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Açúcar mais caro representa ameaça à inflação de alimentos

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A alta dos preços do açúcar está tornando elevado os custos da indústria e mantendo a pressão sobre a inflação global de alimentos. Os preços do açúcar refinado subiram para o nível mais alto em mais de uma década na últimas semanas e devem saltar cerca de 11% em março, o maior valor em um mês desde 2021. Enquanto isso, o açúcar bruto também continua sustentado a um dos níveis mais caros em mais de seis anos.

A oferta global está ficando mais restrita, principalmente porque a Índia, um dos maiores exportadores do mundo, está cortando as exportações depois que as chuvas prejudicaram a safra de cana-de-açúcar e porque o país passou a desviar mais matéria-prima para a produção de etanol.

Além disso, as fortes chuvas também reduziram a produção de cana em Maharashtra, que responde por mais de um terço da produção de açúcar do país. O Ministério da Alimentação indiano espera que a produção nacional caia para 33,6 milhões de toneladas na atual temporada, abaixo da estimativa anterior de 35,2 milhões de toneladas e 35,9 milhões de toneladas no ano anterior.

De acordo com uma pesquisa da Bloomberg com traders e analistas,  as exportações da Índia devem cair quase pela metade para 6 milhões de toneladas no ano que termina em setembro, ante cerca de 11 milhões de toneladas no ano anterior, e podem cair para até 4 milhões de toneladas na próxima temporada. Isso reduz a oferta do mercado que já apontava, de acordo com as consultorias Green Pool e Covrig Analytics, escassez.

Se o país exportar menos adoçante do que o esperado na próxima safra, “os preços terão que subir para extrair açúcar de qualquer outra parte do mundo”, disse à Reuters, Henrique Akamine, chefe de açúcar e etanol da Tropical Research Services.

De acordo com Akamine, a Índia é responsável por 6 milhões de toneladas no balanço para os fluxos do comércio internacional de açúcar em 2023-24. “Se você simplesmente remover metade do que estamos prevendo, o fluxo comercial entrará em déficit”, disse.

O salto nos preços do açúcar já piorou o impacto da inflação no Reino Unido, com os compradores pagando mais por produtos de panificação, doces e refrigerantes.

Enquanto o Brasil espera uma produção abundante de cana-de-açúcar, as chuvas atrasaram a colheita e a capacidade portuária pode restringir o abastecimento do mercado global, já que o país também está obtendo uma safra recorde de soja. A produção da Tailândia, outro exportador líder, também deve ficar abaixo das previsões este ano.

Um aumento constante no consumo global e estoques em declínio tornaram os suprimentos da Índia ainda mais cruciais para o mercado mundial. Em um sinal de quão importante é a Índia, os preços dispararam para o maior nível em seis anos em janeiro devido a preocupações de que o país não aprovaria mais exportações nesta temporada. Quando o governo sinalizou em março que pode permitir mais embarques, os preços caíram.

Embora ainda seja cedo para avaliar a produção da Índia na temporada que começa em outubro, as estimativas variam de 32 milhões a 34 milhões de toneladas, com potencial para uma safra ainda menor se o El Nino trouxer tempo seco, disseram traders e analistas à Bloomberg.

Segundo Rahil Shaikh, diretor administrativo da trader Meir Commodities India à Bloomberg, produção de 32 milhões de toneladas daria um excedente exportável de 4 milhões a 4,5 milhões de toneladas.

No entanto, o primeiro-ministro Narendra Modi está adotando um programa agressivo de biocombustíveis que fará com que mais cana-de-açúcar seja desviada para a produção de etanol. Nesta temporada, o governo planeja desviar 5 milhões de toneladas de açúcar para a produção de etanol, ante 3,6 milhões de toneladas no ano anterior. O objetivo final é desviar 6 milhões de toneladas anualmente para a produção de combustível até 2025.

Informações da Bloomberg/ tradução RPAnews
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