Home Últimas Notícias Stellantis aposta na combinação entre etanol e eletrificação com Bio-Hybrid
Últimas Notícias

Stellantis aposta na combinação entre etanol e eletrificação com Bio-Hybrid

Foto/Divulgação Stellantis
Compartilhar

“Posso afirmar, orgulhosamente, que o Bio-Hybrid é uma tecnologia de descarbonização 100% brasileira”, declarou Antonio Filosa, presidente da Stellantis para a América do Sul, ao descrever a novidade durante palestra no Summit Indústria Automotiva 2023, promovido pelo Estadão no dia 10 de agosto. Trata-se de uma solução revolucionária que combina energia térmica flex e eletrificação. Inteiramente desenvolvido no Brasil, em associação com fornecedores, pesquisadores e outros parceiros que constituem o ecossistema de inovação impulsionado pela Stellantis, o Bio-Hybrid será aplicado aos produtos fabricados no País pelo grupo proprietário de 14 marcas, incluindo Fiat, Jeep, Ram, Peugeot Citroën e Abarth.

A ideia central é promover a eletrificação gradual da frota brasileira sem deixar de tirar proveito de um grande ativo do País: o etanol, biocombustível fortemente presente em todo o território nacional há mais de quatro décadas – o primeiro carro movido a etanol no Brasil, o Fiat 147, foi lançado em 1979. “Quando se fala na busca por mais sustentabilidade, o etanol é um grande trunfo brasileiro. Seu desempenho, em termos de emissões, é ainda melhor que o de um carro elétrico europeu, se considerarmos toda a cadeia, do plantio ao escapamento”, comparou Filosa.

Um teste dinâmico realizado pela empresa comparou as emissões de um veículo movido com diferentes combustíveis. Nas mesmas condições de rodagem, o veículo emitiu 25,79 kg CO2eq quando abastecido 100% com etanol e 30,41 kg CO2eq ao ser movido com energia elétrica europeia – ou seja, considerando-se as características da matriz energética daquele continente. Considerando a energia elétrica brasileira, a emissão foi de 21,45 kg CO2eq, que se aproxima de um empate técnico se comparada com a do etanol. A gasolina (tipo C) teve o pior desempenho, 60,64 kg CO2eq.

Transição equilibrada

Filosa lembrou também da riqueza econômica gerada pela produção do etanol. “Basta lembrar que a maior empresa de agronegócio do planeta, em termos de área cultivada, é nacional, com um milhão de hectares voltados ao plantio de cana-de-açúcar”, descreveu. Além da sua característica de fonte renovável, parte importante da sustentabilidade do etanol vem do fato de que, ao longo do processo de crescimento, a cana-de-açúcar absorve de 70% a 80% do CO2 liberado na produção e queima do etanol combustível.

Assim, a combinação entre a propulsão à base do etanol e sistemas elétricos é o caminho desenhado pela Stellantis para a transição brasileira rumo à eletrificação de forma equilibrada entre três pilares: o social, o ambiental e o econômico. Ao tirar proveito das vantagens proporcionadas pelo etanol, o Bio-Hybrid permite que a disseminação dos veículos elétricos no Brasil ocorra de forma gradual, sem que isso represente uma ruptura drástica e sem exigir a necessidade de desenvolver rapidamente uma ampla infraestrutura de carregamento elétrico no País.

A empresa estabeleceu que o nível crescente de eletrificação no País se dará por meio de três plataformas Bio-Hybrid, desenvolvidas e produzidas no Brasil até 2024, além de uma 100% elétrica, lançada até 2030. É um planejamento alinhado às diretrizes do plano estratégico global de longo prazo da Stellantis, chamado Dare Forward 2030. O plano prevê a transição para uma mobilidade mais sustentável a partir da descarbonização de processos e produtos até 2038, com redução das emissões em 50% já em 2030.

Compatível com as linhas de produção das três plantas da Stellantis no País – Betim (MG) e Porto Real (RJ), no Sudeste, e Goiana (PE), no Nordeste do Brasil –, o Bio-Hybrid representa um estágio importante da rota tecnológica de mobilidade acessível e sustentável adotada pela Stellantis rumo a uma indústria automotiva mais limpa e integrada ao meio ambiente. Enquadra-se, também, no objetivo de promover uma onda de reindustrialização no setor e na estratégia de produção multirregional, que proporciona melhor distribuição das riquezas no território nacional.

Tecnologia brasileira

O desenvolvimento das plataformas Bio-Hybrid é consequência da criação do Bio-Electro no ano passado. Essa iniciativa levou a Stellantis a articular um grande conjunto de parcerias estratégicas, com o objetivo de acelerar o desenvolvimento e a implementação de novas soluções de motopropulsão para a descarbonização da mobilidade.

O Bio-Electro está baseado em três pilares: Academy (abrange informação, formação e recrutamento), Lab (diz respeito à incubação de ideias e ao desenvolvimento do ecossistema) e Tech (agrupa a materialização de soluções, da inovação e da localização da produção). O Bio-Hybrid é resultado do pilar Tech. “Há uma grande capacidade de desenvolvimento tecnológico aqui no País, que precisa ser valorizada e incentivada. Temos feito isso com o projeto Bio-Electro. Não queremos importar soluções prontas, e sim fortalecer a indústria nacional”, enfatiza Filosa.

Estadão
Compartilhar
Artigo Relacionado
Últimas Notícias

Polícia suspeita que etanol batizado com metanol foi usado em bebidas adulteradas

Segundo delegado do DPPC, porcentagem alta de metanol em amostras, de até...

Últimas Notícias

Tereos vai investir para irrigar 20% de seus canaviais e deixa de lado aposta no biogás

Objetivo é ter um seguro contra a escassez de chuvas que tem...

Setor sucroenergético seleção natural
Últimas Notícias

Com açúcar em baixa, usinas de cana “viram a chave” para o etanol

Embora faltem dois meses para o fim da moagem da safra, agentes...

Últimas Notícias

Biometano: produção deve triplicar até 2027, segundo a Copersucar

Um estudo da Copersucar aponta que o Brasil vive um ponto de...