A 2C Energia, joint venture formada pela trading Czarnikow (CZ) e pela Companhia Mineira de Açúcar e Álcool (CMAA), anunciou planos para avançar em novos empreendimentos de energia renovável no Brasil. A companhia pretende ofertar, a partir de 2026, sistemas de geração solar acoplados a baterias para irrigação de lavouras, segundo executivas disseram à Reuters.
O projeto mira sobretudo regiões agrícolas remotas, sem acesso adequado à rede elétrica, onde a eletricidade é um gargalo para expandir a irrigação. “Está cheio de estado que tem a agricultura como base, que teria como irrigar, mas não faz agricultura irrigada porque a linha de distribuição não chega”, afirmou Gabriela Andri, head de Energia da CZ e diretora da 2C.
Investimentos no Brasil
Atualmente, a 2C já investiu cerca de R$ 200 milhões em geração distribuída de energia solar no país. Após inaugurar sua primeira unidade em 2025, a empresa já conectou outros quatro empreendimentos e constrói mais dois, totalizando capacidade de 40 MW.
Para o agronegócio, a proposta é oferecer sistemas de energia solar com baterias, substituindo o uso de geradores a diesel e reduzindo custos em relação a projetos que exigem a construção de redes e subestações. Segundo as executivas, a maior oferta de baterias chinesas tem reduzido os preços e tornado a solução mais competitiva.
“O agro está no nosso DNA, e a nossa ideia é avançar em soluções de energia para o agro”, disse Clarissa Petrarchini Gonçalves, gerente de energia da 2C, lembrando a histórica ligação da CZ com o setor sucroenergético.
Além das aplicações agrícolas, a companhia avalia levar a tecnologia também para a indústria.
Planos de longo prazo
A 2C já havia anunciado o investimento de R$ 1,2 bilhão em um parque solar até 2029, com foco em atender um projeto de fertilizantes verdes. A empresa também projeta uma usina solar centralizada de 400 MW no Maranhão, em uma área de mil hectares, que poderá futuramente abastecer uma planta de hidrogênio verde.
Outro movimento em curso é a internacionalização da área de comercialização de energia. A mesa criada pela 2C no Brasil marcou a estreia da Czarnikow nesse segmento e pode ser replicada em outros países. “Estamos avaliando com mais intensidade Colômbia, Peru e Filipinas”, disse Andri.
Para financiar seus projetos, a companhia deve recorrer a bancos de fomento, instituições privadas e recursos dos próprios acionistas.