Será que avaliar o desempenho não é policiar, e acompanhar não é estar junto?
Por Renato Fazzolari
Alguma vez você já teve seu desempenho avaliado? Ou já teve a oportunidade de avaliar alguém? Qual a sensação que sentiu em ambas as situações? Não foi alguma coisa do tipo de auditagem? Não houve uma certa apreensão e tensão, e não ocorreu-lhe de colocar em cheque a justiça com que o processo ocorreu?
E a memória de tempo (principalmente essas avaliações convencionais que são feitas de ano em ano), será que de fato, se levou em consideração o desempenho que ocorreu em todos os períodos que perfizeram esse ano inteiro, ou só os fatos mais recentes é que estiveram sendo levados em consideração?
Ah! E a simpatia ou antipatia, ou mesmo o protecionismo ou perseguicionismo, será que tiveram alguma influência? E se no dia da avaliação, o avaliador estiver com algum problema pessoal.
Afinal o ser humano é uma criatura muito inconstante, é de sua natureza ser inconstante, uns mais que outros, mas todos são inconstantes, e de repente pode-se ter um viés no resultado e na imagem de um profissional, prejudicando-o em uma simples canetada.
Não que eu seja contrário à Avaliação de Desempenho, pelo contrário, até acho que existem uns instrumentos muito bons, e sendo praticados com a melhor das boas intenções e competência. O que ponho em dúvida é o termo “Avaliação” e a periodicidade com que normalmente é praticada.
Atualmente, tantos recursos bons têm surgido e ajudado as empresas a otimizar o relacionamento com seus funcionários, então acredito que está na hora das empresas perceberem que a nossa tão velha conhecida “Avaliação de Desempenho” já devia dar lugar a um instrumento mais ajustado para a realidade atual, ou seja, um instrumento que não seja uma “Avaliação”, mas um Acompanhamento de Desempenho, um instrumento e filosofia que possa ser educativo, e não de auditagem; que possa ser dinâmico no dia a dia, e não com uma periodicidade tão grande; que faça com que acompanhador e acompanhado interajam de maneira a aumentarem sua performance e eficiência; que não cause apreensão e sim satisfação quando for realizado.
E mais, quando enfim acompanhador e acompanhado interagirem positivamente e com maturidade, o instrumento pode até deixar de existir, pois já cumpriu seu objetivo de incorporar na cultura da empresa o hábito das pessoas se respeitarem, se ajudarem e se relacionarem como verdadeiros profissionais.
Pensem nisso!
*Renato Fazzolari é fundador da AGRHO Headhunting, psicólogo, terapeuta transpessoal, escritor, articulista da UDOP, palestrante e conferencista em congressos e seminários. Ex-Gerente e Diretor de Recursos Humanos em empresas nacionais e multinacionais.