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Agrícola

Programa Cana+ quer maximizar a produtividade dos canaviais

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O setor sucroenergético já evoluiu muito e absorveu diversas tecnologias de última geração em suas operações de CTT – corte, transbordamento e transporte – ao longo dos últimos anos. Muitas destas tecnologias são ferramentas que tem impacto direto não só na produtividade como também nos custos do CTT, como é o caso do uso dos computadores de bordo com piloto automático, que reduzem índice do pisoteio nos canaviais, por exemplo.

No entanto, empresas de tecnologia querem ir além, fazendo o uso de Inteligência Artificial para maximizar ainda mais a produtividade dos canaviais, assegurando não só o maior aproveitamento dos insumos, como também garantir menor compactação dos solos.

A Solinftec, empresa de tecnologia que domina o segmento de cana, com 94% do marketshare na área de CTT, com computadores de bordo e tecnologias exclusivas como o FUT (Fila Única de Transbordo), desenvolveu um programa exclusivo chamado Cana+, que surge com o objetivo não só de democratizar, como também acelerar a adoção de soluções que vão impactar outras operações da lavoura, reduzindo perdas e melhorando a lucratividade de produtores e usinas canavieiras, com soluções agronômicas mais inteligentes e integradas.

De acordo com Emerson Crepaldi, Chefe de Operações da Solinftec para o Brasil e América do Sul, o Programa Cana+ foi uma estratégia da companhia com o foco em ajudar produtores e usinas a aumentarem a sua produtividade, reduzindo custos e melhorando a sua margem.

“O conceito nasceu há dois anos com o surgimento de algumas soluções direcionadas para a área de produção. Depois que já atingimos mais de mais de 90% do mercado de CTT, focamos em desenvolver soluções que olhassem melhor para o trato cultural e para a qualidade das operações, nicho que aprendemos quando iniciamos no segmento de grãos.

Hoje o programa une cinco grandes pilares de soluções que estão prontas e em customização para o setor canavieiro. O Programa Cana+ engloba um pacote de soluções nos quais o produtor terá o Monitor de Produtividade; Microclima; Pisoteio, Gerenciamento de Fertirrigação e em breve, a plataforma robótica Solix.

Produtividade, controle de insumos, análise de microclima, pisoteio e análise de compactação

Entre as soluções oferecidas no Programa Cana + está o Monitor de Produtividade, solução desenvolvida com pioneirismo pela Solinftec para o segmento sucroenergético há alguns anos, mas que ainda tem sido muito pouco explorada, mesmo depois da entrada de player do mercado de colhedoras.

A tecnologia oferecida pela companhia é um software inteligente integrado aos computadores de bordo Solinftec que tem a capacidade de fazer o diagnóstico da lavoura no momento da colheita e mostrar a produtividade em tempo real, assim como as perdas das lavouras para tomadas de decisão rápida de planejamento.

Monitor de produtividade da Solinftec

Com a colheita acontecendo a solução tem a missão de extrair e gerar toda a variabilidade de produtividade do canavial ponto a ponto, em diversas formas de visões analíticas, gerenciais e estratégicas. Além disto, a solução tem a capacidade de sugerir recomendações de manejo da lavoura em diversos níveis no curto e longo prazo.

Conjugado com todas as soluções Solinftec, juntamente com o Planejamento e Execução das Usinas e Produtores o Monitor de Produtividade se torna a principal ferramenta de monitoramento das saúdes dos canaviais, conforme a evolução safra a safra.

“É a tecnologia mais simples do mercado porque não tem um hardware, é puramente por inteligência. Ela lê todos os sensores da máquina, que são integrados com o computador de bordo que já atende as soluções de colheita, como monitoramento, FUT e o CDC, ou seja, no mesmo hardware trafega toda a informação, cruzando os dados de peso balança, fazendo o rateio do canavial, conforme dimensionamento e variabilidade, integrando toda a informação como um diagnóstico da lavoura”, explica Crepaldi.

A tecnologia não faz uso de câmeras. Ela capta as informações que vem das máquinas processadas com inteligência artificial desenvolvida pela Solinftec. “E detalhe, é bandeira branca, ou seja, pode ser instalada em colhedoras de todas as fabricantes do mercado”, destaca.

