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Nardini é classificada com rating nacional A, segundo Fitch

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A Nardini Agroindustrial, hoje operando duas usinas, a mais recente em Aporé, GO, teve classificação A no rating nacional de longo prazo pela Fitch Ratings, que projetou perspectiva Estável para a companhia. Segundo relatório divulgado pela Fitch na última semana de agosto, o rating da Nardini reflete perfil operacional da companhia e o fortalecimento do seu modelo de negócios com a entrada em operação de sua segunda usina, em Aporé (GO), que aumentou a capacidade de moagem do grupo para cerca de 6,3 milhões de toneladas/ano, bem como sua capacidade de cogeração de energia.

“A resiliente performance da Nardini nos últimos anos em diferentes condições de mercado, sustentada por sua competitiva estrutura de custos de produção e por seu desempenho agrícola, lhe permite atenuar os impactos negativos dos ciclos de baixa dos preços das commodities. O rating também considera a adequada flexibilidade da companhia para produzir açúcar no mix de negócios e um volume de cana própria acima de 60%”, disse a Fitch.

Os indicadores de crédito da Nardini são fortes para a categoria de rating. No entanto, a classificação permanece limitada pela escala de suas atividades, pela volatilidade do preço do açúcar e pela dinâmica da indústria de etanol no Brasil, bastante vinculada aos preços da gasolina. Sendo assim, de acordo com a agência, a exposição da produção canavieira às condições climáticas e o uso intensivo de capital na manutenção da produtividade agrícola e industrial também foram incorporados ao rating.

De acordo com a Fitch, a Perspectiva Estável contempla a expectativa de que a Nardini preservará adequada geração de caixa nos próximos dois anos, que deve ser suficiente para financiar investimentos recorrentes na parte agrícola e na parte industrial de seus negócios. “A Fitch acredita que a companhia manterá a alavancagem em patamares conservadores e sua boa liquidez”, disse em relatório divulgado em 30 de agosto.

Veja quais foram os principais fundamentos do RATING

Preços Fixados do Açúcar Fortes em 2024: O mercado global de açúcar deve reportar excedente na safra de 2024/2025, impulsionado, principalmente, pela produção brasileira. A Fitch projeta preços médios do açúcar de USD21,0 centavos por libra-peso em 2024 e de USD20,8 centavos em 2025. Os produtores brasileiros devem se beneficiar de preços elevados do açúcar em reais, em torno de BRL2.400 por tonelada, devido aos preços mais atrativos já fixados para 2024 e para parte de 2025.

Volatilidade dos Preços do Etanol: Os preços do etanol devem permanecer voláteis, já que a mudança na política comercial da Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobras) para os preços dos combustíveis trouxe incertezas para o setor. A Fitch projeta preço médio do petróelo Brent de USD80,0/barril em 2024 e de USD70,0/barril em 2025, o que representa um importante fundamento para a determinação dos preços da gasolina e do etanol no Brasil. O aumento da produção de açúcar no mix das usinas, em detrimento do etanol, foi suficiente para acomodar o incremento da produção de etanol a partir do milho no país. Pelas projeções da Fitch, os preços médios do litro do etanol hidratado ficarão em torno de BRL2,40 em 2024/2025.

Aumento da Capacidade de Moagem: A entrada em operação da segunda planta da Nardini, localizada em Aporé, contribuiu para a melhora de seu modelo de negócios, o que se refletiu em maior diversificação geográfica e no aumento da capacidade de moagem para cerca de 6,3 milhões de toneladas/ano na safra de 2024/2025 e 7,2 milhões na safra de 2025/2026, de cerca de 5,0 milhões de toneladas/ano. Na safra de 2024/2025, a nova planta deverá produzir apenas etanol, e a produção de açúcar deve ocorrer a partir de 2025/2026. O cenário-base incorpora expectativa de moagem de 5,4 milhões de toneladas na safra de 2024/2025, um pouco abaixo das 5,7 milhões de toneladas da safra de 2023/2024, mas bem superior às 4,0 milhões de toneladas reportadas em 2022/2023. O açúcar deverá representar 55% do volume produzido na safra de 2024/2025 e 65% em 2025/2026, à medida que Aporé inicie sua produção de açúcar. Este aumento deverá contribuir para melhores margens operacionais.

