A Jalles Machado encerrou o primeiro trimestre da safra 2026 com avanço significativo nos indicadores operacionais e financeiros. A moagem de cana-de-açúcar somou 2,42 milhões de toneladas, queda de 10% em relação ao mesmo período da safra anterior.
De acordo com relatório de resultados divulgado pela Jalles hoje, 14, o início da safra foi marcado por condições adversas no Centro-Sul, com redução expressiva nos indicadores operacionais regionais. A produtividade dos canaviais da companhia atingiu 83,4 t de cana por hectare, uma queda de 8,4% em relação ao mesmo período da safra anterior, quando a companhia registrou 91 t/ha.
Os indicadores de ATR também apresentaram retração: o ATR médio foi de 117,6 kg/t, redução de 2,9% na base anual, enquanto o ATR total produzido atingiu 334,3 mil toneladas, diminuição de 13,3% em relação às 385,6 mil toneladas registradas no 1T25. O resultado reflete as chuvas ocorridas durante o mês de abril, que influenciaram a maturação do canavial. Com isso, o indicador TAH (toneladas de ATR por hectare) encerrou o período em 9,8 t/ha, queda de 11,7% frente ao 1T25.
A idade média do canavial ficou em 2,6 anos, 2,6% menor na comparação anual. Destaque para a unidade USV, que apresentou o maior recuo, de 18,8%, em linha com a estratégia da companhia de renovação varietal, visando o incremento de produtividade a partir de variedades mais responsivas.
Segundo a companhia, essa retração decorre da combinação de fatores como temperaturas mais elevadas, menor volume de chuvas em março e herança da estiagem da safra passada. Ainda assim, o desempenho da Jalles superou a média do Centro-Sul, resultado direto do manejo agronômico estruturado em práticas conservacionistas, gestão de fertilidade e irrigação estratégica. “A perspectiva para os próximos meses é de recuperação, com a entrada progressiva das áreas irrigadas e os benefícios das chuvas ocorridas no final da entressafra”, disse a companhia.
Produção de açúcar e etanol
A produção de açúcar totalizou 152 mil toneladas, alta de 12,5%. O etanol atingiu 103,0 mil m³, queda de 28,7%. A Jalles destacou o desempenho robusto das unidades industriais. “A Unidade Otávio Lage registrou seu recorde histórico de moagem diária, com 15.284 toneladas processadas em um único dia, o que reflete a plena capacidade instalada após os investimentos realizados desde o IPO, que aumentaram a capacidade de moagem nas unidades de Goiás em 1 milhão de toneladas”, afirmou.
Outro destaque do período foi o avanço significativo no mix de produção. A companhia registrou um salto de 11% na participação do açúcar na comparação anual, impulsionado pelo pleno funcionamento da fábrica de açúcar de Santa Vitória desde o início da safra. “A unidade também bateu recorde de produção diária de açúcar, com 20.206 sacos, resultado direto dos investimentos para ampliação de capacidade de 15.000 para 20.000 sacos por dia. Mesmo diante de um cenário de preços internacionais mais desafiador, nossa política de hedge mitigou os impactos da volatilidade, preservando a margem operacional”, destacou a companhia.
No primeiro trimestre da safra 25/26, o mix de produção atingiu 47,7% em açúcar e 52,3% em etanol, comparado a 36,7% e 63,3%, respectivamente, no 1T25. O avanço no mix açucareiro reflete a produção de açúcar VHP na Santa Vitória desde o início da safra, bem como o adiantamento do período de colheita do orgânico na unidade Otávio Lage, mesmo diante de um cenário mais desafiador de ATR no campo, devido às chuvas do final de abril e maio, que reduziram o volume de produção de açúcar cristal.
A diminuição do volume total produzido reflete um ritmo de moagem menos acelerado e menor ATR no início da safra, impactado pelas chuvas. O TAH do 1T26 totalizou 9,8 t/ha, recuo de 11,7% em relação ao mesmo período da safra anterior, devido ao menor TCH e ATR. À medida que a safra avança, a companhia espera recuperação dos indicadores de produtividade, com o avanço da colheita em áreas irrigadas e os efeitos das chuvas do início da safra, que devem contribuir para a formação do canavial colhido no final do ano.
Desempenho financeiro
A Jalles encerrou o primeiro trimestre da safra 2025/26 com Receita Operacional Bruta de R$ 574,5 milhões, crescimento de 23,2% em relação aos R$ 466,4 milhões registrados no 1T25.
No mercado externo, a receita bruta atingiu R$ 137,0 milhões, alta expressiva de 169,6% na comparação com o mesmo período do ciclo anterior. O destaque foi o desempenho do açúcar VHP, cuja receita somou R$ 40,2 milhões, avanço significativo de 528,5% frente aos R$ 6,4 milhões registrados no 1T25. O açúcar orgânico também apresentou expansão, com alta de 133,6%, totalizando R$ 96,7 milhões — reflexo do volume embarcado via carga breakbulk ao longo do trimestre.
No mercado doméstico, a companhia apurou receita bruta de R$ 437,6 milhões, incremento de 5,3% ante os R$ 415,6 milhões verificados no 1T25. O etanol anidro se destacou ao alcançar R$ 73,3 milhões, crescimento de 50,0%, impulsionado pelo maior volume de comercialização no período. A Jalles conseguiu capturar preços atrativos mesmo após a entressafra. O mesmo movimento ocorreu com o etanol hidratado produzido em Santa Vitória, cuja receita aumentou 40,8%, atingindo R$ 108,7 milhões, frente aos R$ 77,2 milhões reportados no 1T25.
Por outro lado, o açúcar cristal registrou receita bruta 23,2% menor, impactado pelo menor ritmo de moagem e pela retração nos preços observados no início da safra. Já os créditos de descarbonização (CBIOs) apresentaram retração de 34,7% em comparação com o 1T25. Apesar do maior volume comercializado no período, a queda nos preços médios praticados no mercado comprometeu o resultado da linha.
Nesta safra a Jalles comemorou 45 anos. “Uma trajetória marcada por inovação, compromisso socioambiental e geração de valor compartilhado. Agradecemos a todos os colaboradores, fornecedores, parceiros comerciais e investidores que seguem ao nosso lado. Começamos a safra 2025/26 com consciência dos desafios e confiança nas oportunidades. Temos convicção de que, com nossa base sólida, disciplina operacional e visão de longo prazo, estamos preparados para avançar com consistência em direção a mais um ciclo de crescimento, eficiência, sustentabilidade e inovação.”