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Bioeconomia e sustentabilidade: desafios e oportunidades no G20 e na COP 29

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Após meses de intensos debates, começa hoje, em Baku, capital do Azerbaijão, a COP 29, a mais importante conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas. Na semana que vem, do outro lado do mundo, no Rio de Janeiro, abre oficialmente a Cúpula de Líderes do G20. Com a presidência do Brasil, haverá encontros entre autoridades da área econômica dos 19 países que formam o bloco, mais União Africana e Europeia, além de eventos com ministros de áreas sociais.

Embora distintas – e distantes – as duas conferências trazem a transição para um modelo econômico mundial mais sustentável para o centro das decisões dos governos e sociedade civil. No G20, alguns documentos já foram entregues e a maioria das discussões partirão deles. Um deles, talvez o principal, são os 10 Princípios de Alto Nível sobre Bioeconomia. Entre as propostas estão a inclusão de povos indígenas no debate, compartilhamento de boas práticas entre os países, criação de metodologias ‘comparáveis, mensuráveis e contextualizadas para avaliar a sustentabilidade em todas as cadeias de valor’, e a promoção da restauração e regeneração de áreas e ecossistemas degradados. Todos os países se comprometeram a colocar estes pontos em prática.

É a primeira vez que se colocam parâmetros internacionais para este novo modelo de desenvolvimento pautado na transição ecológica. E o que isso tem a ver com os negócios? Tudo.

O World Bioeconomy Forum estima que a bioeconomia mundial tenha atualmente um valor estimado de US$ 4 trilhões. Pode chegar, contudo, a cerca de US$ 30 trilhões, equivalente a um terço da economia global, com enorme potencial para o Brasil. Um estudo do Climate Policy Initiative/PUC-Rio mostrou que, entre 2021 e 2023, o financiamento para a bioeconomia no Brasil foi em, média, R$ 16,6 milhões por ano.

Trata-se de um bom negócio para o Brasil por diversos motivos, tais como as características climáticas, geográficas, patrimônio genético, conhecimento ancestrais dos povos indígenas, além de o país guardar nada menos do que 20% da biodiversidade do planeta.

‘A bioeconomia brasileira é tão diversa quanto nosso povo e nossos ecossistemas, desde produtos das florestas, rios, lagos e oceanos para a geração de produtos que agregam conhecimento e tecnologia e, como bioplásticos e biocombustíveis, até o uso sustentável de produtos florestais, incluindo produtos madeireiros e não madeireiros, alimentos saudáveis, fibras, cosméticos, produtos farmacêuticos, entre outros’, lembrou João Paulo Capobianco, biólogo e secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, durante o encerramento da reunião da Iniciativa de Bioeconomia do G20.

Com informações da UOL / Mariana Sgarloni
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