Hoje, 10 usinas fazem o uso destes monitores de produtividade, seja de forma isolada, com o trabalho de adubação e taxa variável, como também integradas com outras soluções do programa Cana+, ou ligadas a fertirrigação ou microclima, por exemplo, quando é possível ter dados de variabilidade de clima mais produtividade.

“A nossa solução de Mapa Produtividade foi validada por várias usinas nos últimos três anos, além disso, tivemos chancela de professores da Esalq-USP e a acuracidade com o real está em nível de qualidade menor do que 0,5%. O grande conceito é fechar o talhão, fechar por frente de corte, trazer o dado, fazer o rateio e distribuir. É uma tecnologia totalmente integrada ao sistema de balança”, revela Crepaldi.

A segunda tecnologia que faz parte do pacote é o Gerenciamento de Fertirrigação, onde é possível medir desde a aspersão, da micro logística em campo, da qualidade da fertirrigação, seja por carretel ou localizada, para cruzar com dados de produtividade e ter maiores informações sobre o manejo.

De acordo com Crepaldi, o conceito não é monitorar máquina e sim monitorar o processo de fertirrigação como um todo. “Vamos monitorar desde a logística da carreta de vinhaça, olhando eficiência, rendimento, fazendo com que a frente não fique parada. É um trabalho parecido com o FUT ou CDC. Ao olhar a qualidade da aplicação, apesar de termos controladores de vazão, ainda ocorre muita sobreposição, ocorre falha de aplicação, aplicação em velocidade errada, o que não garante a vazão. A aplicação da Solinfitec vem para resolver garantindo velocidade correta, sem sobreposição, menos pisoteio e sem falha”, adiciona.

No caso de carreteis, a solução é ainda mais simples e consegue fazer a medição do seu deslocamento, esticamento, a lâmina de aplicação e o tempo de abertura do carretel para reduzir a sobreposição e mitigar risco de falhas de aplicação, por exemplo.

“Conseguimos reduzir custo de máquina, diesel, mas, principalmente, temos impacto na qualidade. É possível saber se está sendo aplicado em 100% daquela área, pensando em adubação de planta, que é ligado a produtividade” disse.

Foto/Divulgação Solinftec

“No caso de adubação, a análise vai muito além do NDVI já que nossa Inteligência Artificial cruza, por meio de uma calculadora desenvolvida junto com a Esalq, dados da solução Clima com o mapa de variabilidade obtendo-se um mapa de adubação para aplicação por taxa variável, ou seja, a IA verifica onde é necessário repor nutrientes, analisa o clima e recomenda onde é necessário manejar o insumo e o melhor horário para essa aplicação”, detalha Crepaldi

A terceira tecnologia do pacote é o Pisoteio, uma solução mista ente hardware e software que ajuda a reduzir o pisoteio dos canaviais, principalmente por dar um direcionamento mais direto para o operador do transbordo de cana.

Segundo explica Crepaldi, muitas vezes o operador do transbordo não tem RTK ou piloto automático. Essa solução consegue direcionar o operador para que ele entenda qual é o índice daquele pisoteio. As informações podem ser, mais uma vez, cruzadas com o mapa de produtividade, a adubação e fertirrigação, contribuindo para o melhor manejo agronômico como um todo.

“Hoje já é mais comum o uso de pilotos automáticos nas colhedoras de cana, mas o maior índice de pisoteio não está na colhedora e sim no transbordo. Quando fizemos um estudo em todas as usinas, temos mais de 75% que não tem piloto automático no transbordo porque o investimento é altíssimo. Então estamos trazendo para o mercado um direcionador que dá direção exata, ou seja, mesma acurácia do RTK, com diferença de 1,5 cm, para reduzir o pisoteio do transbordo, mas com baixo custo de investimento”, explica.

Só para se ter uma ideia, o custo de um RTK para uma usina chega a R$ 150 mil a 180 mil por RTK por transbordo. “As usinas não investem devido ao alto Capex. Com a nossa tecnologia a usina ou produtor vai fazer um investimento baixíssimo, podendo democratizar essa tecnologia para toda a colheita e ainda medindo o grau de pisoteio”, enfatiza.

A tecnologia é mais um software que vai integrar o computador de bordo, como já é o FUT ou o CDC. Algumas pequenas mudanças estruturais no hardware multitarefas são realizadas por meio da instalação de antenas, algo simples e de baixo custo.

