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Agro brasileiro tem expectativa de crescimento em 2023 e precisa de ações estratégicas do governo
Samanta Pineda, advogada especialista em Direito Socioambiental e Diretora do Canal Agromais, diz que 2022 foi marcado por discussões internacionais e que 2023 será um ano de maior crescimento e destaque para o agro brasileiro
O ano está apenas começando, mas especialistas do setor do agronegócio sustentável já realizam grandes projeções para 2023, desde que o Governo saiba conduzir as ações necessárias. Segundo a advogada Samanta Pineda, especialista em Direito Socioambiental e diretora executiva do canal Agromais, a expectativa para esse ano são boas, mas precisa acompanhar com cautela as medidas do novo Governo. O agronegócio hoje é responsável por 52,2% de tudo exportado no Brasil.
“Acho que 2023 promete ser um ano de crescimento para o agro, promete ser um ano principalmente de aumento da importância do agro para o mundo, dada a continuidade da guerra, dado o conceito internacional de aumento de consumo na China, dada a recuperação pós-pandemia. O agro sempre é uma solução sustentável e muito promissora para o mundo”, afirma Samanta Pineda.
A especialista em Direito Socioambiental também recorda que, no Brasil, a maioria dos produtores é pequeno e, por isso, é importante que não diminua a destinação de crédito para essas pessoas.
“Nós temos uma capacidade tecnológica, uma capacidade de desenvolvimento gigantesca. Um agro muito menos impactante e com formas limpas, eu sempre gosto de lembrar. Se nós não tivermos diminuição de destinação de crédito para o pequeno produtor, se nós não tivermos taxação nas exportações, nós vamos crescer de acordo com a expectativa”, diz Samanta, que participou da COP-27 no ano passado.
Legados deixados pelo Agro em 2022
Para a advogada especialista em Direito Ambiental, tivemos um Ministério da Agricultura que foi excepcional em sua gestão e, mesmo, com a troca do Governo, não podemos deixar esfriar as ações propostas.
“Espero que nossa ex-ministra, agora senadora Teresa Cristina esteja na Comissão de Relações Internacionais, para que esse ruído do Brasil, do agro brasileiro sustentável lá fora, melhore cada vez mais”, afirma Samanta Pineda.
Segundo a advogada, no ano passado foi possível demostrar que a agropecuária não é a vilã para as Mudanças Climáticas, e sim um dos setores capazes de mitigar essas constantes alterações do clima.
“A agropecuária tem participação, sem dúvida, em emissão de gás de Efeito Estufa e mudança de uso da Terra, mas agora na COP- 27, nós sabemos que esse setor não é a principal fonte de emissão. As principais fontes, realmente, são as queimas de combustíveis fósseis”, explica.
Agronegócio brasileiro foi visto pelo mundo e iniciativa privada
Samanta Pineda que viajou três continentes com a proposta de mostrar ao Mundo a possibilidade de um agro brasileiro mais sustentável, diz que, durante os eventos climáticos, foi demonstrado muito que alguns países não sabiam da nossa capacidade de produção, dos nossos recursos para pequenos produtores rurais, das nossas áreas de proteção permanente, agricultura e baixo carbono etc.
“Reserva legal e Áreas de Proteção Permanente (APP) é muito pouco conhecida lá fora. Em Nova York, estivemos em eventos durante todo o mês de setembro de 2022, mas a participação do agro foi pequena, infelizmente. Precisamos divulgar o nosso agronegócio, o mercado nos conhece, mas só conhece um pouco, precisamos divulgar mais, afinal, o agro é a solução para as Mudanças Climáticas, para o desabastecimento que tem no planeta”, afirma Samanta.
Outro ponto importante que Samanta Pineda recorda em 2022, foi a participação da iniciativa privada nessas discussões. Segundo a especialista, conseguimos demonstrar para as empresas que os agricultores são capazes de produzir de forma sustentável, através da conversão energética. “Fizemos com que grandes empresas e indústrias produtoras se questionassem sobre suas ações no meio ambiente e sobre como continuar os altos níveis de produção, mas de forma mais sustentável e com pouco desmatamento”, relembra Samanta.
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