Os preços do açúcar subiram acentuadamente na quarta-feira, 20, com o açúcar de Londres chegando ao máximo das últimas cinco semanas. O contrato de outubro em Nova Iorque fechou em alta de 1,59%, em 16,57 centavos de dólar por libra-peso. Já o contrato de outubro do açúcar branco em Londres, fechou em alta de US$ 11,80, 2,47%, chegando a US$ 489,60.
Os sinais de uma maior procura mundial de açúcar estão apoiando os preços, segundo a Barchart. As importações de açúcar da China em julho aumentaram 76%, para 740 mil toneladas, e o Paquistão apresentou recentemente uma licitação para 200 mil toneladas de açúcar refinado.
De acordo com a coordenadora de inteligência de mercado da Hedgepoint, Lívea Coda, em julho a China importou 740 mil toneladas de açúcar, um recorde para o período. Com a arbitragem favorável para importações, espera-se que a China importe mais açúcar do que o previsto anteriormente, apesar da forte produção doméstica e das perspectivas positivas para 2025/26.
A produção de açúcar da China em 2024/25 atingiu 11,16 milhões de toneladas, apoiada por uma área plantada de 1,39 milhão de hectares, um aumento de mais de 10% em relação a 2023/24. Apesar da produtividade ligeiramente inferior, de 58,65 t/ha (combinando cana e beterraba), a produção total aumentou quase 12%.
Coda ainda relata que o Ministério da Agricultura do país revisou sua previsão de importação para 2024/25, de 4,75 milhões de toneladas para 5 milhões de toneladas.
Segundo Coda, a pressão adicional vem do aumento da disponibilidade global, particularmente de países como a Índia, onde os volumes de exportação podem aumentar substancialmente dependendo das decisões do governo. “Observe que 2 milhões de toneladas já foram solicitados. Isso reforça uma perspectiva baixista para o açúcar”, acrescenta.
No entanto, de acordo com a analista, isso não significa que os preços cairão abruptamente ou atingirão uma paridade com o etanol. Para ela, o quadro sugere que uma recuperação significativa, como ultrapassar o limite de 20 centavos de dólar por libra-peso, parece improvável no curto prazo.
“Uma forte recuperação dos preços provavelmente exigiria interrupções relacionadas ao clima ou mudanças relevantes nos fundamentos, seja do lado da oferta ou da demanda, para alterar a trajetória atual. Por enquanto, não esperamos mudanças significativas”, afirma.
Ela ainda relata que a produção de açúcar da Índia em 2024/25 ficou abaixo das expectativas, atingindo um volume bruto de aproximadamente 30 milhões de toneladas. Após desviar 3,4 milhões de toneladas para a produção de etanol, a produção líquida de açúcar ficou em 26,1 milhões de toneladas. No que diz respeito às exportações, o país exportou 800 mil toneladas durante a temporada, com a quota restante de 200 mil toneladas podendo ser transferida para 2025/26.
Para a analista, olhando para o futuro, as perspectivas para 2025/26 são mais otimistas. “As chuvas abundantes em maio melhoraram a umidade do solo e apoiaram o desenvolvimento precoce das culturas. Refletindo isso, a primeira estimativa da Isma [Associação Indiana de Usinas de Açúcar] projeta uma produção bruta de açúcar próxima a 35 milhões de toneladas”, relata.
Com informações da Barchart