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Nova gestão de Trump provoca mudanças geopolíticas e reações do mercado de açúcar

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(Osaka - Japão, 28/06/2019) Presidente da República, Jair Bolsonaro, durante Reunião bilateral com o senhor Donald J. Trump, Presidente dos Estados Unidos da América. Foto: Alan Santos / PR
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A postura mais branda de Trump sobre tarifas comerciais levou a uma queda de 1,7% no índice do dólar, beneficiando moedas emergentes.
Na semana passada, eventos geopolíticos marcaram os mercados. Donald Trump iniciou seu segundo mandato em 20 de janeiro, adotando uma postura mais branda sobre tarifas comerciais, o que surpreendeu o mercado e causou uma queda de 1,7% no índice do dólar (DXY), que fechou a semana em 107,4.

Esse enfraquecimento beneficiou moedas emergentes, como o Real brasileiro, impulsionado também por entrada de capital estrangeiro, até dia 22 de janeiro, e pela apresentação das prioridades econômicas de 2025 pelo Ministro da Fazenda do Brasil, Fernando Haddad.

De acordo com Lívea Coda, coordenadora de Inteligência de Mercado da Hedgepoint, os preços do açúcar começaram a última semana em queda, atingindo a mínima de 5 meses (17,51 c/lb) na terça (21), devido a um dólar forte e à notícia da permissão das exportações indianas de 1 milhão de toneladas em 24/25. Contudo, os preços se recuperaram, impulsionados pelo fortalecimento do Real e pela constatação de que os fundos estavam extremamente vendidos.

O Índice de Força Relativa, que apontou sobrevenda em 25,3 pontos quando o mercado fechou em 17,8 c/lb, pode ter desencadeado compras. O fortalecimento do BRL também reduziu o ritmo de vendas, com produtores e exportadores preferindo esperar. Essa postura pode persistir, já que a inflação acima do esperado (4,5% contra 4,36%) sugere que o Banco Central do Brasil aumentará a taxa de juros para 13,25%, favorecendo o BRL e sustentando sua valorização frente ao dólar, principalmente pelo diferencial de juros.

O açúcar voltou ao nível de 19 c/lb no final da semana, impulsionado por fatores técnicos e macroeconômicos. “Analisando os fundamentos, os fluxos comerciais do primeiro trimestre de 2025 estão equilibrados, com potencial alta na demanda pelo Ramadã e uma paridade de importação chinesa em torno de 16,8 c/lb. Além disso, a menor disponibilidade do Brasil até o início da safra 25/26 oferece suporte de curto prazo, justificando níveis em torno de 18,5 c/lb e reforçando a adequação dos preços atuais”, observa Lívea.

A paridade de exportação da Índia favorece o açúcar branco, com lucro estimado de pelo menos $30 USD/t, enquanto o açúcar bruto está em 19,1 c/lb, o que tornaria sem sentido exportar a esse nível, se considerados os preços internos. “A permissão de exportação de 1Mt de açúcar pelo governo indiano, combinado com as paridades atuais, nos sugere uma pressão sobre o prêmio do branco, com impactos limitados no mercado de açúcar bruto, inicialmente”, diz.

A possível guerra comercial sob Trump deve ter impacto limitado no mercado de açúcar, já que os EUA têm participação modesta nos fluxos globais, com importações médias de 2,5Mt já feitas sob licenças/cotas com a aplicação de tarifas.

“A demanda chinesa pode ser afetada por tarifas, mas, com produção interna acima da média e paridades que se mantiveram fechadas, sua presença internacional deve ser menor. No mercado de energia, o impacto no Brasil parece improvável, com o etanol mantendo preços estáveis devido à ausência de problemas de estoque e volatilidade externa”, como efeito do fim da PPI, indica a analista.

“Embora haja suportes de curto prazo, o mercado de açúcar permanece baixista a médio e longo prazo. O clima positivo durante o desenvolvimento da safra brasileira de 25/26 e o mix açucareiro devem resultar em excesso de oferta, limitando novos ganhos”, finaliza.

Com informações da Hedgepoint Global Markets
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