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Edição 198

Dropes – 198

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ESTADOS UNIDOS DEVE BAIXAR EXPORTAÇÃO DE ETANOL

Em mais um capítulo da guerra comercial com a China, o governo Donald Trump está avaliando a possibilidade de elevar o nível de etanol na gasolina norte-americana. É que o dragão asiático costumava importar 2 bilhões de l/ano do combustível produzido nos Estados Unidos, mas ampliou a taxação desse produto de 30% para 45%. Por isso, Donald Trump está tentando garantir outro mercado para os seus produtores.

O que se comenta nos corredores da Casa Branca e no setor sucroalcooleiro é que o percentual de etanol permitido na gasolina dos EUA, que hoje é de 10%, pode passar para 15% para que haja mais consumo de milho e etanol dentro do próprio território norte-americano. “A China criou restrições à soja e ao etanol norte-americano. Então, Trump quer ajudar o produtor norte-americano. A ideia é produzir menos soja para fazer mais milho. Essa medida geraria um mercado adicional potencial de 70 milhões de t de milho”, explicou o membro do Conselho Nacional de Políticas Energéticas (CNPE), Plínio Nastari. O aumento, porém, não seria obrigatório como no Brasil, que exige uma participação de 27% de etanol na gasolina nacional.

SAFRA 2017/18 NO CENTRO-SUL FOI MAIOR DO QUE O ESPERADO

A safra sucroalcooleira 2017/18 do Centro-Sul terminou com uma produção de açúcar e de etanol hidratado superior às estimativas iniciais do mercado e da indústria devido à forte recuperação do rendimento da cana-de-açúcar, favorecida pelo clima e volume maior de matéria-prima moída. A Unica (União das Indústrias de Cana-de-Açúcar) informou que a moagem de cana do ciclo somou 596,31 milhões de t, redução de apenas 1,78% ante 2016/17.

No início da temporada, porém, a própria associação estimava que a moagem seria menor, de 585 milhões de t. Surpreendeu particularmente o teor de sacarose na cana, medido pela quantidade de açúcares totais recuperáveis (ATR), que ficou em 136,6 kg por tonelada de cana moída, um aumento de 2,68% ante a safra passada. No total, portanto, a quantidade de sacarose nas usinas foi de 81,457 milhões de t, um leve aumento de 0,85%. A estimativa inicial era que o ATR total ficaria em 78,62 milhões de t. Esse maior rendimento compensou a redução da produtividade no campo. Segundo dados o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), a produtividade ficou em 75,99 t/ha, queda de 1,02%.

RENOVABIO PODE IMPACTAR O TRANSPORTE

Os transportadores reconhecem o potencial estratégico do RenovaBio, mas alertam que é imprescindível respeitar os interesses dos consumidores, mitigando possíveis impactos negativos em suas atividades. Isto porque, já há análises que indicam a possibilidade de aumento dos preços dos combustíveis fósseis com a implementação do programa, o que pode ocasionar consideráveis prejuízos financeiros para os transportadores – sobretudo aos caminhoneiros autônomos – e, até mesmo, inviabilizar a sua atuação no mercado.

Em nota explicativa divulgada pelo MME, consta que “os impactos ao consumidor serão decorrentes – em maior ou menor grau – em função da intensidade de carbono pretendida ao final do horizonte temporal da meta a ser imposta”. A referida nota relata que os distribuidores de combustíveis deverão comprar CBIOs no mercado financeiro, obrigação que, possivelmente, ocasionará custos adicionais a esses agentes. Assim, acredita-se que o CBIO possa vir a ser um custo operacional das distribuidoras que, por sua vez, poderão aumentar o preço do combustível fóssil na bomba para o consumidor final.

Para presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Antonio Megale, a indústria automobilística apoia o RenovaBio pela importância de se planejar a matriz energética brasileira e fortalecer os biocombustíveis, mas não deixa claro se o setor está preparado para encampar essa nova agenda. “Entendemos que essa é uma medida que está em linha com a tendência de redução das emissões dos gases de efeito estufa e também com o desenvolvimento da nossa indústria de etanol e biodiesel.”

PRODUÇÃO DE ETANOL CRESCE NA FRANÇA

Segundo o Ministério da Agricultura da França, a produção de etanol em 2017 totalizou 1,718 bilhão de l, alta de 1,64%, ante os 1,691 bilhão de l produzidos em 2016. Do total produzido em 2017, 50,75%, quase 875,37 milhões de l, foram produzidos a partir da beterraba, seguida por cereais, com 46,57%, cerca de 800,42 milhões de l.

ERRATAS

Na edição 197, referente ao mês de abril, em trecho da matéria especial de capa “O peso do TCH” em que é citada a produtividade média dos canaviais da Usina Santo Ângelo na safra 2017/18, que atingiu de 97,1 t/ha, a idade média dos canaviais é de 4,3 e não 4,03 como informado. Na página 30, editoria Executivo, erramos ao citar a FGV (Fundação Getúlio Vargas).

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