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Biometano: produção deve triplicar até 2027, segundo a Copersucar

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Um estudo da Copersucar aponta que o Brasil vive um ponto de inflexão no mercado de biometano. A produção nacional deve mais do que triplicar até 2027, saltando das atuais dez plantas, com capacidade de 656 mil m³/dia, para 52 unidades, capazes de gerar 2,3 milhões de m³/dia. No longo prazo, o potencial do país ultrapassa 100 milhões de m³/dia, consolidando o biometano como uma das novas fronteiras da economia verde brasileira.

O biometano é um gás renovável obtido a partir da purificação do biogás, produzido pela decomposição de resíduos orgânicos. Totalmente intercambiável ao gás natural fóssil, pode ser usado em processos industriais e no transporte pesado, substituindo o diesel. No Brasil, as principais fontes de biometano vêm do setor sucroenergético, com aproveitamento de vinhaça, torta de filtro, bagaço e palha, seguidas pelos resíduos da pecuária, aterros sanitários e estações de tratamento de esgoto.

De acordo com o levantamento, mais da metade do potencial produtivo paulista de biometano está concentrado no segmento sucroenergético, que se destaca pela abundância de substratos e pela capilaridade das usinas no interior. O Estado de São Paulo, que responde por 40% da produção nacional e 31% dos projetos de expansão, reúne condições ideais para liderar a transição energética no país.

O potencial paulista pode chegar a 36 milhões de m³/dia, volume suficiente para substituir integralmente o consumo industrial de gás natural ou até 85% do diesel utilizado no Estado.

Além de reforçar a economia circular, as usinas podem utilizar o biometano em suas próprias frotas e processos industriais, reduzindo custos, emissões e a dependência de combustíveis fósseis. No país, o setor tem potencial de produzir 5,5 milhões de m³/dia até 2030, segundo o estudo, com investimentos estimados em R$ 120 bilhões para substituição de frotas e construção de novas plantas.

Descarbonização e oportunidades

A Copersucar destaca que o biometano permite reduções de mais de 90% nas emissões de gases de efeito estufa em comparação ao gás natural e ao diesel, contribuindo diretamente para as metas de descarbonização. No transporte pesado, o uso desse combustível renovável poderia substituir mais de 50% das importações brasileiras de diesel, fortalecendo a segurança energética nacional e a resiliência da matriz energética.

O biometano também impulsiona a geração de empregos e renda: apenas no Estado de São Paulo, a cadeia do biogás e biometano deve criar cerca de 20 mil postos de trabalho nos próximos anos e movimentar mais de R$ 22 bilhões em investimentos.

Desafios e próximos passos

Apesar do avanço, o estudo aponta desafios para a expansão do setor. Entre eles estão a necessidade de ampliar a infraestrutura de abastecimento e transporte, especialmente nas regiões do interior, e o aumento da oferta de veículos a gás/biometano. A distribuição regionalizada, com transporte do gás na forma comprimida (GNC), já se mostra eficiente, mas ainda precisa de padronização e escala para se consolidar.

Para a Copersucar, o biometano representa muito mais que um combustível renovável: é um vetor de inclusão energética, desenvolvimento regional e segurança nacional. Com estímulos adequados e visão de longo prazo, o Brasil pode se firmar como protagonista global na transição para uma economia de baixo carbono, tendo o setor sucroenergético como um dos principais motores dessa transformação.

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