Geração de Caixa Consistente: A Fitch acredita que a Nardini reportará geração de caixa operacional crescente, apoiada nos custos de produção abaixo da média do setor e em sua maior capacidade de moagem. A agência projeta geração de EBITDA de BRL650 milhões no exercício a ser encerrado em 31 de março de 2025 e de BRL800 milhões no exercício que se encerrará em 31 de março de 2026, com margens entre 40% e 43%. Estes números estão em linha com o EBITDA de BRL649 milhões e com a margem de 40% do exercício encerrado em 31 de março de 2024. O fluxo de caixa das operações (CFFO) da companhia deverá atingir BRL480 milhões na safra de 2024/2025 e ficar próximo a BRL600 milhões na safra de 2025/2026 — o suficiente para cobrir os investimentos necessários à manutenção das duas unidades. No entanto, o fluxo de caixa livre (FCF) deverá ser negativo no exercício de 2025, devido a investimentos de BRL590 milhões, e se tornar positivo em BRL50 milhões no exercício de 2026.

Alavancagem Conservadora: Pelas projeções da Fitch, a alavancagem líquida da Nardini ficará abaixo de 1,5 vez nos próximos três anos. A agência acredita que a companhia reportará dívida bruta entre BRL1,1 bilhão e BRL1,2 bilhão nesse período, com índice dívida líquida/EBITDA de 1,4 vez em 31 de março de 2025 e de 1,0 vez em março de 2026.

Segundo a Fitch, fatores que podem, individual ou coletivamente, levar a uma Ação de Rating Positiva são o aumento de diversificação e escala, com manutenção de índices adequados de alavancagem e de liquidez; os ganhos de produtividade e eficiência, que tragam impactos significativos para as margens operacionais da companhia; e geração de FCF consistentemente positiva.

No entanto, existem fatores que podem  levar a uma Ação de Rating Negativa, ou seja, o rebaixamento, são a alavancagem líquida acima de 2,0 vezes, em base contínua; a geração de FCF consistentemente negativo; evidências de deterioração da flexibilidade financeira da Nardini, incluindo dificuldades para rolar dívida em prazos adequados e/ou posição de caixa inferior à dívida de curto prazo.

Para o cenário base, a Fitch considerou algumas premissas como a moagem de 5,4 milhões de toneladas de cana na safra de 2024/2025 e 5,9 milhões na de 2025/2026; um Mix de 55% de açúcar e de 45% de etanol nas safras de 2024/2025 e de 60% de açúcar e 40% de etanol na de 2025/2026; um preço médio acima de BRL2.400 por tonelada de açúcar de alta polarização (VHP – Very High Polarization) para o exercício fiscal a ser encerrado em março de 2025; o preço médio do etanol hidratado em torno de BRL2,40/litro e um pouco abaixo de BRL2,73/litro para o etanol anidro no exercício fiscal a se encerrar em março de 2025; e pagamentos de dividendos anuais equivalentes a 25% do lucro líquido.

“A Nardini possui porte médio no fragmentado setor sucroenergético brasileiro. Sua escala é menor do que a da Açucareira Quatá S.A. (Zilor, Rating Nacional de Longo Prazo ‘A(bra)’/Perspectiva Estável), que é membro da Copersucar S.A. (Copersucar) e apresenta maior escala (capacidade de moagem de 12 milhões de toneladas de cana-de-açúcar). O modelo de negócios da Zilor se beneficia da elevada participação de produtos de maior valor agregado, como leveduras (90% das quais exportadas) e energia. Por outro lado, a Nardini reporta melhor produtividade agrícola e possui um histórico mais conservador de alavancagem e de liquidez”, afirmou em relatório a Fitch Raitings.

Natália Cherubin para RPAnews

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