Home Destaque São Martinho registrou queda de moagem, atingindo 21,8 milhões de toneladas de cana-de-açúcar até dezembro
DestaqueÚltimas Notícias

São Martinho registrou queda de moagem, atingindo 21,8 milhões de toneladas de cana-de-açúcar até dezembro

Share
Carregando a maioria de seu etanol para a estocagem, a São Martinho acredita que a retomada da demanda pelo biocombustível aconteça entre o terceiro e quatro trimestre deste ano, no entanto, diante do cenário atual, decidiu postergar investimentos que estavam planejados.
Share

A São Martinho, uma das maiores companhias do setor sucroalcooleiro do Brasil, apresentou seus resultados financeiros do 3º trimestre de 2025 (3T25), destacando um desempenho positivo, especialmente no segmento de etanol, que impulsionou o crescimento do EBITDA Ajustado. O lucro líquido da companhia foi de R$ 157,9 milhões no período, o que representa uma redução de 25,0% em relação ao 3T24. Essa queda foi atribuída ao término do recebimento das parcelas do Precatório Copersucar, mas foi parcialmente compensada pela expansão do EBITDA Ajustado.

No 3T25, o EBITDA Ajustado alcançou R$ 1.058,4 milhões, um crescimento de 50,4% em comparação ao mesmo período de 2024, com uma margem de 57,4%. No acumulado dos primeiros nove meses de 2025 (9M25), o EBITDA Ajustado totalizou R$ 2.673,8 milhões, uma alta de 39,5%, refletindo a boa performance tanto no mercado de etanol quanto no reconhecimento de créditos tributários. O EBIT Ajustado da empresa foi de R$ 514,1 milhões no trimestre (+105,4%), com margem de 27,9%, enquanto no acumulado da safra o EBIT Ajustado somou R$ 1.319,1 milhões (+72,7%), com margem de 24,2%.

A receita líquida da São Martinho no 3T25 totalizou R$ 1.845,0 milhões, um aumento de 14,6% em relação ao 3T24. Esse crescimento foi impulsionado principalmente pela alta das vendas de etanol, que registraram um aumento de 49,2% no trimestre, somando R$ 927,4 milhões. O aumento nas receitas de etanol é resultado do crescimento tanto nos volumes comercializados (+32,3%) quanto nos preços (+12,8%). No acumulado da safra, a receita com etanol chegou a R$ 2.210,3 milhões, representando um crescimento de 41,6% devido ao aumento de volumes (+35,2%) e preços (+4,7%).

Por outro lado, a receita líquida com as vendas de açúcar foi de R$ 760,0 milhões no 3T25, o que representou uma queda de 8,3% em relação ao 3T24, refletindo a diminuição no volume comercializado (-5,1%) e a redução no preço médio do produto (-3,4%). No acumulado de 9M25, a receita de açúcar atingiu R$ 2.661,1 milhões, avançando 9,2% em relação ao mesmo período de 2024, impulsionada por maiores volumes (+7,7%) e melhores preços (+1,5%).

Além disso, a comercialização de energia elétrica gerou R$ 64,1 milhões para a São Martinho no 3T25, um aumento de 11,0% em relação ao 3T24, devido ao maior volume comercializado (+3,4%) e aos preços mais altos (+7,3%). A receita líquida com CBIOs também foi positiva, com 236 mil CBIOs vendidos no 3T25 a um preço médio de R$ 57,1/CBIO. No acumulado da safra, foram comercializados cerca de 724 mil CBIOs, com preço médio de R$ 56,3/CBIO.

Em 31 de dezembro de 2024, a Dívida Líquida da Companhia atingiu R$ 5,1 bilhões, uma expansão de 54,9% frente a 31 de março de 2024. O maior endividamento líquido reflete, principalmente, segundo a companhia em relatório de resultados, a maior necessidade de capital de giro, comportamento típico da rubrica para este período da safra.

Queda na moagem chegou a 5,5%

No que diz respeito à moagem, a companhia processou cerca de 21,8 milhões de toneladas de cana-de-açúcar até 31 de dezembro de 2024, o que representa uma queda de 5,5% em relação ao mesmo período da safra 2023/24. Esse desempenho foi impactado principalmente pela menor disponibilidade de cana própria, que caiu 8,1% devido às queimadas. Além disso, as chuvas ocorridas entre outubro e dezembro de 2024 reduziram os dias disponíveis para moagem, afetando diretamente a produtividade da safra.

Em relação à produção, a companhia obteve uma redução de 9,5% na produção de açúcar, que totalizou 1,3 milhões de toneladas. Por outro lado, a produção de etanol aumentou 6,4%, alcançando 1 milhão de metros cúbicos, reflexo das queimadas que impactaram negativamente a conversão industrial de ATR (açúcar total recuperável) em açúcar, prejudicando o mix de produtos. A operação de milho, no entanto, contribuiu positivamente para a produção, com 167,6 mil metros cúbicos de etanol (+27,0%) e 107,6 mil toneladas de DDGS (+25,4%).

No acumulado da safra, a operação combinada de cana-de-açúcar e milho gerou 3.398,1 mil toneladas de ATR, um crescimento de 0,5%, sendo que 3.105,7 mil toneladas vieram da moagem de cana-de-açúcar, o que representou uma queda de 1,6% em relação ao ano anterior. O ATR médio cresceu 4,3%, impulsionado pelo clima seco ao longo da safra e pelos impactos das queimadas.

Apesar dos desafios operacionais impostos pela seca e pelas queimadas, a São Martinho teve um bom desempenho no 3º trimestre de 2025, impulsionado principalmente pela alta do etanol e pelo reconhecimento de créditos tributários. A empresa segue com boas perspectivas para as safras futuras, com preços atrativos de açúcar e etanol, além de uma operação sólida que continua a gerar resultados positivos em várias frentes de negócios, incluindo energia elétrica e CBIOs.

Natália Cherubin para RPAnews

Share
Artigo Relacionado
Últimas Notícias

Atvos inicia em abril construção de megafábrica de biometano em MS

Atvos iniciará os trabalhos de terraplanagem em abril e o início da...

Últimas Notícias

Setor de etanol rejeita baixar tarifa para os EUA e quer disputar mercado no Japão

Com a iminência de tarifas de 18% sobre o etanol brasileiro pelos...

Últimas Notícias

Mato Grosso do Sul espera processar 50,5 milhões de t na safra 2025/26, alta de 4,12%

Mato Grosso do Sul deve moer 50,5 milhões de toneladas de cana...