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[Opinião] Índia é o futuro do comércio global de petróleo

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Enquanto a China está reduzindo sua dependência de petróleo nos últimos anos devido à eletrificação de sua frota de carros, a Índia aumentou seu consumo de gasolina e diesel

O complexo energético está passando por transformações. Não só pelas possibilidades de os combustíveis renováveis ganharem espaço na matriz energética ou pelas novas tecnologias que permitem veículos sem a necessidade de derivados de petróleo, como os carros elétricos, mas também porque novos países estão assumindo uma posição central como indutores do mercado.

Por muitos anos, a China tem sido o principal impulsionador da demanda global de petróleo. Como o maior importador do mundo, os dados econômicos do país sempre forneceram informações importantes sobre o balanço energético global. No entanto, isso está mudando à medida que mais veículos elétricos enchem as ruas da segunda maior economia do mundo.

Agora, a Índia, a quinta maior economia do mundo, com crescimento projetado de 7,3% em 2023, está gradualmente ganhando relevância nos mercados de petróleo bruto. A economia do sul da Ásia está crescendo rapidamente, aumentando sua necessidade por energia e, consequentemente, por produtos petrolíferos.

Nesse sentido, espera-se que, até o final de 2028, o país expanda sua capacidade de refino de petróleo em aproximadamente 1,12 milhão de barris por dia, um aumento de 22% quando comparado com o patamar atual. Portanto, será necessário mais petróleo para atender à demanda doméstica do país.

Com uma ampla disponibilidade de fornecedores, o destaque em 2023 foi o petróleo russo. Além de oferecer descontos substanciais, a Índia conseguiu garantir pagamentos mais flexíveis, uma vantagem significativa para suas refinarias. Nesse sentido, exportadores de petróleo buscam estreitar seus laços comerciais com o país.

Mais crescimento, mais petróleo

De acordo com dados do Ministério do Petróleo e Gás Natural da Índia, o consumo de petróleo do país atingiu 231 milhões de toneladas (4,64 milhões de barris por dia) em 2023, um aumento significativo de 5,48% em comparação com as 219 milhões de toneladas (4,40 milhões de barris por dia) registradas em 2022.

Isso representa um pouco mais de 5% do atual consumo global de petróleo. Em 2002, há pouco mais de 20 anos, o país detinha uma participação de mercado de 3%.

Por um lado, cresce gradualmente a relevância do país sobre o ritmo do consumo global de petróleo; por outro lado, dados mais fracos do que o esperado, ou reduções em suas importações, resultam em volatilidade baixista para o complexo energético.

Após um forte crescimento das importações nos primeiros nove meses do ano, a Índia diminuiu seu ritmo de importação no último trimestre, o que ajudou a enfraquecer os preços dos principais benchmarks de petróleo bruto, com o WTI caindo US$ -19,14 (-21,08%) e o Brent -US$ 18,27 (-19,17%) por barril.

Contudo, é importante observar que a China continuará sendo o maior importador de petróleo do mundo por um bom tempo. Por exemplo, a segunda maior economia do mundo atingiu 11,84 milhões de barris por dia (bpd) em importações de petróleo bruto neste ano (dados parciais), mais do que o dobro do volume importado pela Índia, que foi de 5,33 milhões de bpd.

Mesmo com a eletrificação de sua frota, muitos setores da economia chinesa, como transporte, construção civil e agricultura, continuarão a depender de produtos petrolíferos.

Victor Arduin/hEDGEpoint

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