Açúcar
Açúcar: estimativa do Itaú BBA é de aumento representativo na safra 2023/24 no Centro-Sul
A expectativa de aumento na moagem de cana da safra 2023/24, que permeia entre 580 e 590 milhões de toneladas, poderá acrescentar de 1 a 2 milhões de toneladas a mais de açúcar no final da safra, o que pode deixar o balanço global de açúcar mais confortável.
Em NY, a tela de mar/23 expirou no final de fevereiro com o segundo maior preço desde o início de 2023, em cUSD 22,08/lp. O vencimento mais próximo passou a ser a mai/23, que também apresentou variação positiva encerrando na segunda semana de março em cUSD 20,62/lp (20/3), alta de 3,4% no comparativo comos últimos 30 dias(18/2).
De acordo com análise do Itaú BBA, o fortalecimento das cotações aconteceu principalmente na última semana de fevereiro com as perspectivas de volta dos impostos federais nos combustíveis. “Com a volta parcial do PIS/CONFIS houve diferença entre os valores dos impostos da gasolina e etanol, aumentando a competitividade do hidratado. Mesmo com a postergação da data para retorno nos impostos e o retorno de forma parcial, a medida foi positiva para o setor, principalmente com o início da safra 2023/24 no Centro-Sul no próximo mês”, disseram os analistas.
Por outro lado, a safra indiana continua no pico de produção de açúcar. Segundo dados da ISMA (Associação das Usinas de Açúcar da Índia), até o final de fevereiro a produção de açúcar atingiu 28,6 milhões de toneladas, 4% acima do mesmo período da safra 2021/22. Mesmo com maior produção, 61 usinas encerraram as operações frente às 32 unidades no mesmo período do ano passado.
Os analistas do Itaú BBA, ressaltam que a safra atual iniciou com 12 usinas a mais do que em 2021/22, porém, mesmo assim, o número de unidades em operação até o período do relatório é menor do que na safra anterior, sendo 467 versus 484 unidades em 2021/22. “Com isso, é provável que a diferença na produção de açúcar com a safra 2021/22 comece a diminuir, e possivelmente termine menor, como o estimado pela ISMA”, disseram.
Centro-Sul produzirá mais açúcar
Para os próximos meses, o foco do mercado de açúcar começará a se voltar para safra brasileira na região Centro- Sul. Ainda há muita divergência em relação à melhora na produtividade e o volume de cana disponível para safra 2023/24. Os números variam de 580 a 600 milhões de toneladas, e a safra 2022/23 até o final de fevereiro atingiu 542 milhões de toneladas.
“A diferença entre os números de moagem pode acrescentar de 1 a 2 milhões de toneladas no final da safra, o que pode deixar o balanço global de açúcar mais confortável. Outro fator que começa a ser discutido é se caso haja maior volume de cana disponível se haverá tempo hábil para moagem considerando ainda o aumento da probabilidade de El Niño no segundo semestre que pode trazer mais umidade e diminuir o número de dias de moagem, porém ainda é cedo para concluir”, afirmaram os analistas
As chuvas no mês de março impossibilitaram que as usinas iniciassem a safra adiantada. Algumas regiões encerraram a colheita em 2022 com volume de cana bisada, que inicialmente estava planejada para ser colhida em março. Os bons volumes de precipitação nas regiões produtoras também atrasaram o plantio de cana de 18 meses, o que até o momento, de acordo com os analistas, não traz grandes impactos, dado que a safra tende a iniciar em abril, período sazonalmente normal.
“O suporte de preço em NY continua sendo a paridade de exportação indiana, ao redor dos cUSD 18-18,5/lp. Com o fluxo de comercialização de açúcar apertado, e o país ainda no pico de safra e sendo importante exportador, os preços tendem a permanecer em patamares que o adoçante da Índia possa ser entregue para o mercado mundial. As safras dos principais produtores do Hemisfério Norte também caminha para o final da produção de açúcar nas próximas semanas. Com as usinas de Índia e Tailândia encerrando as atividades antes do mesmo período de 2021/22, isso pode significar redução no volume de produção de açúcar, o que pode apertar um pouco mais o fluxo global de comercialização”, disseram em relatório.
Natália Cherubin para RPAnews
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