Home Últimas Notícias Com ATR acima dos R$1,10, cana-de-açúcar é mais rentável do que grãos em 2024
Últimas Notícias

Com ATR acima dos R$1,10, cana-de-açúcar é mais rentável do que grãos em 2024

Compartilhar

O cultivo da cana-de-açúcar vem perdendo espaço ao longo das últimas safras no Centro-Sul muito por conta da melhora nos preços dos grãos, como a soja e milho, estimulando o uso da terra para essas culturas. Em 2023, e também nos dois anos anteriores, os preços das commodities de soja e milho estavam em patamares muito remuneradores. Além, disso, as produtividades e os custos fizeram com que produtores tivessem margens sensacionais.

Tão sensacionais, de acordo com João Rosa (Botão), analista do Pecege Projetos, que o avanço de áreas sobre outras culturas – como é o caso da cana, foi inevitável. “Diversas foram as discussões que o Pecege Consultoria e Projetos participou nesse sentido, já que a perda de áreas e inflacionamento de arrendamento era iminente. Bom, estamos em 2024 e o negócio simplesmente deu um cavalo de pau. Os preços de soja estão bem aquém de anos anteriores e, principalmente, a produtividade da oleaginosa esta desastrosa. É só ver as notícias e grupos de Whatsapp. São relatos de quebra de produtividade na ordem de 20 a 40%, marinados na seguinte dúvida: quem vai ficar sem receber?”, disse.

A queda dos preços dos grãos, sobretudo a soja, e a quebra na produção da safra 2023/24 acertaram em cheio o mercado de arrendamento de terras agrícolas no país. Segundo relatório da S&P Global Commodity Insights, o preço médio de arrendamento de terras no Brasil em dezembro de 2023 era de R$ 1.939 por hectare, queda de 13,3% em relação aos R$ 2.236 registrados um ano antes.

Nas áreas destinadas a soja e milho, a baixa foi maior segundo os dados. Em dezembro, o valor do arrendamento era estimado em R$ 1.814,00 por hectare, recuo de 26,1% em comparação com o mesmo mês de 2022. Na comparação anual, registraram aumentos apenas as terras destinadas a arroz (28,2%), fruticultura (12,5%), pastagens (7,5%) e cana-de-açúcar (0,9%).

A partir desse cenário e a partir de conversas com clientes, considerando os valores estimados para 2024 (Veja a tabela abaixo), a análise de Rosa mostra que com o preço do ATR a partir de R$ 1,10, o cultivo de cana-de-açúcar passa a ser mais rentável que o cultivo da soja, mesmo que o grão  chegasse a bater R$ 140/saca. No entanto, a expectativa é que o valor da soja se mantenha na casa de R$ 105 a 115/saca.

 

“Não são os custos que chamam tanto a atenção de um ano para o outro. Tivemos variações, em cana para baixo, com a queda dos insumos, mas o que chama muita atenção é a produtividade e preços. Se você pegar no caso da cana, os preços do ATR se mantém em bons patamares, R$ 1,10 a 1,20. Além disso, o TCH está sendo favorável. O problema da soja é que temos o preço caindo. No passado, fizemos análises com a soja a R$140 até R$ 170/saca, agora as análises consideram de R$105 a 115/saca. As notícias que temos é de produtividades bem aquém, com quebras de 20% até 40%. Então o custo por hectare não está sendo o grande ponto de atenção, o que chama atenção é a baixa de preços e a baixa de produtividade em grãos. Milho ainda é precoce para falar. Então, resumindo, no caso da soja, a produtividade cai e o preço também”, disse o analista do Pecege.

Por isso, Rosa destaca que a diversificação continua sendo fundamental. “Tirar os ovos do mesmo cesto. A zona em vermelho que vemos na tabela de 2024, que não existia em 2023 é preocupante”, destacou Rosa.

Compartilhar
Artigo Relacionado
Últimas Notícias

[Opinião] Raízen busca fôlego: autorização de R$ 1,5 bilhão sinaliza reorganização em andamento

(E como dizia meu avô: “dívida boa é aquela que vem com...

Renovabio
Últimas Notícias

APROBIO apoia iniciativa do MME em defesa do RenovaBio

A Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (APROBIO) protocolou nesta quinta-feira...

Últimas Notícias

Entrega de fertilizantes ao agro cresceu no primeiro bimestre

Dados compilados pela Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA) indicam um...

Últimas Notícias

Área tratada por defensivos agrícolas cresce 1,8% no primeiro trimestre de 2025 no Brasil

Pesquisa encomendada pelo Sindiveg aponta que, de janeiro a março, o volume...