Home Últimas Notícias Empresário diz ser perseguido pela Cosan e ameaçado pelo PCC, em entrevista para a Folha
Últimas Notícias

Empresário diz ser perseguido pela Cosan e ameaçado pelo PCC, em entrevista para a Folha

Compartilhar

O advogado e empresário Ricardo Magro, dono da Refit (antiga refinaria de Manguinhos), voltou ao noticiário no fim de agosto após ser citado na Operação Carbono Oculto, investigação que apura a infiltração do PCC no setor de combustíveis e até no mercado financeiro. Nos documentos, a companhia aparece como sucessora da Copape, empresa já abatida pelas autoridades e apontada como braço da facção criminosa.

Magro rejeita as acusações e afirma que, ao contrário do que foi divulgado, é inimigo declarado do PCC. “Eu sou a pessoa que mais combateu o PCC. Quando eles tentaram entrar no mercado do Rio em 2021, fui eu quem levou informações para a mídia e para o governo. Colocaram fogo em um dos nossos postos, ameaçaram minha família. Andei seis meses com seguranças em Miami. Eu sou a maior vítima desse processo”, disse em entrevista à jornalista Alexa Salomão, para o Jornal Folha de S.Paulo.

O elo apontado pela investigação seria a distribuidora Rodopetro, que compra combustível da Refit e é citada como ligada ao esquema criminoso. Magro reconhece a relação comercial, mas nega qualquer ligação com os postos controlados pelo PCC. “Nunca vendemos uma gota para eles. Temos blacklist, cruzamos CNPJs, fazemos controle de ponta a ponta. Nosso receio não é só vender para eles, mas que adulterem nosso produto. A qualidade do nosso combustível é mais reconhecida que a da Petrobras”, afirma.

Apesar da ofensiva policial, Magro insiste que seu verdadeiro problema está na disputa com grandes grupos do setor, sobretudo a Cosan, de Rubens Ometto, que atua por meio do Instituto Combustível Legal (ICL). Segundo ele, a Refit representa um risco ao modelo tradicional dos postos embandeirados, sustentados pelas grandes distribuidoras. “Sou perseguido pelo Rubens Ometto via ICL. Eles gastam milhões para me desgastar, porque a Refit dá sobrevida ao posto bandeira branca, que é tratado como inimigo pelas companhias. Esse é o verdadeiro conflito.” Procurado, o ICL afirmou que trabalha pela defesa de um mercado “legal e ético”.

Magro também rebate a pecha de “maior sonegador do Brasil”. A Refit acumula R$ 11,5 bilhões em dívidas tributárias, mas ele atribui o passivo ao modelo de subsídios da Petrobras. “Não deixo de emitir nota, não tomo crédito indevido. Nossa discussão é jurídica e transparente. A Petrobras vende abaixo do preço internacional e me força a adotar uma estratégia tributária agressiva para sobreviver. O problema está no sistema.”

As polêmicas em torno de seu nome, no entanto, vão além do campo empresarial. O empresário já foi preso em um caso envolvendo fundos de pensão, mas acabou absolvido. No meio político, é associado à direita por sua proximidade com o senador Ciro Nogueira (PP) e parlamentares do PL, embora negue relações com a família Bolsonaro. “Claro que converso de política com o Ciro, mas nossa amizade vai além disso. E nunca tive contato com os Bolsonaro. O que faço é advocacy, porque atuo em um setor altamente regulado. O lobby deveria ser regulamentado no Brasil para dar mais transparência”, defende.

Aos 51 anos, Magro divide a vida entre reuniões virtuais com executivos da Refit e a rotina em Miami, onde mora desde 2016. Longe da imagem tradicional de um magnata do petróleo, cultiva um perfil pouco convencional: já jogou capoeira, é DJ de afro house e seguidor da Umbanda. Mesmo assim, diz que sua figura continua sendo alvo de disputas. “O que fazem comigo é deslealdade. Tentam me colocar na vala comum do PCC porque não conseguem me derrotar no mercado. Mas a verdade é outra: sempre fui inimigo deles.”

Informações da Folha de S.Paulo

Compartilhar
Artigo Relacionado
Últimas Notícias

Polícia suspeita que etanol batizado com metanol foi usado em bebidas adulteradas

Segundo delegado do DPPC, porcentagem alta de metanol em amostras, de até...

Últimas Notícias

Tereos vai investir para irrigar 20% de seus canaviais e deixa de lado aposta no biogás

Objetivo é ter um seguro contra a escassez de chuvas que tem...

Setor sucroenergético seleção natural
Últimas Notícias

Com açúcar em baixa, usinas de cana “viram a chave” para o etanol

Embora faltem dois meses para o fim da moagem da safra, agentes...

Últimas Notícias

Biometano: produção deve triplicar até 2027, segundo a Copersucar

Um estudo da Copersucar aponta que o Brasil vive um ponto de...