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Usina Diana deve fechar safra recorde e com produtividade de 108 t/ha

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Com uma melhora constante ano após ano, a companhia projeta fechar a safra 2023/24 com um faturamento líquido de R$ 480 milhões.

A Diana Bioenergia, usina sucroenergética localizada no  município de Avanhadava, SP, projeta uma safra recorde em 2023/24. A companhia deve moer até o final da temporada, 1.850 milhões de toneladas de cana, volume 15,63% maior do que a safra anterior e 5,71% maior do planejado no início da temporada, quando eram previstas 1.750 milhões de toneladas.  Os números refletem o canavial de três dígitos da companhia.

De acordo com Ricardo Junqueira, CEO e membro do Conselho da Diana Bioenergia, o volume de cana processado na safra ultrapassa em 200 mil toneladas a safra 2022/23, quando a companhia moeu 1.600 milhão de toneladas. Hoje, do total a ser moído nesta safra, 58% são cana própria e 42% são cana de fornecedores.

Além do aumento de moagem, em entrevista à RPAnews, Junqueira destacou que a companhia vai bisar cerca de 330 mil toneladas de cana, das quais 100% são de canaviais da própria usina. “Temos 2/3 de cana própria sendo metade em terras próprias e metade em terras arrendadas  e  1/3 de cana de fornecedores com contrato e muito pouco cana spot”, disse o CEO da Diana Bioenergia.

Na safra 2023/24, a companhia espera fechar com um TCH de 108,11 t/ha, uma alta de 29,89% quando comparada com a temporada 2022/23, quando a Diana registrou um TCH médio de 83,23 t/ha. A expectativa é que o ATR caia 3,73%, para 136,11 kg/t, ante a 141,39 kg/t na temporada 2022/23.  A produtividade agrícola (TAH) também cresceu, e deve fechar em 14.800,11Kg ATR/ha, versus 11.768 Kg ATR/ha na safra 22/23.

O clima foi um dos grande aliado para a melhora na produtividade dos canaviais da companhia, mas isso não é tudo. O cuidado com manejo dos canaviais foi fator que também impactou. No período entre outubro de 2022 e março de 2023, o volume de chuvas atingiu 764,8 mm, um pouco menor do que a média histórica da região (média é 1.037,70 mm). No entanto, a distribuição foi melhor segundo o executivo da Diana. Foram 99 dias de chuvas versus a média no período, que chega a 58,1 dias chuvosos. Já no trimestre de abril à junho de 2023, choveu 281,20 mm em 22 dias, ajudando no desenvolvimento dos canaviais.

“Obviamente a quantidade e distribuição das chuvas ajudaram bastante, mas isso juntamente com o cuidado que a equipe agrícola da Diana tem com o seu plantio, tratos culturais e colheita, gerou esse resultado extraordinário. Inclusive, em 2024 nós vamos, pelo terceiro ano consecutivo, ser premiados pelo CTC/IDEA como a campeã de produtividade da região de Araçatuba, Noroeste do Estado São Paulo”, destacou Junqueira.

Para a recuperação dos canaviais, a companhia traçou um plano estratégico futuro nas diversas áreas do departamento agrícola, como na automação, mecanização, controle de pragas e doenças, adoção de novas variedades, adubação fosfatada, adubação foliar, aumento do uso de corretivos, replantio, entre outros.

“Um fator muito importante foi a implementação de um rigoroso controle de qualidade para monitorar as diversas operações, permitindo a devida correção imediata em eventuais casos de desvio e/ou erro. Além disso, investimos bastante na capacitação do nosso pessoal, inclusive proporcionando oportunidades de crescimento profissional dentro da companhia, permitindo que colaboradores inicialmente envolvidos em tarefas operacionais possam ascender a cargos de operadores, mecânicos e líderes”, disse Junqueira à RPAnews.

Diana Bioenergia espera ciclo virtuoso a partir da safra 2020/21

Na safra 2023/24, a Diana Bioenergia espera fechar com um TCH de 108,11 t/ha, uma alta de 29,89% quando comparada com a temporada 2022/23.

Na indústria plano é atingir 2,5 milhões de toneladas

Na temporada 2023/24 a Diana Bioenergia também bateu recorde na produção de açúcar. Foram produzidas 140 mil toneladas de açúcar VHP, alta de 13,82%, ante a 123 mil toneladas na safra 2022/23. A produção de etanol hidratado da companhia também subiu 20% e deve atingir 72 mil m3.

