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Airbus investe em hidrogênio verde e SAF para voos mais sustentáveis
A corrida pela descarbonização no setor aéreo está cada vez mais acirrada. Até porque não dá para continuar como está: cerca de 2,5% das emissões de carbono globais vêm da aviação e este número não para de crescer.
A Airbus – responsável pela fabricação do avião presidencial brasileiro – quer mostrar que está jogando todas suas cartas na mesa: anunciou que, em 2035, terá a primeira aeronave do mundo movida a hidrogênio verde.
‘Não existe uma única tecnologia simples e isolada capaz de descarbonizar o setor de um dia para o outro. As soluções, como combustíveis sustentáveis, eletrificação, hidrogênio verde, são complementares. Nenhuma delas vai operar sozinha, pois a demanda é muito grande’, diz Guillaume Gressin, Vice-Presidente de Operações Internacionais, Estratégicas e Comerciais da Airbus América Latina e Caribe, em entrevista exclusiva a esta coluna, direto do escritório da empresa, em Miami.
O mundo verá em breve uma aeronave movida a hidrogênio verde?
Guillaume Gressin: Definimos uma meta para termos este primeiro avião movido a hidrogênio verde até 2035 – seja por combustão ou por transformação do hidrogênio em eletricidade. Mas é importante lembrar que não estamos trabalhando apenas nisso. Investimos cerca de 3 bilhões de euros todos os anos em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias. O setor aéreo é difícil de reduzir as emissões porque ainda depende de combustíveis fósseis e isso significa que não temos uma solução simples.
Os aviões da Airbus já utilizam SAF (Combustível Sustentável de Aviação)?
Guillaume Gressin: Todas as aeronaves da Airbus já têm a capacidade de usar 50% de SAF. Até 2030, pretendemos certificar que este número chegue a 100%, inclusive helicópteros, que produzimos para o Brasil.
Ecoa: Por falar no Brasil: como você vê a produção brasileira de SAF? Existe uma chance de liderarmos este mercado?
Guillaume Gressin: O Brasil é um exemplo de potencial que está se transformando em realidade. E isso está ligado a vários fatores. Há políticas em vigor no país e isso é essencial porque sem elas você não atrai investimento. Estamos muito satisfeitos com estas políticas do governo brasileiro e temos colaborado com elas. Temos visto os projetos de desenvolvimento de SAF sendo multiplicados no Brasil.
Como você vê o futuro da sustentabilidade na aviação?
Guillaume Gressin: Com tecnologias atuando juntas. Não teremos somente aeronaves movidas a hidrogênio. Teremos diversos modelos com soluções diversas e todos estarão voando juntos, ao mesmo tempo.