Insegurança jurídica e juros altos foram alguns dos fatores que levaram a companhia à decisão
A Diana Bioenergia anunciou nesta terça-feira, 26, que foi adquirida por uma holding formada pela segunda geração da família Graciano, da usina Santa Isabel, de Novo Horizonte (SP). O Itaú BBA confirmou que atuou na operação. Conforme nota divulgada pela Diana Bioenergia, o contrato foi assinado na segunda-feira, 25.
A companhia, fundada em 1948, tem a capacidade de moagem de 2,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar e é associada à Copersucar desde 2023. Segundo nota, divulgada ontem,26, pela companhia, a parceria consolida a posição da Diana como referência no interior paulista e inaugura um novo ciclo voltado para inovação, sustentabilidade, eficiência operacional e expansão da produção de açúcar, etanol e energia renovável.
Segundo Ricardo Junqueira, CEO da Usina Diana à RPAnews, a companhia está arrendando 100% das suas terras próprias, cerca de 2 mil alqueires, por um período de 30 anos. “Enxergamos a necessidade dessa operação devido a vermos um Brasil cada vez mais complicado com juros muito altos, onde não se tem segurança jurídica. Com isso, vimos a necessidade de a Companhia ter mais corpo, tamanho e liquidez para ultrapassar as eventuais dificuldades que irão sim aparecer e, para isso, confiamos na segunda geração da família Graciano, que tem tradição e competência para seguir com a perpetuação da família Diana”, disse com exclusividade à RPAnews.
Pedro Barros, vice-presidente do Agro Itaú disse que é um momento importante para a trajetória de Diana. “Temos acompanhado e suportado essa jornada ao longo do tempo, com o crescimento de 800 mil toneladas para mais de 2 milhões de t, com tão importantes evoluções nas demais dimensões (governança , industrial e etc)”, disse.
Ainda segundo Junqueira, esse movimento garantirá à Diana a preservação de sua identidade e tradição, ao mesmo tempo em que nos conecta a uma família com grande experiência no setor, capacidade de investimento e compromisso genuíno com o crescimento sustentável da região. “Estamos certos de que essa nova fase trará ainda mais oportunidades para nossos colaboradores, fornecedores e clientes”, afirmou o CEO da DIANA Bioenergia, que revelou à RPAnews que fica a frente da usina até o dia 30 de outubro.
A companhia informou que durante o período de transição nada deve mudar no dia a dia de clientes, fornecedores e colaboradores. “Todos os contratos, prazos e pontos de contato seguem inalterados, assegurando total continuidade e estabilidade nas operações. A transação está sujeita às condições usuais de fechamento e às aprovações regulatórias pertinentes”, afirmou em nota.
Natália Cherubin para RPAnews