb (R$ 2.640/t). Para a temporada 2026/27 a companhia já fixou 13% da sua produção, ou 161.182 toneladas a um preço médio de 17,41 cents/lb (R$ 2.640/t).

Dívida bruta e líquida

Em 31 de janeiro de 2025, a dívida bruta da companhia atingiu R$ 4,567 bilhões, enquanto a dívida líquida foi de R$ 3,603 bilhões. A empresa mantém uma estrutura financeira sólida, distribuindo suas obrigações entre diferentes credores e indexadores de forma estratégica.

De acordo com relatório da Coruripe, a maior parte da dívida está concentrada em bancos comerciais, que representam 63% (R$ 2,873 bilhões) do total. Além disso, há um volume expressivo de captação no mercado de capitais, totalizando R$ 1,300 bilhão (28%). Já os bancos de fomento possuem um montante menor na estrutura de dívida, somando R$ 393,9 milhões (9%).

Natália Cherubin para RPAnews
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