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Safra 2025/26 deve recuar 5% e atingir 590,4 milhões de toneladas de cana

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Em meio a um dos cenários mais desafiadores da década, a moagem de cana-de-açúcar na safra 2025/26 deve totalizar 590,4 milhões de toneladas, queda de 5% frente às 621,9 milhões registradas em 2024/25. Com cerca de 60% da safra já concluída no Centro-Sul, dados da SCA Brasil apontam queda no rendimento agrícola e significativa perda de qualidade da matéria-prima como os principais fatores para o recuo.

Segundo o CEO da SCA Brasil, Martinho Seiiti Ono, a produtividade medida pelo índice de Tonelada de Cana por Hectare (TCH) deve ficar em 74,7, baixa de 4,8% frente às 78,5 da safra passada. Já o Açúcar Total Recuperável (ATR) recuará de 141,1 kg/t para 136,1 kg/t, o pior resultado dos últimos ciclos. “O impacto combinado equivale a 53 milhões de toneladas de cana a menos em relação à safra anterior”, ressalta.

Safra em perspectiva

Os números foram debatidos na 15ª edição da série de lives Conexão SCA Brasil, transmitida nesta terça-feira (19/08) no YouTube e LinkedIn. O programa contou com a presença de Ono, do especialista em Inteligência de Mercado da Pecege Consultoria, Raphael Delloiagono, e da meteorologista da Climatempo, Marcely Sondermann.

Delloiagono observou que, apesar da menor produtividade em comparação às duas últimas safras – marcadas por clima favorável e moagem acelerada –, os volumes seguem próximos da média histórica. “Até 1º de agosto, o acumulado era de 306,2 milhões de toneladas, contra a média de 304,7 milhões”, destacou.

Nas últimas semanas, houve recuperação gradual dos canaviais. “Em 10 de agosto, a quebra acumulada estava em 8,2% frente ao mesmo período anterior. A expectativa é de redução dessa diferença no segundo semestre, com apoio das chuvas de abril e junho e temperaturas mais amenas, que reduziram os riscos de seca prolongada e incêndios, fatores críticos em 2024/25”, completou Delloiagono.

Apesar disso, a Pecege estima retração de quase 12% no ATR até o início de agosto. “Esse é um dos indicadores mais sensíveis do setor, pois reflete diretamente na capacidade de produção de açúcar e etanol”, avaliou.

Açúcar em alta, etanol em baixa

Mesmo em um ciclo adverso, as usinas ampliaram o direcionamento de matéria-prima para o açúcar. O mix atingiu recorde de 51,1%, mas a produção não deve superar 39,13 milhões de toneladas, cerca de 1 milhão a menos (-3%) que na safra anterior.

Já o etanol enfrenta cenário oposto. O anidro, proveniente de cana e milho, deve subir 6%, chegando a 13,07 bilhões de litros, mas o hidratado terá queda de 13%, recuando de 22,59 bilhões para 19,76 bilhões de litros.

Segundo Ono, a produção de etanol de milho será crucial para compensar parte das perdas da cana. Do total estimado em 32,83 bilhões de litros – 2 bilhões abaixo da safra passada –, 9,8 bilhões virão do milho, avanço de 20% frente a 2024/25. “Esse crescimento ajuda a suavizar a retração do etanol de cana, reforçando o papel estratégico do grão na matriz energética”, destacou.

Com a menor oferta de hidratado e qualidade reduzida da cana, a paridade com a gasolina deve subir. A relação de preços, que vinha entre 65% e 67% em São Paulo, pode alcançar 70% a 71% nos próximos meses.

Clima sob vigilância

De acordo com a meteorologista Marcely Sondermann, o fim de agosto será marcado por tempo seco e temperaturas acima da média. “Uma onda de calor deve se instalar na virada do mês, afetando as áreas produtoras”, disse.

A primavera de 2025 será influenciada por um leve fenômeno La Niña, que tende a favorecer corredores de umidade e temperaturas mais amenas no Centro-Sul. Setembro deve começar quente e seco, com chuvas retornando de forma gradual apenas na segunda quinzena. Outubro promete ser chuvoso, enquanto novembro deve registrar períodos secos e picos de calor.

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