Os preços internacionais do açúcar caíram para o menor nível em três semanas nesta terça-feira, pressionados pela combinação entre a desvalorização do real e o aumento da produção em importantes polos produtores. O contrato do produto bruto com vencimento em março de 2026 baixou 0,15 centavo, ou 1%, a 14,67 centavos de dólar por libra-peso, uma mínima de quase quatro semanas. O açúcar branco, por sua vez, caiu 0,9%, para US$ 418,80 a tonelada.
A moeda brasileira atingiu o menor patamar em 1,75 mês frente ao dólar, estimulando as vendas externas das usinas do país e ampliando a oferta no mercado global.
A Índia também contribui para o momento de pressão baixista. Segundo a Indian Sugar Mill Association (ISMA), a produção de açúcar no país entre outubro e novembro avançou 43% na comparação com o ano anterior, alcançando 4,11 milhões de toneladas. O número de usinas em operação aumentou de 376 para 428 na mesma base de comparação, reforçando o ritmo de moagem.
No Brasil, as projeções seguem indicando maior disponibilidade de açúcar. A Conab revisou sua estimativa para a safra 2025/26, elevando o volume esperado para 45 milhões de toneladas, ante previsão anterior de 44,5 milhões. Já dados da Unica mostram que a produção do Centro-Sul na primeira quinzena de novembro cresceu 8,7% em relação ao ano passado, para 983 mil toneladas. No acumulado até meados de novembro, a safra soma 39,179 milhões de toneladas, alta de 2,1%.
O ambiente global de oferta também foi reforçado pela atualização da Organização Internacional do Açúcar (ISO), que passou a projetar um superávit de 1,625 milhão de toneladas em 2025/26. O número representa uma reversão frente ao déficit de 2,916 milhões de toneladas registrado em 2024/25. A entidade atribui o saldo positivo ao aumento de produção em Índia, Tailândia e Paquistão e prevê que a produção mundial cresça 3,2% no próximo ciclo, alcançando 181,8 milhões de toneladas.
Com informações da Barchart

