Os contratos futuros de açúcar encerraram a quinta-feira (2) em alta significativa nos principais mercados internacionais. O contrato de março do açúcar bruto negociado na Bolsa de Nova York subiu 1,67%, para 16,40 centavos de dólar por libra-peso, enquanto o açúcar branco negociado em Londres para dezembro avançou 1,30%, ou US$5,90, atingindo US$ 458,70.
A valorização foi impulsionada por preocupações com uma possível redução na produção de açúcar no Brasil, principal exportador global. A Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) divulgou que a moagem de cana-de-açúcar na região Centro-Sul do Brasil, na primeira quinzena de setembro, aumentou 6,9% em relação ao mesmo período do ano passado, atingindo 46 milhões de toneladas.
Apesar do aumento na moagem, o ATR (açúcares totais recuperáveis), que representa o teor de açúcar por tonelada de cana processada, caiu para 154,58 kg/t, comparado a 160,07 kg/t no mesmo período de 2024. Isso indica uma menor eficiência na produção de açúcar, o que preocupa os mercados.
Outro fator que contribuiu para a alta foi o sinal de aumento na demanda global. O Paquistão realizou pedidos de importação de 320 mil toneladas de açúcar para entrega imediata, o que animou os investidores.
Vale lembrar que na última terça-feira (24), os preços do açúcar em Nova York atingiram a mínima de 4 anos e 3 meses para os contratos mais próximos, enquanto em Londres o açúcar branco chegou à mínima em 4 anos. Essa queda foi resultado de uma tendência de baixa que já durava sete meses, motivada pelas expectativas de excesso de oferta no mercado global.
Segundo a consultoria StoneX, a safra 2025/26 deve registrar um superávit global de 2,8 milhões de toneladas, revertendo o déficit estimado de 4,7 milhões de toneladas para a temporada 2024/25.