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Agrishow foi palco de lançamentos para cana-de-açúcar: Confira!

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Agrishow 2022 – 27ª Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação, que chegou ao fim hoje, 29, foi palco de alguns lançamentos interessantes para o segmento canavieiro. Alguns dos destaques de maior interesse deste público foram as máquinas para colheita de cana-de-açúcar.

O grande destaque para cana-de-açúcar da John Deere na feira foi a CH 950, a única colhedora de duas linhas que já está disponível para comercialização para o segmento desde a safra 2019/2020. Hoeje, mais de 50 unidades estão em operação com mais de 100 mil horas trabalhadas.

A companhia traz números interessantes quanto a redução de custos por tonelada de cana, que ocorrem com o aumento de produtividade, a redução de consumo de combustível e a diminuição de perdas de cana. Ao colher duas linhas simultaneamente, a máquina consegue dobrar a produção horária das máquinas tradicionais, além de reduzir em 30% o consumo de combustível, 60% das perdas de cana totais e 28% dos tratores de transbordo, resultando em 22% menos custo por tonelada.

Duas outras companhias, a Jacto e a Case IH, fizeram o pré-lançamento das suas versões para a colheita de cana de duas linhas. A Case Ih voltará ao mercado com um modelo Dual Row – ainda sem nome, em substituição a antiga MultiRow. As novidades do novo projeto são o peso da máquina que é 26 toneladas, somente 5 toneladas a menos do que a máquina de uma linha, além disso, 80% de suas peças são intercambiáveis com os modelos de uma linha e a nova máquina tem seu sistema frontal de corte totalmente desmontável para manutenção e transporte.

A Jacto levou para a feira a Hover 500, seu modelo de duas linhas. Quem a viu, ficou impressionado com a estética da máquina, diferente dos projetos das outras fabricantes. De acordo com Fábio Torres, gerente de Vendas Mercado de Cana-de-Açúcar da Jacto, a companhia buscou desenvolver um conceito diferente dos que o mercado oferece. A máquina ainda está em processo de modificações e melhorias e deverá estar disponível ao mercado até dezembro deste ano.

“Estamos colhendo cana com essa máquina há três anos. A versão que está na feira é a versão praticamente definitiva, que esperamos comercializar a partir de dezembro. É terceira versão da colhedora. Essa já tem muitas correções e muitas sugestões que o setor tem dado para a gente”, disse Torres.

A plataforma de colheita é isolada e flutuante, o que dá, segundo Torres, mais qualidade na colheita. Os rolos transportadores são maiores, de 1,60 m  para transportar mais cana (o das colhedoras do mercado tem 0,90 m). “O sistema de limpeza é totalmente diferente também. Não existe extrator primário. É uma câmara de limpeza para fazer limpeza em volume grande. As transmissões também são mecânicas. Enquanto outros equipamentos tem 26 motores hidráulicos, o projeto desta colhedora tem 12 apenas, são 14 motores hidráulicos a menos, dezenas de mangueiras a menos, menos manutenção, menos peso e menos custo”, explicou.

O segmento canavieiro, depois de anos de muita seca, começou uma procura por sistemas de irrigação. A Netafim, de acordo com Daniel Pedrosa, foi bastante procurada para cotações para instalação de sistemas de irrigação por gotejo. No entanto, um dos destaques deste ano para a Agrishow foi o lançamento do Netafim Services,  um modelo de negócio inovador no qual a companhia disponibiliza a irrigação por meio de três planos de serviço baseados em assinatura.

Caio Hosken Melo Macedo, gerente Comercial da Netafim, explica que este modelo criado pela companhia para a irrigação se baseia na premissa que os consumidores estão cada vez mais propensos a investir na experiência proporcionada por algum bem ou serviço do que propriamente na posse do mesmo.

“Dentro da Netafim, a iniciativa que nasceu no México há aproximadamente três anos e tem se espalhado por todo mundo muito rapidamente por garantir o sucesso dos projetos e acelerar a transferência de know how e tecnologias referentes a irrigação localizada”, adiciona.