A quarta tecnologia que integra o Programa Cana+ é a chamada Microclima, conceito que a Solinftec trouxe das culturas de grãos. São uma série de estações meteorológicas e pluviômetros digitais que cruzam produtividade, manejo de irrigação, manejo de tratos culturais mais microclima e pisoteio.

Por fim, o pacote Cana+ está adaptando sua Plataforma Solix – um robô com pouco mais de 2 metros de altura, placas solares no topo e que foi lançado em grãos com funções como levantamento de lavoura e controle de plantas daninhas e pragas – com um novo acessório para fazer perfuração de solo com o objetivo de trazer dados sobre índice de compactação dos canaviais.

“Esse é um projeto novo e o setor canavieiro está ajudando a desenvolver. Temos alguns grupos sucroalcooleiros que vão ajudar a gente no desenvolvimento dessa etapa do projeto. Mas a ideia é que o Solix, essa plataforma da robótica, seja também uma solução complementar a todas as outras. Conceitualmente, conseguimos colocar ele para trabalhar no índice de compactação e medir esse índice por região, o que permite decidir que solução tomar em cada área”, detalha Crepaldi.

Por meio do mapa de produtividade é possível que a usina ou produtor tenha a variabilidade de produtividade de cada talhão. Por exemplo, saiba quanto está a produtividade de cada área, medindo ainda o índice de compactação das áreas de menor TCH. Com o cruzamento dos dados é possível entender quais são os índices de produtividade e compactação piores, permitindo realizar reformas parciais nas áreas, tratos culturais diferentes ou mesmo tomar a decisão de troca variedades.

“Acreditamos que uma série de análises poderão ser feitas a partir do robô. Fora isso, em grãos e algodão esse robô trabalha como Hunter, identificando e caçando pragas, seja para permitir uma aplicação localizada ou mesmo acabar com o vetor por meio de eletrochoque. Esse robô também trabalha fazendo o levantamento de dados, o scounting, e capta o índice de falhas, brotação etc. Esse mesmo conhecimento pode ser aplicado ao mercado de cana-de-açúcar. Ou seja, tem uma série de linhas de raciocínio que queremos trazer para o mercado de cana”, revela Crepaldi.

Quase todas as tecnologias do pacote estão desenvolvidas para uso comercial. Apenas passam por ajustes finos o gerenciador de fertirrigação, no caso especifico do direcionamento aplicado ao carretel, e o Solix, que vai passar por testes em grupos sucroenergéticos para uma customização da robótica voltada ao segmento canavieiro.

Com o lançamento do Cana+, a companhia espera trazer soluções que ajudem as usinas e o produtores a tomarem as decisões melhores de manejo, reforma, escolha genética, plantio etc. “Acreditamos que com o tempo, na próxima décadas ajudaremos a aumentar a produtividade dos canaviais no Brasil. Esse ano vamos ter grupos usando todo o pacote Cana+”, diz Crepaldi

Crescimento em 2023 deve ser de 20%

A Solinftec registrou recordes de crescimento nos últimos anos. A empresa fechou o faturamento da receita recorrente (ARR) próximo a R$ 300
milhões em 2022. E a meta da companhia é crescer mais de 20% em 2023 para atingir, até dezembro, o break even, quando a empresa consegue o equilíbrio entre as receitas e as despesas do seu negócio.

O crescimento médio da empresa desde 2016 foi de 50% ao ano. A Solinftec completou 15 anos em 2022 e no período alcançou um volume de negócios equivalente a um período de 10 anos de sua história.

Em cana-de-açúcar, segmento em que a companhia é consolidada no segmento com suas soluções em inteligência artificial. “Em 2023, a região nordeste será o nosso alvo para continuar ampliando a nossa participação no segmento. O Nordeste possui desafios diferentes do centro-sul, o processo operacional e a digitalização naquela região possuem algumas particularidades que precisam ser atendidas”, afirma Crepaldi.

A Solinftec monitora atualmente 12 milhões de hectares em todo o mundo, destes, cerca de 4 milhões de hectares estão em produtores de soja, milho e algodão espalhados por pequenas, médias e grandes propriedades. “Nosso objetivo é que por meio das soluções da Solinftec, as equipes nas fazendas tomem decisões com ainda mais agilidade tendo como base dados e informações em tempo real geradas por nossa inteligência artificial”, concluiu Crepaldi.

Natália Cherubin para RPAnews

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