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São Martinho registra alta de 96,7% no lucro líquido do segundo trimestre da safra

Com muita liquidez no caixa, São Martinho terá safra tranquila
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A moagem da companhia cresceu 4,6% nos primeiros seis meses da safra 2023/24, quando a companhia processou aproximadamente 17,5 milhões de toneladas de cana-de açúcar

A São Martinho, uma das mais importantes companhias do segmento sucroenergético brasileiro, registrou alta de 96,7% em seu lucro líquido no 2T24, atingindo R$ 418,1 milhões, o que representa uma margem de 27,2% no período. Já no acumulado da safra (primeiros seis meses), o lucro líquido registrado foi de R$ 638,4 milhões, alta de 47%.

Segundo a companhia, o recebimento do precatório da Copersucar (Direitos Copersucar) no valor líquido de impostos de R$ 502,8 milhões, contribuiu em R$ 331,6 milhões ao lucro líquido no período.

O Lucro Caixa da companhia somou R$ 400,2 milhões no período, enquanto o EBITDA Ajustado foi de R$ 654,9 milhões no 2T24 (-16,9%), com margem EBITDA Ajustado de 42,6%, e R$ 1.212,2 milhões no 6M24 (-27,1%), com margem de 41,9%. A performance do indicador, no trimestre e no acumulado, segundo a companhia, decorre dos menores preços e volumes comercializados de etanol, parcialmente compensados por maiores preços e volumes de açúcar.

O EBIT Ajustado totalizou R$ 297,9 milhões (-29,1%), com margem de 19,4%, no 2T24. No primeiro semestre da safra, o indicador somou R$ 513,5 milhões (-41,9%).  O Índice de Alavancagem da companhia equivale a 1,51 x Dívida Líquida/EBITDA Ajustado LTM em 30 de setembro de 2023.

Receita líquida caiu devido a preços e volumes comercializados de etanol

A receita líquida da São Martinho somou R$ 1.536,7 milhões no 2T24, uma redução de 3,0%, que segundo a companhia, é decorrente dos menores preços e volumes comercializados de etanol, parcialmente compensado pela melhor performance do açúcar com melhores preços e maiores volumes.

No acumulado da safra, a receita liquida atingiu R$ 2.890,0 milhões uma retração de 12,2% em relação a igual período da safra anterior, devido a dinâmica de preços e volumes que afetaram o trimestre e a venda de estoques no 1T23. Segundo a companhia, no período comparativo foram comercializados aproximadamente 113,5 mil m3 de etanol produzidos ao longo de 21/22.

Já a receita líquida das vendas de açúcar, que teve alta de 47,9% e somou R$ 840,3 milhões no 2T24, foi decorrente de melhores preços (+16,1%) e maior volume (+27,3%) no período. No acumulado dos seis meses, a receita avançou 48,5% frente igual período do ano passado, totalizando R$ 1.606,8 milhões, motivado por maiores preços (+19,3%) e volumes (+24,5%).

A receita líquida das vendas de etanol apresentou contração de 36,3% no 2T24 (comparado ao 2T23) somando R$ 504,7 milhões, reflexo dos menores preços (-29,8%) e volumes (-9,2%) de comercialização no período. No acumulado da safra, a receita do biocombustível totalizou R$ 939,3 milhões (-48,8%) reflexo da contração de preços (-26,5%) e volumes (-30,4%) apresentadas no período.

A receita líquida de comercialização de energia elétrica somou R$ 68,6 milhões no 2T24, uma redução de 12,2% em relação ao 2T23, reflexo do menor volume comercializado (-17,1%) parcialmente compensado pelo incremento de preço (+6,0%) no período. No acumulado dos seis meses a receita líquida alcançou R$ 127,3 milhões, representando uma contração de 10,9%  devido a combinação de maiores preços (+6,3% de comercialização e menores volumes (-16,2%) no período.

A receita líquida de comercialização de levedura totalizou R$ 23,1 milhões no 2T24, uma redução de 19,3% vis-à-vis 2T23, motivado pelo menor volume (-14,7%) e preço (-5,3%) de comercializado no período. No primeiro semestre da safra 23/24, a receita de levedura atingiu R$ 42,3 milhões, em linha com igual período da safra anterior, apresentando expansão de volumes (+3,4%) e retração de preços (-3,1%).

Já a receita líquida de comercialização de DDGS totalizou R$ 28,1 milhões no segundo trimestre da safra com um preço médio de R$ 1.009,9/t. No acumulado da safra, a receita liquida somou R$ 54,2 milhões associado a um preço médio de R$ 1.017,6/t.

Conforme mencionado no 1T24, a safra 23/24 é o primeiro exercício contábil contemplando a operação da planta de etanol de milho, logo, não há base anterior de comparação e evolução.

Moagem de cana-de-açúcar teve alta 4,6% no acumulado

Nos primeiros seis meses da safra 2023/24 a Companhia processou aproximadamente 17,5 milhões de toneladas de cana-de açúcar, um avanço de 4,6%. Segundo relatório da companhia, a melhora é reflexo da alta na produtividade no período. O TCH apresentou crescimento de 18,7% em relação ao 6M23, chegando a 85,1 t/ha nos primeiros meses do ano. Já o ATR da companhia, caiu 1,5%, para 137,7 kg/t no período.

A recuperação de produtividade observada, segundo a companhia, vem da normalização das condições climáticas entre outubro de 2022 e setembro de 2023,  do manejo agrícola diferenciado e uso de variedades genéticas de maior produtividade e dos investimentos, principalmente em tratos culturais, ocorridos nas safras anteriores.

Nos primeiros seis meses da safra 2023/24, foram produzidas cerca de 1.129,8 mil toneladas de açúcar, alta de 12,3% se comparado com 6M23 e 801,3 mil metros cúbicos de etanol, alta de 6,7%. De acordo com a companhia, a alta da produção de açúcar e etanol também é reflexo da melhor produtividade da matéria-prima.

Em 30 de setembro de 2023 as fixações de preço de açúcar para a safra 2023/24 totalizavam aproximadamente 547 mil toneladas (~73% da cana própria), a um preço de R$ 2.676/ton. Para a safra 2024/25 já foram fixadas cerca de 267 mil toneladas de açúcar a R$ 2.762/t.

O processamento de milho contribuiu com 82 mil m3 deste etanol e adicionais 54,7 mil toneladas de DDGS. Em abril de 2023, a São Martinho deu início à comercialização de etanol proveniente do processamento de milho na Unidade Boa Vista (UBV), em Goiás. A operação, ainda em fase de ajustes operacionais, segundo a companhia, processou 213 mil toneladas de milho no primeiro semestre de 2023/24.

Ao longo da safra 2023/24 o canavial gerido pela São Martinho, incluindo terras próprias, arrendadas e de fornecedores, apresentou crescimento de cana-de-açúcar disponível de aproximadamente 15% (vs. Safra 22/23), em virtude dos investimentos realizados nas safras anteriores e técnicas agrícolas diferenciadas.

O principal limitante operacional ao longo do período foram os dias úteis de moagem devido ao fenômeno climático El Niño – com impacto esperado na região Centro-Sul entre agosto e dezembro/23. Com a combinação de maior disponibilidade de matéria prima e menos dias de colheita, estima-se uma moagem, ao final da safra 23/24, em linha com o guidance, de 21,5 milhões toneladas e contingente de cana bisada para safra 2024/25, que a companhia não revelou de quanto será.

Natália Cherubin para RPANews

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