Faz um ano que o estado de São Paulo enfrentou uma ação orquestrada de início de diversos incêndios em canaviais quase que ao mesmo tempo.
O canal Globonews, no dia 15 de setembro de 2024, recebeu para entrevista a Sra. Luciana Gatti, cientista de mudanças climáticas e coordenadora do Laboratório de Gases de Efeito Estufa do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) para tratar do assunto.
Por incrível que pareça de uma pesquisadora com mestrado e doutorado, além de ocupar importante cargo no INPE, a Sra. Gatti já começou seu depoimento dizendo que os incêndios eram uma ação para desgastar o governo Lula, que o fogo na cana era bom para as usinas – pois barateava a colheita ao ser feita manualmente e de forma alguma trazia prejuízos às usinas -, que na época da colheita das usinas na região de Ribeirão Preto todo ano havia constante chuva de fuligem vinda de queimada de cana e que ela, Luciana, era contra o governador Tarcísio de Freitas estava liberando dinheiro para as usinas devido às queimadas.
Agora, com a operação Carbono Oculto, liderada pelo Ministério Público de São Paulo e pela Receita Federal, com participação da Polícia Federal e outros órgãos estaduais e federais, que desarticulou um esquema bilionário do PCC (Primeiro Comando da Capital), temo elementos para deduzir os verdadeiros responsáveis pelos incêndios ocorridos quase que ao mesmo tempo no ano passado.
O teatro de horrores apresentado pela Sra. Gatti comprovou-se uma fantasia, mas não só uma fantasia originada na completa ignorância sobre um setor pujante da nossa economia, foi um mau-caratismo ideológico e partidário.
Fica a questão: qual o risco para a nossa sociedade de termos pessoas, teoricamente de notório saber e trabalhando em cargo de empresa pública de prestígio, agindo com tamanha falta de escrúpulos e sem nenhum pudor de manchar sua reputação e a da própria instituição em que trabalha?
Todos nós, cidadãos, temos o direito de ter nossas opiniões e crenças, sejam políticas, sejam religiosas ou outras, mas quando somos chamados a falar em nome da Ciência e da instituição que representamos, é crucial nos atermos aos fatos e números.
A Sra. Gatti mostrou ser uma pesquisadora enviesada e sem nenhuma ética científica. Será que temos muitos pesquisadores nos altos cargos de instituições científicas brasileiras como a Sra. Gatti? Isso é muito preocupante para a nossa nação porque não pode confiar nos pareceres pseudocientíficos destes pesquisadores.
*Ricardo Pinto é engenheiro engenheiro agrícola (Unicamp), mestrado em Agronomia na ESALQ/USP e doutorando na Faculdade de Engenharia Agrícola da Unicamp e CEO da RPA Consultoria