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Venda de combustível adulterado ligado ao PCC é alvo de nova operação

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O Ministério Público de São Paulo (MP-SP), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), e a Polícia Militar deflagraram na manhã desta quinta-feira, 25, uma operação para desarticular um esquema criminoso que envolve a exploração de jogos de azar, adulteração de combustíveis e lavagem de dinheiro, com atuação direta de integrantes da facção Primeiro Comando da Capital (PCC). A ação, batizada de Operação Spare, também conta com apoio da Receita Federal, da Secretaria da Fazenda e da Procuradoria-Geral do Estado e cumpre 25 mandados de busca e apreensão em 35 endereços.

As investigações, conforme divulgou a Agência Estado, tiveram início com a apreensão de máquinas de cartão em casas de jogos ilegais localizadas em Santos (SP), que estavam vinculadas a postos de combustíveis. A partir da análise das movimentações financeiras, os investigadores identificaram que os valores eram desviados para uma fintech utilizada para lavar o dinheiro. Segundo o MP, foi possível mapear uma rede complexa de pessoas físicas e jurídicas envolvidas nas operações ilegais.

De acordo com decisão judicial que embasou a operação, Flávio Silvério Siqueira foi apontado como o principal responsável pelo esquema de lavagem de dinheiro. Ele teria controle sobre os valores movimentados por postos de combustíveis e seria o líder do chamado “Núcleo São Paulo” dentro da estrutura identificada pela Receita Federal. A defesa de Siqueira não foi localizada até a publicação desta matéria.

Segundo o MP, a empresa de pagamentos usada para ocultar a origem ilícita dos recursos é a mesma que apareceu na Operação Carbono Oculto, deflagrada no fim de agosto. Na ocasião, foram reveladas conexões entre organizações criminosas e setores formais da economia, com destaque para a cadeia de combustíveis. “Quando foi desmontado um intrincado esquema colocado em prática por organizações criminosas investigadas de participação fraudulenta no setor de combustível, com infiltração de integrantes da facção Primeiro Comando da Capital (PCC), lesando não apenas os consumidores que abastecem seus veículos, mas toda uma cadeia econômica”, afirmou o MP em nota.

Ainda segundo a Receita Federal, a análise fiscal da fintech BK Bank mostrou que seus principais clientes estão ligados à cadeia produtiva de combustíveis, organizados em seis núcleos interconectados, sendo um deles o de São Paulo, sob liderança de Siqueira. A instituição de pagamentos movimentou R$ 17,7 bilhões em transações consideradas suspeitas. Na ocasião da primeira operação, o BK Bank afirmou, em nota, que foi surpreendido pela ação e que conduz todas as suas atividades com total transparência, observando rigorosos padrões de compliance.

A Operação Carbono Oculto, mencionada nas investigações desta nova fase, foi considerada a maior já realizada contra a infiltração do crime organizado na economia formal do país. A ação teve como alvos empresas, corretoras e fundos de investimento situados na Avenida Faria Lima, em São Paulo, principal centro financeiro nacional. As apurações revelaram uma série de crimes, incluindo lavagem de dinheiro, fraude fiscal, estelionato, adulteração de combustíveis, crimes ambientais e delitos contra a ordem econômica. Os suspeitos teriam formado uma rede com o objetivo de dominar parte da cadeia produtiva de etanol, gasolina e diesel, por meio da associação entre dois grupos econômicos e operadores suspeitos de atuar para Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder do PCC.

Na época, o advogado de Marcola, Bruno Ferullo Rita, disse não ter conhecimento das acusações e negou qualquer participação de seu cliente nos fatos investigados.

As autoridades seguem investigando os vínculos entre empresas de hotelaria, postos de combustíveis e instituições financeiras, que, segundo o MP, mantinham contabilidades paralelas para dificultar o rastreamento do dinheiro. A operação desta quinta-feira amplia o cerco contra a atuação da facção criminosa em setores estratégicos da economia, utilizando estruturas empresariais para movimentar recursos ilícitos em larga escala.

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