A Netafim criou três modelos de plano de assinatura: o Plano Anual de Serviços; o plano de Operação de Manutenção; e o Plano de Irrigação por assinatura. O plano anual de serviços é um plano de consultoria e nele os clientes que já possuem sistemas de irrigação podem se beneficiar de uma consultoria exclusiva da Netafim, que reúne seus especialistas técnicos e agronômicos para garantir que a usina ou produtor extraiam 100% dos benefícios existentes, maximizando o retorno no investimento e reduzindo riscos na operação.

“Treinamos a equipe, diagnosticamos e sugerimos melhorias para extrair o máximo potencial do sistema de irrigação”, adiciona o gerente Comercial da Netafim.

No plano de operação e manutenção a Netafim dá um passo adiante na integração e fornece aos clientes do plano toda a equipe necessária para realizar a operação diária e a manutenção periódica do sistema de irrigação. “Desta forma, as usinas e produtores possuem total tranquilidade para focar no seu negócio, que é produzir mais, com menos”, explica Macedo.

A terceira opção da companhia é o plano de irrigação por assinatura, que vem como diferencial da iniciativa. Com ele é possível ter um sistema completo de irrigação pagando apenas uma mensalidade, similar aos serviços de máquinas, carros, vídeos e até vinhos por assinatura. “Com a Netafim por Assinatura, trazemos mais uma vez uma solução inovadora para o mercado. Onde a Netafim projeta, instala, opera e mantém o seu sistema de irrigação através de uma assinatura mensal, sem a necessidade de grandes investimentos iniciais”, detalha Macedo.

Uma das inovações que estiveram disponíveis para visita na Agrishow 2022 foi o drone pulverizador Stratus, da companhia Arys, um pulverizador com tecnologia de geração híbrida, que tem um motor a combustão que funciona com combustível (gasolina), alimentando um gerador que alimenta a bateria do super drone. A tecnologia está disponível em dois tamanhos, de 12 e 30 litros de tanque.    
De acordo com Antônio Mendes, da Arys, o maior benefício da tecnologia é a maior autonomia de voo, que chega a 45 minutos, o que reduz o custo operacional em até três vezes em relação ao drone elétrico, cuja autonomia de voo chega a apenas 12 minutos. “O produtor deixa de ter gasto com bateria e com gerador. Além disso a bateria tem uma vida útil muito superior ao drone elétrico.”
O custo operacional da tecnologia oferecida pela companhia fica entre R$ 7 a R$9 reais por hectare. “Os prestadores de serviços chegam a cobrar de R$100 a 150 por hectare com esse equipamento. A tecnologia não substitui o avião e nem o pulverizador, e sim complementa a operação de pulverização”, afirma Mendes.
Com o uso do software de planejamento de voo da tecnologia Arys, embutido no drone, é possível fazer uso dos mapas de daninhas para aplicação em catação química, por exemplo, outra vantagem por conta da autonomia de voo. A catação química é feita com mais rendimento. Fazendo com uma vazão média de 10 litros/ha, o equipamento faz cerca de 15 hectares por hora.
Com o uso do software de voo também é possível determinar a quantidade que se quer aplicar em cada área. “Ele também faz aplicação de sólidos, o que permite que seja usado também por produtores de gado para espalhar sementes de brachiaria. Além disso, faz aplicação de agentes de controle biológico. O equipamento tem capacidade de 320 cápsulas para aplicação de cotesia e thrichogramma, por exemplo”, explica Mendes.
A tecnologia permite definir diferentes velocidades e alturas de pulverização, para uma ampla gama de aplicações. Além disso, o sistema é customizável como um pulverizador de grande porte. Com cinco bicos, é possível escolher a melhor opção de acordo com o tipo de alvo desejado e a necessidade de aplicação, atingindo uma faixa útil de pulverização de 5 a 7 metros.
O Stratus é capaz ainda, de detectar obstáculos com ou sem luminosidade, projetando uma trajetória alternativa e desviando dos obstáculos identificados. O equipamento custa entre R$ 220 a 240 mil reais, de acordo com a companhia.

