Os preços do açúcar caíram pela segunda sessão consecutiva na sexta-feira (12), pressionados pelo movimento negativo do dia anterior. O recuo ocorreu após a Associação Indiana de Fabricantes de Açúcar e Bioenergia informar que pediu autorização para exportar 2 milhões de toneladas na temporada 2025/26, que começa em outubro.
O contrato de açúcar bruto com vencimento em outubro fechou em baixa de 0,03 centavo de dólar, ou 0,2%, a 15,79 centavos por libra-peso. Já o açúcar branco caiu 0,6%, para US$ 485,20 a tonelada, em meio à proximidade do vencimento do contrato de outubro nesta segunda-feira (15). Negociadores projetam a entrega de cerca de 220 mil toneladas contra o contrato.
Segundo uma autoridade do governo indiano para a Reuters, o país terá estoques excedentes suficientes para permitir exportações na nova temporada. As perdas, porém, foram limitadas pela valorização do real, que atingiu a máxima de 15 meses frente ao dólar, reduzindo o incentivo às vendas externas do Brasil.
Para Arnaldo Corrêa, analista e diretor da Archer Consulting, a semana promete trazer mais volatilidade. “Teremos os números da Unica da segunda quinzena de agosto, que não devem surpreender; o impacto da posição dos fundos; e a reunião do Fed, que pode reduzir a taxa de juros americana — ou seja, tem para todos os gostos”, comentou.
Ele acrescenta que o mercado espera um mix próximo de 54% a 55%, moagem acima de 45 milhões de toneladas no período e recuperação da ATR. “Com isso, a safra já terá atingido entre 65% e 70% da moagem estimada para o ano. Se vamos produzir 590 milhões de toneladas de cana e 40 milhões de toneladas de açúcar, precisamos aguardar os próximos capítulos.”
Do lado dos fundos, os últimos dados da CFTC mostram que eles seguem confortáveis em suas posições, com cerca de 182.608 contratos vendidos, equivalentes a 9,3 milhões de toneladas de açúcar — volume próximo a 100 dias de exportações brasileiras. “É um volume relevante e, ao mesmo tempo, vulnerável a qualquer movimento mais abrupto que o mercado possa apresentar”, conclui Corrêa.
Natália Cherubin para RPAnews