Na indústria, a companhia também tem investido em novas tecnologias ou renovação de equipamentos para melhoria da produção de etanol e açúcar. Segundo Junqueira, a Diana Bioenergia tem um Plano Diretor para atingir uma moagem de 2,5 milhões de toneladas. “Isso, desde que o endividamento não ultrapasse valores cima de R$ 75/t e o lucro nunca seja menor que 4%. Estamos sempre pensando e analisando o melhor custo-benefício para a companhia, tanto na revitalização dos diversos equipamentos, como na otimização da planta industrial”, ressaltou o CEO da companhia.

Para a nova safra que inicia, a 2024/25, os principais investimentos da companhia foram em um novo Pré-Evaporador, no repotenciamento das caldeiras, afim de aumentar a nossa eficiência energética, na introdução de regeneradores de calor para otimizar os processos térmicos, na instalação de um moderno sistema de resfriamento para mancais e geradores e no aumento da automação dos controles destilaria, com objetivo de elevar a eficiência operacional.

A companhia também iniciou a automação no processo de cozimento na fábrica de açúcar, a automação no controle de entrada do caldo nos pré-evaporadores, a implementação de um sistema de monitoramento de torque no decantador, a aquisição de uma série de componentes/equipamentos reservas para garantir uma melhor continuidade operacional e na integração de sistemas de gestão para aprimorar a eficiência global.

“Todos esses investimentos refletem o nosso compromisso em impulsionar a eficiência e a capacidade da planta , garantindo máxima estabilidade e segurança em nossas operações industriais”, afirmou Junqueira à RPAnews.

No início da safra 2023/24, a Diana Bioenergia se tornou uma cooperada associada da Copersucar, que está com um projeto em andamento para estudo, viabilidade e incentivo para que as usinas operadas iniciem projetos de biogás e biometano. “Estamos participando dessas reuniões, mas não temos nada definido nesse sentido. Estamos atentos as diversas oportunidades e enxergamos esse movimento com bons olhos, que deve , inclusive, ajudar impulsionar o mercado de crédito de carbono”, afirmou Junqueira.

Indicadores financeiros e safra 2024/25

Com uma melhora constante ano após ano, a Diana Bioenergia projeta fechar a safra 2023/24 com um faturamento líquido de R$ 480 milhões, registrando Lucro Líquido na última linha do balanço pelo sexto ano consecutivo.

Segundo Junqueira, a companhia vem mantendo uma dívida controlada e um caixa robusto. “Devemos manter a relação dívida líquida/EBITDA menor que 1,00 e a liquidez corrente acima de 1,50. Essa melhoria que temos conquistado não é mérito de algumas pessoas, mas sim de todo o time de toda a Família Diana. O resultado não vem de um único fator, mas da conjunção fatores, entre eles, um controle eficaz e meticuloso sobre custos e despesas. Não deixamos de investir no aprimoramento do nosso canavial, maquinário agrícola e na infraestrutura industrial, impulsionando a eficiência da nossa frota agrícola, bem como aliado a rendimentos industriais notáveis”, destacou Junqueira.

Para a safra 2024/25, a companhia fixou 56% do açúcar em uma faixa aproximadamente de R$ 2.500,00/t. Já  para safra 2025/26 a companhia só fixou 6% do seu açúcar a um valor aproximado de R$ 2.800,00/tonelada.

Na safra que inicia em abril, a Diana tem projeção de atingir um um novo recorde de moagem, chegando a pouco mais de 1.901 milhões de t, com uma produção próxima de 148 mil toneladas de Açúcar VHP e 75 mil m3 Etanol Hidratado, além de aumentar a sua exportação de energia e venda de bagaço.

“Nesse ano otimizamos e melhoramos nossos controles e tratos. Temos uma análise criteriosa para definir as áreas a serem reformadas e, devido a nossa elevada produtividade, a área de plantio será reduzida para um total de 1.300 ha. Entretanto, devido ao nosso plano de crescimento, estamos expandindo em 380 ha de plantio de áreas novas arrendadas. Esse ritmo está de acordo com o nosso Plano Diretor, no qual temos a meta de moer entre os dias 15/03 e 15/12”, revelou Junqueira.

A expectativa é que a produtividade dos canaviais se mantenha em torno de 90 t/ha (TCH) com um ATR de 139 Kg, sempre com um TAH acima de 12.500 Kg ATR/ha. “Afim de mitigar parte da dependência climática realizamos plantio na melhor época com baixo índice de falhas e tratamos com muito cuidado as soqueiras para preservar a produtividade. Além disso, as adubações são planejadas para repor os nutrientes de acordo com o potencial da área, corte e variedade. Acreditamos que, dessa forma, menos em condições climáticas menos favoráveis, experimentaremos decréscimos de produtividade inferiores a média regional”, afirmou.

A Diana Bioenergia foi fundada em 1981 e teve sua primeira safra no ano de 1987, nesta safra completa 42 anos de existência e 37 safras.

Natália Cherubin para RPAnews
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