O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira, 13, que seu governo não adotará por enquanto medidas recíprocas às tarifas comerciais de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros para não piorar as relações bilaterais.
Em discurso durante cerimônia para assinatura de medida provisória para ajudar setores afetados pelas tarifas do presidente dos EUA, Donald Trump, Lula disse que o Brasil segue em busca de negociar com os EUA, inclusive sobre o comércio de etanol.
Nesta quarta-feira, o governo federal anunciou as medidas do chamado “plano de contingência”, para mitigar os efeitos da sobretaxa e socorrer as empresas atingidas.
Entre as propostas estão uma linha de crédito de R$ 30 bilhões para empresas afetadas, aumento de compras governamentais, adiamento de impostos e a reforma do Fundo de Garantia à Exportação (FGE).
Na terça-feira, 12, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, adiantou que as medidas serão custeadas via crédito extraordinário – ou seja, ficarão fora do limite de gastos do arcabouço –, mas serão contabilizadas no cálculo da meta fiscal.
Durante a assinatura da medida, Lula disse ainda em seu discurso que o Brasil não aceitará a pecha de país que não respeita os direitos humanos, após relatório do Departamento de Estado dos EUA criticando a situação dos direitos humanos no Brasil.
“Ninguém está desrespeitando regras de direitos humanos como estão tentando apresentar ao mundo. Os nossos amigos americanos toda vez que resolvem brigar com alguém eles tentam criar uma imagem de demônio contra as pessoas que eles querem brigar”, afirmou.
Reuters| Lisandra Paraguassu