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Uso de açúcar na Coca-Cola dos EUA elevaria demanda em 1,4 milhão de toneladas anuais

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Donald Trump quer que Coca-Cola troque xarope de milho com alta frutose pelo açúcar de cana

Uma empresa de análise de informações de mercado com base em inteligência artificial, a Reflexity, calculou que a mudança na composição da Coca-Cola nos Estados Unidos, trocando o xarope de milho pelo açúcar, pode aumentar a demanda por açúcar em 1,4 milhão de toneladas ao ano. A informação foi mencionada em reportagem da agência Dow Jones Newswires.

A companhia fez o cálculo considerando que, para cada lata de 355 mililitros de Coca-Cola, são necessárias 39 gramas de açúcar.

Essa demanda adicional praticamente anularia o superávit global de açúcar previsto para a safra internacional 2025/26, que começa em outubro. Em maio, a consultoria Datagro estimou que o balanço global de açúcar deve ficar superavitário em 1,53 milhão de toneladas.

A demanda adicional por açúcar nos EUA representa 20% de toda a demanda americana pela commodity.

Açúcar nos EUA

Trump mencionou especificamente em sua publicação na rede Truth Social que o açúcar que substituiria o xarope de milho seria oriundo da cana-de-açúcar.

Nos Estados Unidos, porém, a maior parte do açúcar produzido domesticamente provém da beterraba, representando entre 55% e 60% desde o início dos anos 2000, segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

Se a determinação de originar todo o açúcar da cana for seguida, isso significaria que a produção americana de cana-de-açúcar teria que crescer 36%, também segundo cálculos da Reflexity.

Esse aumento teria que ocorrer com ampliação das áreas de cultivo de cana-de-açúcar e com instalação de mais capacidades instaladas de moagem de cana e de produção de açúcar no país. Segundo observações da plataforma de IA da Reflexity, esse crescimento levaria uns dois a três anos para se concretizar.

Atualmente, a produção de cana-de-açúcar nos EUA é concentrada na Flórida. Mesmo com a produção de açúcar de beterraba, o país já não consegue produzir todo o açúcar que consome, e tem que importar todo ano cerca de 3 milhões de toneladas de açúcar.

Importação – e inflação

Desta forma, a maneira mais rápida para atender a nova demanda pela nova formulação da Coca-Cola seria recorrer a mais importações, elevando as compras do mercado externo em cerca de 50%.

A alternativa, porém, geraria inflação no curto prazo, já que as importações estão ficando mais caras com o tarifaço de Trump. O Brasil, que é um dos principais fornecedores do açúcar importado pelos EUA e hoje ocupa parte da cota de importação isenta de tarifas, pode ter suas exportações ao país taxadas em 50%.

Globo Rural| Camila Souza Ramos

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