A Baldan Implementos Agrícolas levou vários lançamentos e destaques para a linha canavieira em seu estande na 27ª Agrishow. Voltados para usinas, produtores, fornecedores e prestadores de serviços canavieiros, a empresa levou seu aplicador de herbicida para catação química, uma solução para a eliminação de ervas daninhas com agilidade e eficiência operacional; a grade extrapesada com disco de 42 polegadas e espaçamento de 0,5 m, o que proporciona profundidade de corte e robustez, ideal para correção de perfil de solo; o distribuidor de fertilizante em taxa variável para aplicação de corretivos de solo a lanço, pré-plantio ou mesmo distribuição de sementes para cobertura de solo com regulagem de bitola de até 3,20 m, sistema hidráulico compatível com agricultura de precisão Trimble, Raven a Agrosystem.

Além disso, levou os pratos exclusivos para distribuição de fertilizantes granulados e em pó; um subsolador canavieiro com até 60 cm de profundidade e a plantadeira de grãos em palhada de cana para rotação de cultura entre cana/soja ou cana/milho.

O destaque da TMA foi o transbordo de cana VTX 9040, o  maior transbordo do mundo, que vai ao encontro da tendência do monovolume, que busca economia de tempo (ciclo), carregamento, combustível e mão de obra.

Validado durante a safra de cana de 2018, o VTX 9040, transbordo de 7 eixos com capacidade de carga de 40 toneladas, o maior do mercado, lançado oficialmente na última Agrishow presencial, volta para a feira consolidado comercialmente e com a versão 6 eixos, com mesma capacidade de carga, porém com menor resistência a rolamento, o que permite ser puxado por tratores menores. Um produto que proporciona custo final de R$/tonelada de cana muito menor.

O equipamento, pelo tamanho e robustez, não cabe em qualquer usina, mas que tem uma fatia de mercado para crescer, de acordo com a companhia.

Caminhões autônomos também foram destaque

Os caminhões autônomos ou semiautônomos, dirigidos quase sem interferência do motorista são uma realidade nas lavouras de cana do Brasil e também foram destaque na Agrishow 2022.

Quando o motorista dirige manualmente, é impossível que os veículos não se desviem pelo menos um pouco da rota (no caso, as carreiras de cana), já que ele não enxerga a carreira embaixo do veículo. Com a automação, o caminhão segue exatamente a rota pré-estabelecida. Além de evitar o pisoteamento das plantas, garantindo aproveitamento total do plantio à colheita, os veículos ainda podem fazer aplicações localizadas (somente onde há necessidade de pulverização, por exemplo).

A parceria Mercedes Benz–Grunner trouxe para a feira três modelos semiautônomos, com funções diferentes: transbordo (que recolhe a cana picada), o ASP (que aplica a vinhaça) e o ADS, que insere todos os insumos sólidos na terra. A expectativa da Mercedes, que produziu e comercializou cerca de 350 equipamentos no ano passado, é ampliar a produção dos veículos para 470, na safra 2023/24.

A Scania disponibiliza o modelo P 280 8×4, destinado ao transbordo da cana. A automação também é nível 2: recebendo sinal de satélite, o veículo opera sozinho no trajeto pré-estabelecido, e o motorista, que vai na cabine interfere em poucos casos, como no momento de mudar de carreira.

Por sua vez, o Grupo AIZ, também presente na Agrishow, já avançou para o nível 3. Os veículos projetados pela empresa podem ser operados remotamente, de qualquer lugar, e sem motorista na cabine. Isso porque, além de preparar um caminhão (no caso deles, de qualquer marca que o cliente escolher) com os implementos necessários para a lavoura da cana, eles equipam o veículo com a tecnologia necessária para o nível 2 (GPS) e depois para o nível 3 (fabricam um posto de controle, que pode ser instalado em qualquer lugar). E quando não há sinal de satélite ou internet no local, a empresa faz a rede.

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