Os preços do petróleo continuaram caindo nesta terça-feira, 30, com os operadores receosos de que a oferta aumente consideravelmente nos próximos meses devido ao aumento das exportações do Oriente Médio.
Em dois dias, os índices de referência do mercado apagaram quase todos os ganhos registrados na semana passada.
Em seu último dia de negociação para entrega em novembro, o barril de Brent do Mar do Norte perdeu 1,4%, situando-se em US$ 67,02. Seu equivalente americano, o barril de West Texas Intermediate para entrega no mesmo mês, recuou 1,7%, a US$ 62,37.
Os oito membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados que compõem a Opep+, que desde abril aumentaram várias vezes suas cotas de produção, podem decidir no domingo “adicionar 137 mil barris diários”, explicou o analista Matt Britzman, da Hargreaves Lansdown. O novo aumento ocorreria em novembro.
Por outro lado, o Iraque retomou no sábado suas exportações de petróleo a partir da região autônoma do Curdistão, no norte do país, após mais de dois anos de interrupção devido a disputas legais e técnicas com a administração curda.
“Entre 150 mil e 160 mil barris de petróleo curdo começaram a transitar pela Turquia por dia, e os volumes poderiam alcançar 230 mil barris diários”, estimou o analista Tamas Varga, da PVM.
Essas medidas “continuam reforçando a sensação do mercado de que a oferta de petróleo bruto é mais que suficiente”, apontou o presidente da Lipow Oil Associates, Andy Lipow, à AFP.
Além disso, ocorrem “em um momento em que as refinarias americanas se preparam para fechar para manutenção sazonal em outubro, o que afetará a demanda”, acrescentou.
Agence France-Presse