A cana não para, mas e o headcount? Com a queda de produção na safra 2024/2025, muitas usinas estão operando com mais gente do que precisam – e pagando caro por isso. Essa realidade reacende o debate sobre o tamanho adequado do quadro de colaboradores e como a gestão da mão de obra pode influenciar diretamente a competitividade do setor.
O segmento sucroenergético brasileiro é reconhecido pela alta demanda de trabalhadores, sobretudo no campo, onde plantio, colheita e transporte exigem grande mobilização de equipes. Mas como saber se a quantidade de pessoas alocadas nessas operações está adequada à produção? É nesse ponto que entra o conceito de headcount, indicador que mede a relação entre o número de funcionários e a produção da usina, geralmente expresso em toneladas de cana por colaborador.
Com uma safra marcada por retração em várias regiões, ajustar o headcount tornou-se ainda mais crucial. Um quadro acima do necessário aumenta custos, enquanto equipes enxutas demais podem comprometer a capacidade operacional. Para apoiar o setor nesse equilíbrio, a RPA Consultoria está conduzindo a 2ª edição da Pesquisa de Headcount Agrícola GERHAI (Grupo de Estudos em Recursos Humanos na Agroindústria), um mapeamento inédito que abrange não apenas o setor agrícola, mas também os segmentos industrial, administrativo e automotivo.
Na primeira edição da pesquisa, segundo José Darciso Rui, diretor-executivo do Gerhai, foi possível observar que muitas usinas estão com um headcount extremamente eficaz, enxuto e com produtividade acima da média quando relacionando empregados x toneladas de cana. “Porém, ainda existem unidades que necessitam de uma melhor gestão e reavaliação de seu quadro de pessoal, pois nota-se que há um inchaço em algumas organizações”, disse.
De acordo com Rui, os principais benefícios da pesquisa revelam-se na redução de custos, maior produtividade, satisfação e motivação das equipes de trabalho.
Ricardo Pinto, CEO da RPA Consultoria, afirma que o setor sucroenergético vem passando por uma série de problemas, como juros muito altos, preços baixos, secas, incêndios e quebras sucessivas de safra. Ele destaca que, diante desses desafios, o que resta às usinas é gerenciar cuidadosamente os custos.
“Como nosso setor é intensivo no uso de mão de obra e a mão de obra chega a ultrapassar 20% do custo total das usinas, saber se sua unidade está enxuta ou inchada na quantidade de colaboradores é crucial. E não basta só conhecer o número geral de colaboradores, mas também ter a visão separada dos setores Agrícola, Manutenção Automotiva, Indústria e Administração”, destaca Ricardo.
Metodologia exclusiva
A pesquisa é realizada com metodologia inovadora e única, na qual os indicadores comparativos entre usinas são ajustados por índice de cana comprada no campo, cana comprada entregue na indústria, serviços terceirizados por setor e serviços contratados.
A metodologia considera porte das usinas, volume produzido e nível de terceirização, garantindo comparações justas e consistentes. Cada participante recebe um relatório confidencial e personalizado, com sua posição em relação às usinas mais eficientes do mercado.
Com tudo validado em 20 usinas, o lançamento da segunda pesquisa de headcount conta desta vez com dados da atual safra, justamente pela pressa das unidades em avaliar onde e em quanto podem otimizar seu quadro de colaboradores por setor.
“Manter o equilíbrio entre mão de obra e produtividade nunca foi tão estratégico. A pesquisa permite que gestores identifiquem excessos ou carências no quadro de colaboradores e façam ajustes com base em benchmarks confiáveis”, afirma Ricardo Pinto, diretor da RPA Consultoria.
Cronograma da pesquisa
- Adesão: até 15 de setembro
- Envio do questionário: até 20 de setembro
- Devolutiva preenchida: até 15 de outubro
- Relatório final: 30 de outubro
Os resultados da pesquisa serão entregues ao fim de outubro e prometem ser um insumo valioso para decisões estratégicas, ajudando as usinas a reduzir custos, otimizar recursos humanos e aumentar a eficiência em um mercado cada vez mais competitivo.