Os contratos futuros do açúcar encerraram a quarta-feira (12) em forte alta nas bolsas de Nova York e Londres, impulsionados por expectativas de redução nas exportações da Índia e pela cobertura de posições vendidas no mercado internacional.
Em Nova York, o contrato de açúcar bruto com vencimento em março/26 subiu 1,89%, fechando a 14,52 centavos de dólar por libra-preso. Já o açúcar branco para dezembro/25, negociado em Londres, avançou 2,43%, ou US$ 9,90 por tonelada, chegando a US$416,40.
O movimento de alta ocorreu após notícia da Bloomberg indicando que o Ministério da Alimentação da Índia estuda permitir a exportação de apenas 1,5 milhão de toneladas de açúcar na safra 2025/26, volume inferior à estimativa anterior de 2 milhões de toneladas. O país asiático, segundo maior produtor mundial, introduziu um sistema de cotas para exportações a partir da safra 2022/23, após chuvas tardias reduzirem a produção e os estoques domésticos.
Nos últimos meses, o mercado vinha pressionado pelo cenário de ampla oferta global. Na segunda-feira, o açúcar branco em Londres chegou ao menor nível em 4 anos e 9 meses, enquanto o açúcar bruto em Nova York caiu, na semana passada, para o patamar mais baixo em 5 anos, refletindo a maior produção do Brasil e as projeções de superávit global.
A consultoria Czarnikow elevou recentemente sua estimativa de superávit mundial de açúcar para 8,7 milhões de toneladas na safra 2025/26, alta de 1,2 milhão de toneladas em relação à previsão de setembro (7,5 milhões).
A perspectiva de uma safra recorde no Brasil continua sendo um fator de pressão para os preços. Na semana passada, a Conab revisou sua projeção de produção nacional para 45 milhões de toneladas, acima da previsão anterior de 44,5 milhões. Já a Unica informou que, na primeira quinzena de outubro, a produção de açúcar no Centro-Sul somou 2,48 milhões de toneladas, aumento de 1,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. No mesmo intervalo, o percentual de cana direcionado à fabricação de açúcar subiu de 47,33% para 48,24%, e a produção acumulada do ciclo 2025/26 chegou a 36,02 milhões de toneladas, avanço de 0,9% sobre o ciclo anterior.
Em paralelo, a Datagro projetou, em 21 de outubro, que a produção de açúcar do Centro-Sul brasileiro deve crescer 3,9% em 2026/27, atingindo o recorde de 44 milhões de toneladas.

