Home Agrícola AgTechs no Brasil: Perspectivas de crescimento para as start-ups do agronegócio
AgrícolaArtigoÚltimas Notícias

AgTechs no Brasil: Perspectivas de crescimento para as start-ups do agronegócio

Compartilhar

*Arthur Gabriel Trizolio Pascon

Nos últimos anos o Brasil tem presenciado um crescimento cada vez mais expressivo das start-ups e, ao que tudo indica, elas vieram para ficar. Embora as start-ups já tenham entrado em nosso cotidiano, muitas pessoas ainda não fazem ideia de sua existência ou de seus propósitos. Afinal, o que exatamente elas são?

As start-ups podem ser conceituadas como empresas que possuem uma proposta de negócio inovadora e com grande potencial de crescimento, destacando-se por 3 fatores principais: inovação, escalabilidade e flexibilidade.

Normalmente, operam em um mercado de alto risco e buscam constantemente investimentos externos. Especialmente em nosso país, pela importância do agronegócio, muitas start-ups têm voltado suas atividades para o setor agropecuário e, por isso, são denominadas Agrotechs.

As Agrotechs, ou simplesmente AgTechs, são start-ups que oferecem soluções e inovações tecnológicas para os produtores rurais com o intuito de otimizar e acelerar a produção no campo. Em comparação com outras empresas, as AgTechs apresentam como diferencial o desenvolvimento e a adaptação de tecnologias voltadas diretamente para o setor agropecuário, fornecendo não somente o conhecimento e a assistência de como realizar os processos produtivos, mas também as ferramentas necessárias para os mesmos.

De acordo com o 2° Censo AgTech Startups Brasil, realizado pela a Esalq-USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) em parceria com a AgTechGarage, já existiam em 2018 cerca de 300 AgTechs em território brasileiro, sendo que 74% delas estavam concentradas nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná.

De acordo com o censo já citado, cerca de 70% dessas AgTechs brasileiras consideraram que suas soluções possuíam um nível alto ou altíssimo de disrupção inovativa, ou seja, tratavam-se de soluções novas no mercado. A maioria dessas start-ups informou, ainda, que as soluções fornecidas por elas poderiam ser facilmente aplicadas.

Diante das novas possibilidades que se abrem para o agronegócio, não há como ignorar o potencial que essas empresas apresentam e como elas ainda poderão contribuir para o destino de um dos setores econômicos mais importantes do país.

Segundo um estudo elaborado no Radar AgTech Brasil 2020-2021 (mapeamento conduzido pela Embrapa, SP Ventures e Homo Ludens), as AgTechs podem ser classificadas conforme o estágio de sua atuação dentro da cadeia produtiva, os chamados segmentos. Dentre os segmentos existentes estão as AgTechs voltadas às atividades “Antes da Fazenda”, às atividades “Dentro da Fazenda” e às atividades “Depois da Fazenda”. Para cada segmento citado, destacaram-se as AgTechs com as seguintes atividades:

(1) No segmento “Antes da Fazenda”: 1) Fertilizantes, Inoculantes e Nutrição Vegetal; 2) Crédito, permuta, seguro, créditos de carbono e análise fiduciária; 3) Análise laboratorial; 4) Sementes, Mudas e Genômica Vegetal; e 5) Nutrição e Saúde Animal.

 (2) No segmento “Dentro da Fazenda”: 1) Sistema de Gestão de Propriedade Rural; 2) Plataforma integradora de sistemas, soluções e dados; 3) Drones, Máquinas e Equipamentos; 4) Sensoriamento Remoto, Diagnóstico e Monitoramento por Imagens e 5) Conteúdo, Educação, Mídia Social.

(3) No segmento “Depois da Fazenda”: 1) Alimentos inovadores e novas tendências alimentares; 2) Marketplaces e Plataformas de negociação e venda de produtos agropecuários; 3) Armazenamento, Infraestrutura e Logística; 4) Mercearia on-line, e 5) Restaurantes on-line e Kit de refeições.

O mesmo estudo destacou, ainda, que o futuro da agricultura brasileira se pautará em 7 “megatendências”, nas quais as start-ups poderão auxiliar através de inovações tecnológicas e prestação de serviços especializados. Essas “megatendências” são:

1) Mudanças Socioeconômicas e Espaciais na Agricultura;

2) Intensificação e Sustentabilidade dos Sistemas de Produção Agrícolas;

3) Mudança do Clima;

4) Riscos na Agricultura;

5) Agregação de Valor nas Cadeias Produtivas Agrícolas;

6) Protagonismo dos Consumidores;

7) Convergência Tecnológica e de Conhecimentos na Agricultura.

Portanto, a pluralidade e a complexidade do agronegócio brasileiro apresentam enormes oportunidades (e desafios) para as start-ups.

O mercado de inovações tecnológicas continua sendo promissor em toda a cadeia produtiva do campo; não faltam problemas a serem enfrentados e resolvidos (não à toa o número de AgTechs está em constante crescimento no país), cabendo agora às AgTechs e aos produtores rurais aproveitarem as oportunidades e alçarem sua produção e eficiência à novos patamares.

*Arthur Gabriel Trizolio Pascon é advogado trainee do corpo jurídico do escritório Pereira Advogados em Ribeirão Preto.

 

Compartilhar
Artigo Relacionado
Últimas Notícias

25ª Conferência Internacional DATAGRO sobre Açúcar e Etanol marca os 50 anos do Proálcool em São Paulo

Encontro reunirá autoridades, empresários, pesquisadores e especialistas para discutir as perspectivas do...

Últimas Notícias

Exportações de açúcar aos Estados Unidos caíram mais de 80% após tarifaço

O Brasil reduziu suas exportações de açúcar para os Estados Unidos em...

Últimas NotíciasTemos Vagas

Tereos abre inscrições para programas que aceleram carreiras de talentos no agronegócio

As oportunidades contemplam candidatos para atuar nas regiões de São José do...