O Vietnã está planejando implementar uma mistura de etanol à gasolina a partir do próximo ano, abrindo a possibilidade de o país do sudeste asiático importar mais biocombustível e milho dos Estados Unidos.
O Ministério da Indústria e Comércio apresentou uma proposta ao governo para mudar para o E10 – uma mistura de gasolina com até 10% de etanol –, de acordo com documentos do ministério analisados pela Reuters. Atualmente, o país utiliza os padrões de gasolina sem chumbo RON95 e RON92.
A mudança abrirá caminho para a importação de etanol e milho americanos para o Vietnã, já que o país do sudeste asiático busca reduzir sua lacuna comercial com os Estados Unidos, seu maior mercado de exportação, de acordo com um documento.
“Essa é uma das soluções rápidas e eficazes para aumentar as importações de produtos dos Estados Unidos, reduzindo o superávit”, disse o documento.
Os Estados Unidos registraram um déficit comercial de US$ 123 bilhões com o Vietnã no ano passado, um dos maiores do mundo.
Em março, o Vietnã reduziu sua tarifa de importação de etanol de 10% para 5%. Donald Trump disse no mês passado que o Vietnã poderia importar produtos americanos com tarifa zero.
O Vietnã, que consome menos de 30 milhões de toneladas de produtos petrolíferos por ano, também se comprometeu a aumentar as importações de outros produtos americanos, incluindo aviões, GNL, petróleo bruto e produtos agrícolas.
Os dados alfandegários do Vietnã mostraram que as importações dos Estados Unidos nos primeiros sete meses deste ano aumentaram 22,7%, chegando a US$ 10,54 bilhões, mas os combustíveis e o milho não foram listados especificamente entre as importações.
Atualmente, o país tem seis usinas de etanol com uma capacidade combinada de 600 milhões de litros por ano, atendendo a cerca de 40% da demanda para a produção de gasolina E10, segundo um dos documentos.
Os documentos também afirmam que o uso da gasolina E10 ajudaria a reduzir as emissões de carbono e a se alinhar com as metas de emissões líquidas zero do país.
O Vietnã se comprometeu a se tornar neutro em carbono até 2050 na conferência climática das Nações Unidas em Glasgow (COP26), em novembro de 2021.
Reuters| Khanh Vu