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Preços do açúcar caem devido à forte produção de açúcar no Brasil

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Os preços do açúcar caíram na terça-feira para as mínimas de 1 mês e fecharam moderadamente em baixa. O contrato do açúcar bruto com vencimento em março caiu 1,4%, para 22,75 centavos de dólar por libra-peso, tendo anteriormente atingido seu nível mais baixo desde meados de janeiro, de 22,49 centavos de dólar, perdendo 3,9% na semana passada. O contrato de açúcar branco com vencimento em maio também caiu 1,1%, para US$ 624,90 por tonelada.

Os preços do açúcar estão sob pressão devido a um aumento significativo na produção de açúcar no Brasil. Na quinta-feira passada, a Unica informou que a produção de açúcar do Centro-Sul do Brasil saltou 68,5% na segunda quinzena de janeiro para 28 mil toneladas e que a produção de açúcar na safra 2023/24 até janeiro aumentou 25,5% para 42.129 milhões de t. Enquanto isso, mais cana-de-açúcar está sendo moída para produção de açúcar do que para etanol, já que 49,04% da cana foi moída na safra 2023/24 até janeiro para produção de açúcar, em comparação com 45,95% no ano passado.

Por outro lado, a produção reduzida de açúcar na Índia é um fator de alta. A Associação Indiana de Usinas de Açúcar (ISMA) informou na segunda-feira que a produção de açúcar da Índia em 2023/24 durante o período de outubro a 15 de fevereiro caiu 2,5% para 22,4 milhões de t. Para o ano de comercialização completo, a ISMA prevê a produção de açúcar da Índia em 2023/24 em 33,05 milhões de t, uma queda de -9,7% em relação aos 36,6 milhões de t em 2022/23.

O Departamento de Meteorologia da Índia disse que as chuvas de monções deste ano (junho-setembro) foram 6% abaixo da média, as chuvas de monções mais fracas em 5 anos. Em Outubro, a Índia prolongou as restrições às exportações de açúcar a partir de 31 de Outubro até novo aviso, numa tentativa de manter o abastecimento interno adequado. A Índia permitiu que as usinas exportassem apenas 6,1 milhões de toneladas de açúcar durante a temporada 2022/23, até 30 de setembro, depois de permitir que exportassem um recorde de 11,1 milhões de toneladas na temporada anterior.

Vendas ainda são remuneradoras

De acordo com análise do analista de Mercado e diretor da Archer Consulting, Arnaldo Corrêa, a safra 2024/25 ainda permite a fixação de vendas de açúcar (por parte das usinas) devido ao valor bem remunerador, no entanto, é recomendável faze-la acompanhada da compra de uma opção de compra fora-do-dinheiro para se proteger contra uma eventual alta, ainda que  no cenário atual essprobabilidade seja pequena.

“Para os consumidores industriais, 2025/26 nos níveis atuais pode ser uma boa compra em centavos de dólar por libra-peso, deixando para fixar o dólar mais adiante. A diferença entre NDF (Non-Deliverable Forward), um contrato a termo de moeda com liquidação financeira, para período e o valor esperado do dólar spot pelo Boletim Focus justifica a não fixação em reais por tonelada. A sintonia fina da gestão de risco uma vez mais é recomendada com todas as letras”, afirmou Corrêa. 

Ainda de acordo com o analista, há um enorme caminho a ser percorrido até que se perceba a magnitude do déficit hídrico que afetou os canaviais. No presente cenário, eventual redução da safra de cana do Centro-Sul para abaixo dos 590 milhões de toneladas é um dos pontos que podem mexer nos preços do açúcar para além dos 25 centavos de dólar por libra-peso. 

“Fora isso  e algum fator exógeno que não está no radar neste momento  NY terá enormes dificuldades em sair do intervalo de preços entre 22 e 25 centavos de dólar por libra-pesoCaso os fundos decidam entrar comprados novamente no açúcar poderão mover o mercado de maneira significativa. No entanto, parece que os olhos deles estão voltados para um mercado que está bem nervoso e muito volátil, combinações que os fundos adoram: o mercado de cacau. No açúcar, os fundos especulativos estão comprados apenas 33,500 lotes, aproximadamente o que o Brasil exporta em 3 semanas”, disse em comentário semanal. 

Natália Cherubin, com informações da Barchart

 

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